domingo, 31 de março de 2013

Há coisas que nunca mudam

A U.Leiria deslocou-se ontem ao Francisco Lázaro com hipóteses matemáticas de atingir a subida. Apesar do Fofó já ter cinco derrotas caseiras, nunca é fácil jogar no Francisco Lázaro. Os donos da casa têm, por tradição, equipas guerreiras daquelas que nunca desistem em busca da vitória.

No primeiro minuto, num lance de que não tenho imagens, Ricardo Pereira fura pela esquerda e oferece o golo a Seba. O jogador formado no Sporting voltaria a ter duas belas chances para marcar. Primeiro aos 14' com Hugo Cardoso a impedir o 2-0. Depois à passagem do minuto 27 com um remate que sai ao lado.

Aos 33', surgiu a resposta leiriense. Livre apontado para a área do Fofó onde Kiki cabeceia ao poste. A bola ainda ficou em zona perigosa até ser aliviada pela defesa da casa. Quatro minutos depois, numa fase em que os forasteiros buscavam o empate e conquistavam canto atrás de canto, Tiago Pires cabeceia ligeiramente ao lado do poste direito à guarda de Fábio Monteiro. Até ao intervalo, apesar da equipa da U.Leiria continuar a ser a que procurava jogar um futebol apoiado, era a equipa da casa a manter a vantagem.

A igualdade chegaria ao minuto 52. Baldé e Gerson vão à bola e chocam no meio-campo. A bola sobra para Coça que coloca em Hélio Vaz que, em grande estilo, faz o empate. Doze minutos depois, cruzamento largo para cabeceamento por cima de Coça. Era a U.Leiria que procurava chegar à vitória mas não voltaria a criar perigo. Os técnicos mexeram nas equipas a partir do banco mas seria a segunda alteração de Pedro Barroca a tonar-se decisiva. Na primeira vez que tocou na bola, Frutuoso fez o golo que daria os três pontos ao Fofó. Baldé cruza da direita e Frutuoso, nas costas de Kiki, finaliza de cabeça sem hipóteses para Hugo Cardoso. Na reposição, Frutuoso faz uma falta sobre Serginho e vê amarelo. Frutuoso com a eficácia extraordinária habitual e a tendência de sempre para os cartões. Durante os 3' de compensação concedidos por Luís Catita (arbitragem sem mácula), registo apenas para o segundo amarelo a Emiliano por agarrar um adversário que saía para o ataque.

Frente ao futebol rápido e directo praticado por um Fofó que mantém a sua identidade, a U.Leiria não teve hipóteses. Com esta vitória e a derrota caseira do Oeiras frente ao Casa Pia, o Fofó tem nove pontos de vantagem sobre a equipa da linha, pelo que só uma catástrofe nas quatro jornadas que faltam poderia conduzir o Fofó de volta aos Distritais. Quanto à U.Leiria, está a onze pontos de distância do Mafra, pelo que os doze que estão ainda por disputar serão insuficientes para a luta pela subida à Liga de Honra.

+
Mustafá - a jogar a central pareceu um relógio suiço. Não faz nada de  espectacular mas está sempre no sítio certo e é de uma eficácia impressionante.

Hélio Vaz - o golo apontado pelo jovem montijense é daqueles dignos de qualquer campo onde se jogue futebol.

Dobradinha à vista

Para além de comandar a Divisão de Honra da AF Lisboa, o Loures apurou-se na passada sexta-feira para os Quartos-de-Final da Taça da associação lisboeta. Como o calendário completo desta prova é definido logo no início da época, a eliminatória Vialonga-Loures poderia abrir as portas da Final ao vencedor. Vejamos.

O Loures irá receber o Fontaínhas (1ªDivisão) nos Quartos-de-Final. Se a lógica imperar, voltará a jogar em casa o acesso à Final de 9 de Junho frente ao vencedor do Cacém-Alverca. Do outro lado, estará um de quatro clubes - Ponterrolense, Igreja Nova, Mem Martins ou Vila Franca do Rosário.

Em teoria, tudo aponta para uma Final Loures-Ponterrolense a não perder.


sábado, 30 de março de 2013

Assim não

1. É inevitável. Em todas as épocas desportivas, há clubes que disputam as ultimas jornadas, sabendo do seu destino. Desde um título já garantido até uma descida de divisao inevitável, os destinos sao variados. Ainda assim, os jogos só perdem interesse competitivo se os adversários também tiverem destinos já definidos. Quando ambos têm a situação definida, só mesmo a dignificação da camisola está em causa, excepto em casos de rivalidade acentuada. Um Benfica-Sporting é sempre apetecível, seja qual for a situação dos dois clubes.

2. Com a extinção da Terceira Divisão Nacional, a FPF teve de proceder a ajustes na estrutura do futebol, nomeadamente no tema subidas e descidas. Dificilmente se chegaria a uma solução que fosse aceite por todos. Mas poder-se-ia ter evitado uma solução que conduz a isto.

Desde o inicio da época que se sabia mas só agora irá acontecer. Sem contar com a Série Açores, jogar-se-ão 180 jogos entre clubes que já sabem o seu destino para a próxima época. As últimas jornadas da primeira fase já tinham dado alguns sinais.

Na Série A, o já relegado Melgacense levou doze do Ronfe e em casa. Parece que alinhou com juniores de primeiro ano... Na Série E, o Cartaxo foi à Medideira derrotar o Amora por 3-2. Se esta não tivesse sido a primeira vitória ribatejana em toda a época ou o Amora tivesse ainda hipóteses de apuramento, seria estranhíssimo. Mas desta forma é 'natural'...

3. A Federação fez contas e colocou algum 'sal' nos jogos entre os clubes que vão descer. Parece que o primeiro (já li os dois primeiros) competirá na Taça de Portugal na próxima época. Para além de ser um volte-face relativamente à exclusão dos clubes dos Distritais decidida há meia dúzia de anos, encerra outro risco.

A descida de divisão tem vindo a provocar o fim do futebol sénior em alguns clubes. Ninguém pode garantir que os clubes apurados para a Taça de Portugal 2013/14 tenham sequer equipa sénior a competir. Num cenário destes, teríamos clubes apurados sem disputar qualquer partida por ausência de adversários.

4. A disputa da fase de subida à 2ªDivisão foi, até à época passada, motivo de interesses diversos. Mesmo a disputa do terceiro posto era importante pois a possibilidade de desistências nos escalões superiores poderia implicar repescagens.

5. Há muita gente que considera uma bizarria assistir a jogos abaixo da Liga principal. Cada um tem o seu conceito de bizarria. De tantas vezes que ouvi 'bocas' destas, dei por mim a fazer uma espécie de auto-análise. Concluí que nunca assisti a um jogo, independentemente do escalão, sem um nível mínimo de competitividade. Dito de outra forma. Nunca assisti a um jogo que não fosse relevante para a disputa de um título, para a subida ou descida de divisão.

6. Assistir a um A-dos-Cunhados - Águias de Camarate que dita a subida de divisão do vencedor é, a meu ver, bem mais interessante do que qualquer um destes 180 jogos.

7. A FPF poderia e deveria ter feito as coisas de forma distinta. Clubes, técnicos, jogadores e adeptos mereciam muito mais. Enquanto apaixonado por Futebol sem qualquer poder ou influência nestas decisões, sobra-me a capacidade de decidir não assistir a nenhuma destas partidas.

Mafra a caminho da Honra

Esta sexta-feira, o Mafra venceu no Carregado por 4-0, numa das finais que disputará até ao final da época. No domingo passado, assisti à partida frente ao Quarteirense e gostei do que vi. Não que o Mafra tenha feito uma grande exibição, mas mostrou ser uma equipa bem organizada e com bons jogadores em todas as posições. Elói Zeferino, técnico que já conduziu o Carregado à Liga de Honra, prepara-se para repetir a façanha.

Frente ao Quarteirense, o Mafra contou com Godinho na baliza, André Oliveira e Hugo Monteiro nas laterais e os centrais Samiro e Marco Baixinho. No miolo, Leo e Tiago Costa garantem segurança e espaço para o quarteto da frente. Aí, Pedro Dionísio e Tuga jogam nas alas e Nuno Gomes e Luís Tavares na frente. Apesar da entrada forte do Quarteirense, com a conquista de vários cantos, o Mafra assumiu o jogo.

Aos 15', Tuga coloca em Nuno Gomes que remata por cima. O Mafra chegaria ao golo perto da meia hora. O capitão algarvio coloca a mão na bola em plena área. Na marcação, Leo não dá hipóteses a Joel, guardião que revelaria qualidade ao longo do jogo. Até ao intervalo, só daria Mafra. Pouco depois do golo, Tuga cruza para a área, onde a bola acaba por sobrar para Pedro Dionísio. O lance perdeu-se porque Joel saíu rápido e impediu o segundo golo do Mafra.

Aos 35', Tuga bate Mário Pessoa, cruza para a área onde Nuno Gomes primeiro e Luís Tavares depois, não conseguem desviar para golo. Cinco minutos depois, Nuno Gomes cabeceia junto da marca de grande penalidade mas Joel volta a negar o segundo golo ao Mafra.

Para a segunda parte, Marito, treinador do Quarteirense, troca Madeira por Markito. Logo ao quarto minuto, grande lance do Quarteirense, talvez o melhor de todo o jogo, com a intervenção de vários jogadores mas onde Markus foi decisivo. No entanto, a finalização de Markito não foi eficiente.

O jogo passou então por uma fase menos agradável. Só aos 66', voltaria a registar-se um lance de perigo. Livre apontado por Hugo Évora para a área onde Nicola consegue isolar-se perante Godinho, mas o guardião do Mafra faz bem a mancha evitando o empate.

Apesar de alguma intranqulidade do Mafra por ter uma vantagem mínima, o Quarteirense não voltaria a criar perigo. Entrado aos 57' para o lugar de Luís Tavares, seria Alisson a estar na origem dos dois últimos lances de perigo do Mafra.

Primeiro aos 87', num livre directo ao poste. Depois, já em período de compensação. Ganha a linha de fundo perante Hugo Évora e cruza, mas Tiago Rente falha o desvio para as redes.

Ficam a faltar quatro finais, sendo que apenas uma delas será disputada longe do Mário Silveira. O Mafra irá receber 1ºDezembro e Oriental, deslocar-se-á a Fátima e termina com uma recepção ao Sertanense.

sábado, 23 de março de 2013

Sertanense em grande

O Sertanense demonstrou em Oeiras porque ocupa a quinta posição da classificação da Zona Sul e tem, pelo menos matematicamente, ainda hipóteses de discutir a subida. Bem orientada por João Sousa, a equipa revelou organização e criatividade na frente. O central António (com experiência de Honra pelo Rio Ave e Ovarense) foi o esteio defensivo da equipa. Renato (médio com passagens pelo Mafra, Odivelas e Pinhalnovense, entre outros) até marcou o primeiro golo. Continua a ser daqueles médios de baixa estatura mas chatos para os adversários e que nunca se esconde do jogo. O pequeno médio Alex (com breve passagem pelo Covilhã na Liga de Honra) também esteve bem e saíu muito chateado aos 75'. Mas o jogador que mais se mostrou foi Leonel. Extremo rapidissimo com passagens pelo Ol.Moscavide, Operário dos Açores, Tondela e Mafra, foi sempre um perigo para a defesa do Oeiras. A lutar pela permanência, a equipa da casa perdeu o jogo essencialmente pela falta de eficácia revelada. Nesse aspecto, fica a sensação de que falta um finalizador. A tarefa da manutenção não será fácil.

sábado, 16 de março de 2013

Destinos distintos

10/3/2013
SG SACAVENENSE-REAL SC 2-0
Arb:Eugénio Arez (AF Algarve)
Sacavenense-Hugo; Beto, Runa (Cap.), Alassane e Bebé; Manuel, Neio e Serginho; Leo, Beirão e Leo
Tr.Nuno Carvalho
Real-André Martins; David Rosa, Jibril (Cap.), Araújo e Paulinho; Milton, Ladeiras e Tiago Morgado; Tomás, Miguel Cardoso e Pratas
Tr.João Silva

Sacavenense e Real encontraram-se no passado domingo sabendo que a equipa que saísse derrotada desceria de divisão. Para o Real isso era seguro, para o Sacavenense era muito provável. A vitória do Sacavenense revelar-se-ia fundamental para o apuramento do clube da casa para a disputa da subida de divisão. Uma vitória do Real não teria alterado o seu destino, dado que o Pero Pinheiro conseguiu sair de Ponte de Sôr com os três pontos.

Foi o Real a primeira equipa a criar perigo quando, aos 7', após a marcação de um canto, Pratas desviou de cabeça ao lado. Mas o jogo foi desde muito cedo pautado por disputas no meio campo e sem grandes rasgos de perigo de parte a parte. Foi num lance algo confuso que o Sacavenense chegou à vantagem. Ao minuto 18, a bola sobra para Beirão que bate André Martins.

Num jogo em que a vitória era obrigatória e até poderia ser insuficiente, o Real não conseguiu reagir ao golo sofrido. Até ao intervalo, para além da entrada do experiente Pedro Neves (antigo jogador do Alverca de 1ª) para o lugar de Neio, registo apenas para dois remates. Primeiro foi David Rosa a rematar ao lado. Depois foi Serginho.

Para a segunda parte, João Silva deixa Milton e Ladeiras no balneário e faz entrar Ventura e Caramelo. Voltaria a ser o Real a primeira equipa a criar perigo. Aos 48', excelente remate de fora da área de Miguel Cardoso ao poste. A bola ainda sobra para Tomás, que cruza para cabeceamento perigoso de Pratas ao lado. A fazer companhia a Pratas na frente de ataque, Caramelo começava a ganhar algumas bolas nas alturas, mas os lances não resultavam em perigo para as redes do Sacavenense.

Aos 56', Elvis coloca em Leo que fura entre David Rosa e Araújo. O pequeno avançado do Sacavenense fica frente a André Martins mas não consegue ultrapassar o guardião do Real. Três minutos depois, Elvis sai para a entrada de Maurício. À passagem do minuto 64, Tomás surge em posição de remate do lado direito mas o canhoto hesita e o lance perde-se. Quatro minutos depois, contra-ataque sacavenense volta a colocar Leo face a André Martins. O avançado ultrapassa o guarda-redes mas David Rosa recupera a tempo de impedir o segundo golo do Sacavenense. Aos 72', João Silva esgota as alterações, trocando Pratas por Sérgio. No minuto seguinte, Pedro Neves cabeceia para o segundo golo respondendo a um cruzamento da direita. Numa altura algo morta da partida e em que o Sacavenense estava há muito numa postura de contenção, o Real ficava a três golos da vitória na partida.


Quatro minutos depois, Serginho sai para a entrada de Moita. Durante o tempo regulamentar, destaque para novo remate de Miguel Cardoso de fora da área para defesa de recurso de Hugo. Nos cinco minutos de compensação concedidos pelo árbitro Eugénio Arez, entre os amarelos a Maurício e Alassane por demora na reposição da bola em jogo, destaque apenas para um lance do Real. Paulinho ganhou a linha de fundo, cruzou para a área mas Sérgio falhou o desvio para golo.

+
Alassane - após o apito final, o central senegalês aproximou-se de Pratas e confortou o seu antigo colega de equipa.

Paulinho - o único jogador do Real que deixou lágrimas e suor no relvado do Sacavenense. Paulinho foi muito provavelmente o jogador mais regular em toda a época. É, portanto, dos que menos merecia este destino. Numa altura em que é prematuro falar da próxima época, aqui fica uma palavra de conforto a Paulinho e extensível ao plantel. Vocês têm muita qualidade mas a sorte não quis nada convosco esta época. Não desistam.

Sacavenense - à semelhança do Real, o centenário clube de Sacavém apostou numa equipa muito jovem para disputar a última edição de sempre da 3ªDivisão. As dificuldades eram previsíveis mas acabaram por garantir o apuramento. Seria bonito se conseguissem subir.

-
Serginho - o médio do Sacavenense tem tanto de bom jogador como de "malandro". Sistematicamente em busca de confronto, só mesmo uma arbitragem fraquinha o livrou de ver o amarelo durante os 77' em que esteve em campo.

Sacavenense - considerando os resultados que se verificavam nas restantes partidas, a vitória era fundamental. Mas a gestão de tempo foi muito exagerada. Começou logo após a marcação do primeiro golo e acentuou-se com o aproximar do fim do jogo, apesar da vantagem no marcador ter duplicado aos 73'. Risco zero, portanto.

sábado, 9 de março de 2013

Nulo penalizador

3/3/2013
REAL SC-ElÉCTRICO FC 0-0
Arb:André Narciso (AF Setúbal)
Real-André Martins; David Rosa, Jibril (Cap.), Miguel Santos e Paulinho; Milton, Tiago Morgado e Ladeiras; Miguel Cardoso, Tomás e Mota
Tr.João Silva
Eléctrico-Tiago Marinheiro; Balela, Carlos Carneiro, Jojó e Nivaldo; André Dias, David Nunes, Rui Costa e Crisanto; Billy e Yoruba
Tr.Américo Rosa

O nulo final penaliza a falta de capacidade das duas equipas em criar oportunidades de golo. Ainda assim, a haver um vencedor, este só poderia ter sido o Real, a equipa que mais fez por conquistar os três pontos. Pontos que tanta falta fazem para concretizar os objectivos do clube.

Logo ao minuto 3, bom lance pela direita que termina com Ladeiras a rematar de uma posição frontal mas por cima. O Real era a única equipa que atacava mas sem criar perigo. Aos 16', cruzamento de Tomás para cabeceamento fraco e à figura de Miguel Cardoso. Pouco depois, num lance praticamente igual, foi Mota a cabecear ao lado.

Apesar da iniciativa de jogo continuar a pertencer ao Real, a equipa não conseguiu criar chances para marcar. Entre os minutos 35 e 37, assistiu-se a algumas entradas mais duras de jogadores alentejanos, que resultaram em amarelos para Rui Costa e Billy.

À passagem do minuto 43, surgiu a grande chance de golo da primeira parte.  Canto apontado por Tomás e cabeceamento de Miguel Santos que passa pouco ao lado. Antes do apito para o intervalo, Jibril e Yoruba protagonizaram algumas picardias desnecessárias que o árbitro deixou passar sem mostrar cartões.

Para a segunda parte, João Silva substituiu o seu capitão por Araújo. Aos 48', um cruzamento de Miguel Cardoso leva a bola a beijar a barra da baliza à guarda de Tiago Marinheiro. Nove minutos depois, remate de Mota de fora da área que está perto de surpreender o gigante que ocupa a baliza da equipa de Ponte de Sôr.

A resposta alentejana era escassa. David Nunes remata torto e a bola sai mesmo pela linha lateral. Pouco depois, Yoruba remata à entrada da área à figura de André Martins. No minuto 67, amarelo a Crisanto que, já com com o cartão na mão do árbitro, atira a bola para longe em sinal de desagrado. Não percebo porque é que, em lances destes, os árbitros não admoestam o jogador a dobrar. Um jogador que atira a bola para longe com o jogo parado é amarelado, pelo que faria todo o sentido.

Na marcação do livre que se seguiu, apontado por Tomás, Milton cabeceia, Tiago Marinheiro defende e Miguel Santos recarga para o fundo das redes. O árbitro assistente assinala fora-de-jogo e as imagens parecem dar-lhe razão.

João Silva opta por colocar um ponta-de-lança e troca Miguel Cardoso por Caramelo. No Eléctrico, Américo Rosa faz sair André Dias para a entrada de Paéco.

Três minutos depois, Rui Costa vê o segundo amarelo num lance em que Tomás cai. Parece algo exagerado pois o médio do Eléctrico até procura evitar o contacto. No minuto 78, na sequência de um canto, a bola sobra para Mota que remata colocado ligeiramente por cima, num lance em que o guardião do Eléctrico estava batido. No minuto seguinte, Tiago Morgado combina com Paulinho no flanco esquerdo, o cruzamento é parado pelo guarda-redes do Eléctrico mas a bola sobra para Tomás que remata contra o corpo de Tiago Marinheiro. O Real continuava por cima mas não marcava.

Aos 80', sai Mota para entrar Pratas e Billy para a entrada de Alberto. Cinco minutos depois, Yoruba falha cabeceamento num dos raros lances que levaram perigo relativo à área do Real. Pouco depois, a bola passa pela pequena área defensiva do Real sem que surja o desvio.

Ainda antes dos 90', Araújo coloca a bola na área onde Caramelo recebe de costas para a baliza mas não consegue virar quando estava numa posição privilegiada. Nos cinco minutos de compensação concedidos pelo árbitro, para lá da última substituição do Eléctrico (Yoruba por Serginho) e de um amarelo por perda de tempo para o guardião alentejano, nota para um bom lance do Real. A bola passa por David Rosa, Pratas e Tomás antes da finalização de pé esquerdo de Paulinho por cima.

O resultado final penaliza bem mais o Real que continua a lutar por um lugar nos seis que disputarão a subida. Amanhã, o jogo frente ao Sacavenense é decisivo. Para o Real, apenas a vitória interessa. Mas se o Pero Pinheiro vencer em Ponte de Sôr, uma vitória do Real não só não servirá os seus intuitos como poderá relegar o Sacavenense. Pede-se concentração e controlo emocional.

+
Lucílio Batista assistiu à prestação do árbitro André Narciso que se saíu bem na generalidade dos lances.

domingo, 3 de março de 2013

Duas metades

24/2/2013
SU SINTRENSE-REAL SC 2-2
Arb:André Baltasar (AF Beja)
Sintrense-Hugo; Serginho, Wilson, Pedro Marques e Divaldo; Sandro, Saramago e Rodri; Vítor Gomes, Carlitos e Cacito (Cap.)
Tr.Bruno Baltazar
Real-André Martins; David Rosa, Miguel Santos, Jibril (Cap.) e Rui Loures; Paulinho, Milton e Ladeiras; Miguel Cardoso, Tomás e Pratas
Tr.João Silva

O derby concelhio de domingo passado teve mais Sintrense no primeiro tempo e mais Real no segundo, pelo que o empate se aceita.

De início, o Sintrense surgiu com mais iniciativa mas sem criar perigo. Por outro lado, o Real entrou em contenção e à procura do contra-golpe também sem sucesso. As disputas a meio campo resultaram em apenas um cartão, mostrado ao sintrense Sandro por falta sobre Milton, à passagem do minuto 19. Seria o único mostrado pelo árbitro da AF Beja durante toda a partida.

Aos 27', na sequência de um livre apontado junto do banco do Sintrense, Carlitos surge solto na área mas o cabeceamento sai muito torto. Três minutos depois, Carlitos ganha espaço a Rui Loures na área após toque de cabeça de Cacito e faz o primeiro golo.

Ao minuto 32, Tomás remata por cima mas o Real pouco tempo teve para reagir até sofrer o segundo golo num livre directo apontado de forma eficiente por Rodri. Ainda antes do intervalo, Paulinho coloca na esquerda em Miguel Cardoso que remata ao lado da baliza à guarda de Hugo. Na resposta, Saramago aponta o canto e parece ser Carlitos a cabecear a bola que passa ao lado.

A perder por dois golos, João Silva deixa Rui Loures e Pratas no balneário e coloca em campo Tiago Morgado e Sérgio. Ao minuto 50, um passe transviado de Ladeiras proporciona uma transição do Sintrense que só não resulta no terceiro golo do Sintrense porque André Martins negou o intuito de Vítor Gomes.

Três minutos depois, Morgado aponta canto, Miguel Cardoso desvia ao primeiro poste e Miguel Santos finaliza ao segundo. O Real reduzia na sequência de um dos vários cantos que conquistou no início do segundo tempo.

Depois de sofrer o golo, foi a vez do Sintrense conquistar alguns cantos mas de que não resultou perigo. Tal como acontecera na primeira metade, a equipa que sofreu golo mal teve tempo para reagir até sofrer o segundo. Milton coloca na direita de onde Miguel Cardoso cruza para Tomás, nas costas de Sérgio, cabecear para o empate. Faltava meia hora para o final da partida e as duas equipas queriam vencer.

Aos 66', Bruno Baltazar troca Rodri por Tiago Figueiredo. No minuto seguinte, cruzamento de Divaldo que Vítor Gomes desvia de cabeça por cima da barra. No minuto 74, canto apontado por Tiago Figueiredo que Cacito cabeceia por cima, num dos raros lances em que se superiorizou na área do Real. Três minutos depois, Divaldo coloca em Cacito que surge em posição duvidosa e remata ao poste.

Os técnicos voltariam a mexer nas equipas, com as entradas de Mota para o lugar de Ladeiras e de Emanuel para o lugar de Divaldo. Até ao apito final, ainda houve tempo para um bom lance de Paulinho pela esquerda, com cruzamento para Mota que rematou fraco e às malhas laterais. Na resposta, Vítor Gomes cruza para o cabeceamento de Cacito mas André Martins impede o seu antigo colega de marcar. O último lance digno de registo foi um remate de Mota de fora da área com a bola a sair à figura de Hugo.

O Real voltou a demonstrar na visita ao terreno do primeiro classificado da Série E que possui uma equipa de qualidade mais do que suficiente para discutir a subida. Com tudo em aberto, as duas últimas jornadas da primeira fase prometem.