quinta-feira, 24 de maio de 2012

Taça das Nacões

Madrid, 25 de Maio de 2012
Joga-se a final da Taça do Rei mas há quem prefira chamar-lhe Taça das Nações. Porquê?

O título oficial do monarca português era "Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia". É história. O de Juan Carlos de Bourbon é "Sua Majestade o Rei de Espanha, de Castela, de Leão, de Aragão, das Duas Sicílias, de Jerusalém, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, da Sardenha, da Córsega, de Córdova, de Múrcia, de Jaen, de Algeciras, das Ilhas Canárias, das Índias Orientais e Occidentais e das Ilhas e Terra Firme do Mar Oceano, Arquiduque de Áustria, Duque de Borgonha, de Brabante (nos Países Baixos), de Milão, de Atenas e Neopatria, Conde de Habsburgo, de Flandres, do Tirol, do Roselão e de Barcelona, Senhor de Biscaia e de Molina". É hoje!

"Espanha" é um conjunto de nações. Como se sabe, este dado histórico tem tido consequências diversas que já passaram por terrorismo, mas que também passam pelas clivagens associadas a identidades clubísticas. Quem se sente mais (ou apenas) catalão ou basco do que espanhol, é natural que considere a Copa del Rey uma oportunidade de manifestação. Há uns anos, o hino foi assobiado na final disputada por Barcelona e Athletic em Valencia. Desta vez, a Final é em Madrid, o que encerra maior simbolismo.

Como Cruijf resumiu, quando o Barcelona vencia um jogo recebiam os parabéns. Quando essa vitoria acontecia frente ao Real Madrid, recebiam agradecimentos.

Diz-se que o poder político ponderou não realizar a Final ou disputá-la sem publico. As leis do Estado Espanhol proíbem ofensas ao hino e à família real. O Presidente do Barça defende o direito dos adeptos "manifestarem os seus sentimentos". Veremos o que acontece.

Pessoalmente, julgo que uma lei que, num Estado de Direito, proíbe os cidadãos de de exprimirem, é um contra-senso. Mesmo se essa liberdade de expressão incide contra a existência desse mesmo estado. Durante a ditadura de Primo de Rivera (há quase cem anos), o Barcelona ficou suspenso durante 6 meses devido a assobios ao hino por parte dos seus adeptos.

Nunca assobiei a Portuguesa mas também nunca me levantei enquanto era tocada num Estádio. Normalmente ficava sozinho nessa atitude mas nunca seria acusado criminalmente por isso. A selecção não deve servir para aproveitamentos políticos. O simples entoar do hino do país é, em si mesmo, um gesto político. Num país de várias nações, mais do que não me levantar, assobiaria um hino e um rei ou príncipe que não considerasse meus. É que o futebol é feito de pertenças, goste-se ou não.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Casa Pia vence jogo lamentável

20/5/2012
CASA PIA AC-REAL SC 1-0
Arb:Pedro Nascimento (AF Coimbra)
Casa Pia-Miguel Soares; Pala, Leandro, Coito e Zinho (cap.); Gonçalo (Canha 90'+6), Ivo (Ricardo Dâmaso 66') e Miguel Lourenço; Faísca, Eurico e Moisés (Pauleta 89')
Tr.José Viriato
Real-João Ascenso; David Rosa (Tiago Gonçalves 75'), Jibril, Bruno Lourenço e Paulinho; Dino (cap.), Kikas e Luís Carlos (Michael 66'); Miguel Gonçalves, Hugo Dias (Mota 55') e Alcides
Tr.João Silva

Durante cada jogo que acompanho, costumo registar os momentos de maior destaque. No fim, é habitual ter entre vinte e trinta "apontamentos". No jogo do passado domingo no Pina Manique, o total foi cinco, todos na primeira parte e um deles dizia apenas "jogo fraco".

Num jogo em que a vitória do Real poderia adiar a decisão de subida para a última ronda, a equipa raramente conseguiu colocar em campo o futebol a que nos habituou na segunda metade da época. A equipa do Casa Pia esteve pouco melhor mas, até chegar ao golo, foi a melhor equipa em campo. Aos 5', pela esquerda, Moisés remata mas João Ascenso defende para canto. Do canto, Pala salta sózinho mas a bola sai ao lado. O Real não conseguia ter posse de bola. Quando a tinha, não jogava pelo chão como tão bem sabe. Entretanto, o Casa Pia recorria a faltas que o árbitro foi assinalando sem mostrar cartões. Exemplo disso foi uma entrada a pé juntos de João Coito. Apesar da pouca posse que conseguiu ter, o Real acaba por sofrer um golo num lance que começa num livre a seu favor marcado por Luís Carlos. Ivo coloca a bola em Faísca que tabela com Eurico e assiste Moisés. O Real acusou o golo sofrido e o melhor que conseguiu foi, aos 29', por Alcides, num remate à entrada da área para defesa fácil de Miguel Soares. O Casa Pia continuava a entrar com alguma facilidade na defesa visitante mas sem criar perigo. O Real só iria mostrar algum do futebol que costuma praticar nos últimos minutos da primeira parte. Após cruzamento de Kikas, Miguel Gonçalves surge ao segundo poste e está muito perto do empate. Em cima do intervalo, o árbitro Pedro Nascimento mostra o primeiro cartão, no caso ao lateral direito do Casa Pia, Pala. Seria o primeiro de onze!


Se a primeira parte foi fraca, a segunda não existiu em termos futebolísticos. O médio Gonçalo voltou a ser protagonista por maus motivos. Jugo que cair sistematicamente não se coaduna com os valores casapianos mas esse é um assunto para o Casa Pia tratar. As atitudes do médio do Casa Pia, a par do mau posicionamento e insegurança revelados pelo árbitro, estragaram o jogo que já era fraco. A perder e sabendo que só a vitória interessava, a equipa do Real foi entrando no "jogo" do Casa Pia. Os cartões foram aparecendo e, aos 86', Paulinho faz falta sobre Gonçalo junto à linha lateral e à área do Casa Pia e vê o segundo amarelo. Para um árbitro que passara a primeira parte a perdoar cartões não estava mal. Nos momentos que se seguiram à expulsão do Real, as coisas ainda pioraram. Leandro e Miguel Gonçalves envolveram-se de uma forma que as imagens não documentam. Ao longo destes anos, assisti seguramente a uma ou duas centenas de jogos em que alinhou Miguel Gonçalves. Em nenhum assisti a nada sequer próximo da reacção revoltada que o jogador teve no domingo. Nesse sentido, todo o benefício da dúvida vai para Miguel. O árbitro decidiu expulsar os dois jogadores. Lamentável ainda foi a forma como Leandro atravessou o campo já depois de dele ter saído, demorando ainda mais a substituição de Moisés por Pauleta.

O resultado manteve-se até ao fim e de nada serviu às duas equipas. A equipa do Oeiras empatou no último minuto em Pero Pinheiro e garantiu a subida inédita à 2ªDivisão.

domingo, 20 de maio de 2012

Chelsea, Académica e Fofó

Ontem, a Final da Champions premiou o cinismo evidenciado pelo Chelsea de Di Matteo e que já tivera Nápoles, Benfica e Barcelona por vítimas. É claro que a justiça e o futebol nem sempre andam de mãos dadas. É uma evidência e que também é válida noutros sectores de actividade e em todos os aspectos da vida de cada um de nós. Mas é precisamente por isso que, e chamem-me "purista" se quiserem, prefiro o justo ao injusto, o merecido ao imerecido.

Hoje, a Briosa fez História no Jamor. Como já referira noutro post, passa a ser um dos clubes com maior tempo de espera entre duas conquistas na Taça - 73 anos. Mas o que relaciona a Académica ao Chelsea é outra coisa. A Briosa fez o Sporting provar o seu próprio veneno, revelando a quem ainda não tinha percebido, que este Sporting não sabe jogar se lhe fecharem os espaços. Ou seja, se os adversários jogarem "à Sporting". A vitória da Académica foi justa, pelo menos nesta perspectiva.

Quanto ao popular Fofó, depois de, na época passada, ter perdido o título do escalão principal da AF Lisboa para o Pero Pinheiro de uma forma já muito discutida, garantiu ontem o regresso à 2ªDivisão, escalão onde já não actuava desde 1952. Por outro lado, foi apenas o quinto clube que desde o 25 de Abril conseguiu subir dos Distritais à 2ªDivisão em duas épocas consecutivas. Os pioneiros foram o Estrela da Amadora (77-79), o Alverca (86-88), o Loures (88-90) e o Odivelas (1999-2001).

Por motivos diferentes, as vitórias da Académica e do Fofó compensam a injustiça que senti com a vitória do Chelsea em Munique. O futebol também é feito destes aspectos.

sábado, 19 de maio de 2012

Longa se torna a espera

Sabendo que a Académica conquistou a primeira Taça de Portugal (1938/39), conclui-se que uma vitória amanhã no Jamor faria com que os dois títulos da briosa tivessem 73 anos a separá-los. Foi partindo deste número que me questionei sobre outros casos de longos intervalos entre dois títulos.

Quando Mourinho conquistou a Premier League ao serviço do Chelsea, foram referidos os 50 anos desde a anterior conquista dos Blues de Londres. Já esta época, Mancini levou o Manchester City ao título 44 anos após o último. Mas estes números estão bem distantes dos máximos.

Da recolha que efectuei, encontrei os seguintes casos em que a espera entre dois títulos foi de várias gerações. Aqui ficam apenas aqueles em que a espera foi de, pelo menos, 70 anos.

Liga
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96 anos-St Gallen (Suiça) 1904-2000
Comanda a 2ªDivisão suiça estando o regresso ao escalão máximo próximo.

88 anos-Cliftonville (Irlanda do Norte) 1910-1998
Um dos vários clubes de Belfast, terminou no terceiro posto e irá disputar a primeira ronda de qualificação para a Liga Europa.

81 anos-Blackburn (Inglaterra) 1914-1995
Terminou a época da Premier League em posição de descida.

78 anos-Skenderbeu (Albânia) 1933-2011
O nome do clube de Korce (sul da Albânia) homenageia o herói nacional Skanderbeg que, no século XV, se revoltou contra os otomanos. Depois de 78 anos à espera de novo título de campeão, repetiram a proeza esta época.

71 anos-Aston Villa (Inglaterra) 1910-1981
Esta época foi horrível, tendo terminado em 16º lugar, com apenas 7 vitórias nos 38 jogos disputados na Premier League.

Taça
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78 anos-Real Sociedad (Espanha) 1909-1987
Em 1909 usaram o nome Club Ciclista de San Sebastian devido a problemas de inscrição.

70 anos-Sochaux (França) 1937-2007
Está um ponto acima da linha de água e recebe amanhã o Marselha.
O já referido Cliftonville (Irlanda do Norte) também esperou 70 anos entre duas conquistas na Taça - 1909-1979.

Por aqui se vê que uma vitória da Académica colocaria o clube de Coimbra num lugar cimeiro de um ranking pouco invejável. Ainda assim, constar deste ranking significa que estes clubes subsistiram durante décadas, fazendo parte de memórias de várias gerações e esse é um um factor de orgulho que não está ao alcance de todos.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Assistências médias

Há aspectos que as análises de médias não contemplam. Por exemplo, não é o mesmo ter um Porto-U.Leiria a meio da época ou a poder determinar o título, por exemplo. Ainda assim, permite perceber a diferença entre a performance desportiva e a adesão dos adeptos. Os exemplos que se destacam são o Marítimo (melhor classificação/menor média de espectadores) e a Académica em que, apesar da época conturbada, teve a sétima melhor média de assistência, confirmando ser um clube com uma massa adepta fiel. Aqui fica o quadro completo.

Clube/Assistência Média por jogo (milhares)/Classificação Final/Ranking Assistência

terça-feira, 15 de maio de 2012

A subida é por aqui

13/5/2012
REAL SC-C FUTEBOL BENFICA 2-1
Arb:André Narciso (AF Setúbal)
Real-João Ascenso; David Rosa (Amar 76'), Jibril, Bruno Lourenço e Paulinho; Dino (cap.), Kikas e Luís Carlos (Mota 76'); Ventura (Michael 69'), Miguel Gonçalves e Alcides
Tr.João Silva
Futebol Benfica-Formiga; Naia, Gerson, Zé Mário e Vital (cap.); Batista (Martinho 72'), Diogo Calheiros e Fayad; Pedro Silva (Adilson 45'), Pina e Frutuoso (André 72')
Tr.Pedro Barroca

Uma vitória do Fofó significava carimbar a subida à 2ªDivisão, escalão onde não compete desde 1951/52. Assim, não surpreendeu a presença do muito público vindo de Benfica. Para o Real, o jogo era a primeira de três possíveis finais em que só a vitória interessa. Não se pode dizer que o jogo tenha sido de qualidade acima da média habitual para a 3ªDivisão, mas valeu pela emoção que se viveu até ao apito final. Logo a abrir, Miguel Gonçalves tenta o chapéu a Formiga mas a bola sai ao lado. Aos 14', entrou em acção a terceira equipa presente em campo e chefiada pelo árbitro André Narciso. O árbitro assistente levanta a bandeirola, considerando que João Ascenso segura a bola fora da área. Nem as imagens esclarecem o lance mas a convicção do árbitro assistente teve a ajuda dos adeptos do Fofó. Do livre sai o primeiro golo do jogo, com o capitão Vital a desferir um forte remate que surpreendeu o guardião do Real. Na resposta, Alcides finaliza para fora um lance em que a bola foi cabeceada de Dino para Bruno Lourenço e deste para o avançado guineense. Aos 24', Naia derruba Alcides na área. Bem colocado, o árbitro manda seguir. Três minutos depois, a bola sobra para Ventura que está perto de fazer o empate que não tardaria. Aos 31', canto marcado por Luís Carlos e Bruno Lourenço a antecipar-se a Gerson e a Formiga para o empate. Era o repôr de alguma justiça no marcador, dado que o Real era a única equipa à procura do golo. Aos 37', Miguel Gonçalves surge isolado mas remata fraco e à figura de Formiga. Do lado do Fofó, apenas aos 40' se registou um lance de perigo. Bom lance de Pedro Silva com a bola a ficar para Frutuoso rematar cruzado para boa defesa de João Ascenso. Logo depois, Miguel Gonçalves surge novamente isolado mas o remate sai ao lado. O jogo ía empatado para o intervalo mas o resultado era afortunado para o Fofó.


Para a segunda metade, Pedro Barroca troca Pedro Silva por Barroca mas a alteração não surtiu o mesmo efeito que teve no jogo da primeira volta desta fase de subida, muito por culpa de Paulinho, lateral do Real. No entanto, o Real tem um início de segundo tempo em que parecia ter deixado de jogar o seu futebol, entregando-se a um jogo mais directo, bem mais do agrado do Fofó. O primeiro lance de algum perigo foi visitante, com o remate cruzado de Fayad ao lado (58'). Quando voltou a jogar o que sabe, o Real voltou a criar lances dignos de registo. Aos 61', Kikas entra pelo meio mas remata à figura de Formiga. Seis minutos depois, Luís Carlos ganha um lance a Vital junto à bandeirola de canto e o capitão do Fofó recorre à falta, o que lhe vale o segundo amarelo e consequente expulsão (67'). A equipa visitante reagiu bem à expulsão do seu capitão e, aos 72', Pina cai na área num lance com Bruno Lourenço. O árbitro voltou a mandar jogar. Foi preciso esperar dez minutos para assistir a novo lance de perigo quando o "jovem" Miguel Gonçalves entrou pela direita e rematou para grande defesa de Formiga. Três minutos depois, mão de Diogo Calheiros e o árbitro mostra o segundo amarelo ao antigo capitão do Real. O Fofó ficava reduzido a nove jogadores a cinco minutos do fim do tempo regulamentar. A equipa da casa continuava em busca da vitória mas os visitantes fechavam-se bem. De longe, Jibril remata um pouco ao lado. Foi já no terceiro dos cinco minutos de compensação que surgiu o golo que ditou a vitória do Real. O júnior Mota marca o canto, Formiga ainda toca a bola para a frente mas Jibril faz o golo que daria os três pontos ao Real.


Para além dos dois lances nas áreas já mencionados, o critério disciplinar de André Narciso foi duvidoso. Na equipa da casa, Miguel Gonçalves viu amarelo numa falta normal a meio campo. No minuto anterior, uma troca de palavras entre o jogador e o árbitro antecipava que este iria admoestar o jogador do Real logo que pudesse. Tão previsível como criticável. No caso de Bruno Lourenço, o central do Real viu amarelo já em período de compensação por atraso na reposição da bola em jogo. Poderia ter visto amarelo mais cedo pois teve de recorrer algumas vezes à falta. Do lado do Fofó, apesar de ter terminado reduzido a nove jogadores, os segundos amarelos poderiam ter surgido mais cedo, principalmente no caso de Vital.

Pela positiva, destaco a prestação de Kikas. O jovem médio formado no Sporting voltou a demonstrar ter qualidade para jogar num escalão bem acima da 3ªDivisão. Uma nota final para os festejos do Fofó no final da partida. Foram prematuros. Falta um ponto para não precisarem de calculadora. A resolver no próximo sábado frente a um Sintrense que já não conta para estas contas. Quanto ao Real, vai jogar mais uma final ao Pina Manique e esperar que o Oeiras perca em Pero Pinheiro. Se Real e Pero Pinheiro vencerem, a última jornada terá um escaldante Real-Pero Pinheiro com os ouvidos no Oeiras-Futebol Benfica.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sintrense afastado da subida

6/5/2012
SU SINTRENSE-REAL SC 0-1
Arb: Miguel Jacob (AF Setúbal)
Sintrense-Tiago Rodrigues; Viegas, Ricardo, Marco Semedo e Rui Loures (Abiud 45'); Bobó (Nélson 31'), Emanuel (cap.) e Miguel (Cleiton 65'); Telmo, Manuel Liz e Nimés
Não utilizados - Fábio, João Santos, Delgado e Jorge Gomes
Tr. Luís Loureiro

Real-André Martins; David Rosa, Jibril, Bruno Lourenço e Paulinho; Dino (cap.), Kikas, Miguel Gonçalves e Hugo Dias (Tiago Gonçalves 73'); Alcides (João Ascenso 17') e Caramelo (Luís Carlos 45')
Não utilizados - Bino, Araújo, Mota e Ventura
Tr. João Silva

Logo a abrir o jogo, Miguel Gonçalves esteve perto do golo. Houve bem mais Real do que Sintrense na fase inicial. Aos 10', Kikas ganha a linha de fundo a Marco Semedo e cruza para Caramelo desperdiçar o que teria sido o primeiro golo do Real. Quatro minutos depois, o jogo parecia mudar de forma decisiva. Na sequência de uma bola perdida pelo capitão Dino, esta sobra para a corrida a dois entre André Martins e Nimés. O guarda-redes chega primeiro e desvia a bola. As imagens não permitem esclarecer se o fez com o braço ou com o peito. Sendo fora da área, o árbitro assistente assinalou de imediato e Miguel Jacob expulsou o guardião do Real. João Silva tira Alcides para colocar o suplente João Ascenso. Mesmo contra um Real reduzido a dez, o Sintrense continuou a não criar perigo. Num lance parecido com o golo que sofrera em Pero Pinheiro, o Real chegaria à vantagem. Aos 23', Miguel Gonçalves passa a linha de meio campo e, bem longe da área, e vendo Tiago Rodrigues adiantado, faz um chapéu que ditaria o resultado da partida. Seis minutos depois, num lance individual, Hugo Dias passa por Rui Loures e remata ao poste no que teria sido um grande golo. Aos 35', assiste-se ao lance que melhor ilustrou a desorientação que a equipa de arbitragem da associação setubalense patenteou em vários momentos da partida, ao transformar em canto um lance em que até os jogadores do Sintrense já recuavam no terreno.


Para a segunda metade, Luís Loureiro troca Rui Loures para fazer entrar Abiud, enquanto João Silva foi forçado a retirar o avançado Caramelo e a colocar Luís Carlos em campo. Jogava-se o minuto 53' quando o Sintrense criou a sua primeira ameaça à baliza do Real. Num dos diversos lances em que a bola foi colocada na área pelo ar, Abiud cabeceia mas João Ascenso faz a mancha. Na recarga, Nimés coloca por cima. Pouco depois, bom lance individual de Nélson mas o remate saíu por cima. Cinco minutos depois, Nimés ganha espaço na área após um lançamento lateral mas o remate é defendido pelo seguro João Ascenso. O período era de assédio sintrense à baliza do Real. Num canto, Dino cai na área e a bola sobra para Nimés cabecear ao lado. Aos 64', após uma recuperação de Kikas a meio campo, a bola chega a Luís Carlos que faz um chapéu a Tiago Rodrigues que ainda bate na barra. Na resposta, Abiud cabeceia ao lado. O jogo estava dividido. Aos 68', Manuel Liz cruza para a área e a bola bate na barra. Na resposta, Luís Carlos recebe de Hugo Dias e, à entrada da área, remata de primeira por cima. Aos 71', Abiud cabeceia solto na área após um canto marcado por Manuel Liz mas João Ascenso defende. Pouco depois, Kikas recupera (mais) uma bola no meio-campo e coloca em Hugo Dias pela direita. Miguel Gonçalves leva consigo um dos centrais do Sintrense, abrindo espaço no meio. Ao mesmo tempo, Luís Carlos surge pela esquerda mas Hugo Dias opta pelo remate que sai ao lado. Aos 76', Nimés cabeceia para excelente defesa de João Ascenso.

O Sintrense continuou a colocar bolas na área procurando o desvio de um dos avançados presentes na área do Real mas a defesa forasteira ganhou mais lances do que perdeu. Aos 87', Marco Semedo pisa Dino mas Miguel Jacob limitou-se a mostrar amarelo. Já em período de compensação, o guarda-redes Tiago Rodrigues agride Miguel Gonçalves numa reposição de bola. O árbitro nada assinalou. Na sequência do lance, Abiud surge isolado mas João Ascenso defende mais uma vez. O jogo terminaria com a vitória da equipa mais coesa e criativa em campo. Apesar da inferioridade numérica, o Real demonstrou ter melhor conjunto e afastou a equipa de Sintra da subida de divisão.


Durante toda a partida, o jogador em maior destaque no Sintrense foi Manuel Liz. Rápido e tecnicista, travou duelos muito interessantes com a defesa do Real, em particular com o lateral Paulinho. No cômputo geral, o jovem jogador do Real voltou a mostrar a sua qualidade e polivalência.

Com a vitória em Sintra, o Real está ainda na luta pela subida apesar de não depender apenas de si para lá chegar. Faltam três jornadas que serão três finais.

sábado, 5 de maio de 2012

Nuno Alvo dá vitória ao Oeiras


29/4/2012
REAL SC-AD OEIRAS 0-1
Arb:Nuno Alvo (AF Algarve)
REAL-André Martins; David Rosa, Jibril, Araújo e Paulinho; Dino (cap.)(Bruno Lourenço 45'), Kikas, Miguel Gonçalves e Ventura (Amar 70'); Alcides e Caramelo (Hugo Dias 78')
Tr. João Silva
OEIRAS-Rui Santos; Pedro Ferreira, Lima (cap.), Nuno Abreu e Carlos Alves; Cuca; Damil, Edson e Leonel (Vítor 90'); Jorge Cordeiro (Bruno 88') e Nélson (Jean 70')
Tr. Paulo Mendes

O jogo da última jornada não foi de grande qualidade mas teve lances polémicos. O Real foi quase sempre a equipa mais perigosa, enquanto o Oeiras se apresentava de forma algo cautelosa, talvez ainda marcado pela derrota pesada sofrida no último encontro entre as duas equipas. Aos 16', Kikas remata cruzado, Rui Santos desvia e a bola passa ligeiramente ao lado do poste (16'). O perigo voltaria a estar próximo da baliza visitante aos 30', quando Paulinho subiu pela esquerda e cruzou para remate de Caramelo por cima. Nove minutos depois, foi Miguel Gonçalves a cruzar para a área, onde Ventura cabeceou para defesa fácil de Rui Santos. No minuto seguinte, Ventura coloca para Kikas aparecer de trás e rematar ligeiramente por cima. O Real estava muito perto do golo quando entrou em cena o árbitro algarvio. Em cima do minuto 45', Cuca derruba Miguel Gonçalves no miolo, o árbitro faz a sinalética da "lei da vantagem", a bola sobra para Kikas que sofre falta do mesmo Cuca, mas o árbitro nada assinala. A bola sobra para Damil que desfere um pontapé fantástico que bate André Martins. Já aqui cometi uma gaffe técnica, quando me referi a um cartão mostrado a Dino no Real-Sacavenense da 1ªFase. Na altura, acabei por ser corrigido. Que alguém me esclareça desta vez, naquilo que me parece ser não apenas um erro de facto mas também um erro técnico que teve impacto decisivo no resultado e, quem sabe, na disputa da subida.


Na segunda parte, a toada do jogo manteve-se inalterada. Só esporadicamente o Oeiras chegou à área do Real. O melhor exemplo ocorreu aos 68'. Damil coloca na área, surgindo Jorge Cordeiro nas costas de Bruno Lourenço, a rematar à figura de André Martins. O Real continuava mais persistente mas sem criar perigo para as redes do Oeiras. O perigo surgiria já numa fase final da partida. Primeiro foi num livre em que Hugo Dias coloca a bola na barra (83'). No minuto seguinte, o central Araújo surge na área do Oeiras mas acaba por fazer de central. Num jogo em que o árbitro Nuno Alvo mostrou um critério disciplinar difícil de entender, Jean, avançado do Oeiras viu dois amarelos em apenas seis minutos. Com tanto jogo faltoso a que se assistiu, não se compreende. Em cima do minuto 90', o árbitro assinalou mão de Nuno Abreu para penalty. Na conversão, Alcides remata para a direita de Rui Santos que defende (90'). De imediato, Carlos Alves, lateral-esquerdo do Oeiras vai festejar junto do seu adversário. Inadmissível atitude a que Alcides respondeu da melhor forma ao não responder. O Real desperdiçava mais uma grande penalidade e perdia o jogo. Amanhã, o Sintrense-Real poderá ditar o afastamento definitivo da subida de uma das equipas, ou mesmo das duas, no caso do resultado final ser um empate.