quarta-feira, 20 de maio de 2009

Atlético a caminho da 2ª



A cumprir a nona presença nos Campeonatos Nacionais, o Atlético Sport Clube prepara-se para subir à 2ªDivisão. Campeão da AF Évora na época passada, o clube de Reguengos não garantia a manutenção há mais de 20 anos. Desta vez, o vôo parece ir mais alto.




No Domingo passado, apresentou-se na Costa de Caparica na segunda posição, a última que permite a subida de divisão. O jovem Jorge Vicente (técnico de 29 anos) apresentou um onze composto por Daniel; Pedro Canelas, Roberto, Paulo Sérgio e Barona; César e Monzelo; João Nabor, Queiroz, Ben e Barry. Seis jogadores do onze inicial faziam parte do plantel Campeão Distrital na época passada !


Aos 3 minutos de jogo, um desvio de cabeça à entrada de área fez do capitão César o autor do primeiro golo da partida. A caminho dos 30 anos, compõe a dupla de torres da equipa com o avançado Barry. Cumpre a terceira epoca no clube, vindo do Juventude eborense e é daqueles médios “chatos” que não dão espaços aos adversários e ainda impõem respeito pela estatura física. A seu lado, o experiente Monzelo acompanhou-o a bom nível.


Aos 19’, mão na área do Costa e Ben faz o 2-0. Aos 21 anos, o senegalês descoberto pelo Vendas Novas, é o grande destaque da equipa. Mesmo visivelmente debilitado, foi sempre um jogador rápido e consequente. O primeiro passe errado que registei foi próximo do intervalo. É daqueles jogadores que fazem quase sempre o que deve ser feito, fenómeno escasso, principalmente quando falamos de um jogo da 3ªDivisão Nacional. Depois de se ter mostrado a José Mota, presumo que não esteja muito tempo em Reguengos.

Logo depois do 2-0, o guardião Daniel (27 anos, formado no Boavista, com passagens por Leixões, Arrifanense, Operário dos Açores, Louletano, Paredes e Leça) foi surpreendido pelo remate forte de Dércio, naquele que foi um dos poucos lances de perigo do Costa.

Os visitados ganharam algum ânimo mas não conseguiram pôr em perigo a baliza alentejana. Queiroz, Nabor e Ben continuaram perigosos no serviço a Barry. Oriundo do Beja, Nabor (27 anos) alinhou essencialmente pela esquerda, sendo sempre um quebra-cabeças para Gualter, o capitão do Costa.

Em apoio central ao ponta-de-lança, o pequeno Queiroz (28 anos) demonstrou ser um jogador muito útil, daqueles que coloca sempre o colectivo acima de tudo. Formado no SL Évora, cumpre a primeira época no clube após 8 anos passados no Juventude, com uma breve passagem pelo Real de Massamá, onde foi um bom suplente na Série D da 2ªDivisão em 2005/06.



Logo no início da segunda metade, aos 48’, Barry mostrou a mais-valia da sua estatura na área do Costa e fez o segundo golo. Com 27 anos, vai na terceira época em Reguengos, proveniente do Lusitano. Dez minutos depois repetiu a “graça” e terminou com as já poucas expectativas da equipa da casa. A partir daí, o jogo decorreu em bom ritmo, com o Costa a arriscar o que podia, abrindo espaços para os sempre perigosos contra-ataques do Reguengos.



Ainda assim, o quinto golo só surgiria já nos descontos. O veterano Luís Canhoto precisou apenas de 7 minutos para marcar, num desvio de cabeça. Aos 36 anos, é o jogador mais velho e mais conhecido do plantel. Chegou a fazer parte de plantéis do Campomaiorense, tanto na 2ªdivisão de Honra como no escalão maior, apesar de nunca ter alinhado neste último. Em Setembro de 1998 saíu para o Estoril. Desde então, alinhou por Torreense, Louletano, Atlético, Carregado, Juventude e Lusitano.


No banco está um técnico jovem mas que tem uma equipa bem arrumada, com uma defesa composta por jogadores que cumpriram a sua tarefa na perfeição, sob o comando do central Paulo Sérgio.


Apesar de algum excesso de peso, esteve impecável no papel de último defesa, deixando a Roberto o papel de marcador.


Os laterais Barona e Canelas foram determinados e demonstraram segurança. Se vencerem o Cova da Piedade no próximo Domingo, farão do dia 24 de Maio um dia histórico para o Atlético de Reguengos.

sábado, 16 de maio de 2009

Abrantes - parte 4 - Abrantes FC



A 14 de Dezembro de 1998, após vários anos sem futebol sénior, a sede de concelho viu nascer o Abrantes Futebol Clube (AFC). Há pouco mais de dez anos, quem poderia imaginar o que aconteceria neste período ? Muito provavelmente seriam poucos a prognosticar uma ascensão tão rápida e ainda menos a antecipar uma queda tão súbita.

Comecemos pelo início. A primeira época do novo clube foi de sucesso pleno. Inscrito na 2ªDivisão da AF Santarém, terminou na frente dos seus dez oponentes da Série B e de forma inequívoca. 19 vitórias e apenas um empate nos 20 jogos disputados. Em golos, as contas fecharam com 91 golos marcados e apenas 6 sofridos! Na Fase de apuramento de Campeão, defrontou os vencedores das duas outras séries (Muge e Caxarias). O domínio continuou. A 14 de Maio de 2000, uma vitória em Muge, onde um empate seria suficiente, garante o título de Campeão da 2ªDivisão da AF Santarém.



Treinado por Rui Morais (técnico que orientara o U.Santarém), o AFC alinhou com Rui Forte; Nuno Felício, Pedro Lourenço, Marchão e Filipe Rodrigues; Costa, Gonçalo Francisco e João Santos; Apura, Pimenta e Santana.

Na estreia no escalão maior do futebol ribatejano, manteve Rui Morais no comando técnico e contratou um brasileiro com experiência de 1ªDivisão Nacional, Mazo. O objectivo passava por nova subida. Março começava com as expectativas goradas, pelo que Luís Pereira, técnico dos Juniores, substituiu Rui Morais. Ex-jogador do Sp.Abrantes, Alferrarede, Eléctrico Ponte de Sôr, Tramagal e Pego, o técnico de 35 anos terminaria a época no 3º posto, atrás de Riachense e Rio Maior.

Em 2001/02, o Abrantes FC contrata o técnico Mário Ruas (treinara clubes como o Torres Novas, U.Tomar e Riachense). O primeiro técnico com experiência nos campeonatos nacionais não ficaria até ao final da época, sendo rendido pelo actual técnico do Loures (José Vasques) em Novembro. Não conseguiria melhor do que repetir o 3º posto da época anterior, atrás de Rio Maior e Amiense. No entanto, José Vasques manter-se-ia no comando técnico nas duas épocas seguintes, conseguindo duas subidas consecutivas, levando o clube à 2ªDivisão B. A época de estreia nos Nacionais marcou também a estreia na Taça de Portugal, prova em que, durante 5 épocas, viria a defrontar clubes como o Alverca, o Boavista e o Paços de Ferreira.