sexta-feira, 14 de junho de 2013

A Taça da AF Lisboa foi para Igreja Nova

9/6/2013
Estádio 1ºMaio (Lisboa)
Arb:Pedro Mota
Igreja Nova-Formiga; Filipe Anjos, Serginho, Rui Ferreira e André Costa (R.Barradas 90'+4); Batista, Martinho e Rochinha (Pepito 90'+4); Diogo Quaresma (Russo 81'), Tiago Almeida e Paulo Cunha (José João 90'+4)
Tr.Rui Paulo Janota
Alverca-Filipe Vale; Filipe (Pedro Dias 72'), Fabio Rosa, Nelson (Cap.)(Marcos 80') e Iã (Telmo 45'); Junior, Armindo (Guga 80') e Stanic; Romão, Serginho e Afonso
Tr.Nuno Lopes

Como o Sporting foi sétimo esta época, recorro ao exemplo da época 2011/12. Imagine-se uma final da Taça entre Nacional (7º da 1ªLiga) e União da Madeira (10º da 2ªLiga) terminar com a vitória unionista por 3-0. Considerando que a 1ªDivisão da AF Lisboa é dividida em duas séries e que o Igreja Nova terminou em 10º na primeira delas, o que aconteceu no domingo é ainda mais surpreendente. Mas só para quem não assistiu.

O Alverca chegou a esta Final da Taça da AF Lisboa após eliminar o Fontaínhas, clube que disputou a 1ªDivisão mas que havia afastado o Loures nos Quartos-de-Final. Por outro lado, para além de disputar a divisão imediatamente abaixo, o Igreja Nova chegava à Final após disputar seis rondas eliminatórias em que numa única ocasião resolveu a ronda com mais do que um golo de diferença. Foi frente ao Bucelenses nos Oitavos-de-Final. a partir daí, apurou-se sempre no desempate por pontapés da marca de grande penalidade após terminar a zero frente a Ponterrolense e Vila Franca do Rosário.

Ainda assim, desde muito cedo se viu que o Igreja Nova queria mesmo levar a Taça, apesar da presença na Final ser, por si, meritória. Entrou melhor na partida. No entanto, uma perda de bola no miolo coloca Serginho em frente a Formiga, mas o veterano guardião leva a melhor. Aos 19', num lance de que só filmei a parte final, Paulo Cunha surge nas costas da defesa do Alverca mas remata ao lado. Era o primeiro sinal de perigo do avançado do Igreja Nova numa partida em que seria figura principal.

Quinze minutos e dois amarelos depois, Paulo Cunha ganha espaço na área mas, com o guardião alverquense pela frente, remata por cima no que era a chance mais flagrante de golo para o Igreja Nova até aquele momento. Ainda assim, naquela altura, a questão era "terá o Igreja Nova outras chances para marcar ?". Haveria.

No minuto seguinte, excelente passe de Paulo Cunha para Diogo Quaresma que vê o remate desviado por Filipe, lateral direito do Alverca. Na sequência do canto, Diogo Quaresma remata de fora da área ao lado. O Alverca voltou a tentar pegar no jogo mas, já em cima do intervalo, Formiga repõe a bola na frente e a bola vai ao braço de Armindo na área, fazendo o árbitro apontar para a marca de grande penalidade. Chamado a converter, Batista bate para o lado esquerdo do guardião do Alverca e coloca o Igreja Nova em vantagem. O árbitro apita para o intervalo no reatamento.



Para o segundo tempo, Nuno Lopes troca de lateral esquerdo, fazendo entrar Telmo para o lugar do jovem Iã. A primeira metade da segunda parte foi muito pobre. Em desvantagem, o Alverca não conseguia criar perigo a uma equipa que se defendia muito bem. Aos 67', Tiago Almeida e Telmo disputam um lance na área e o árbitro assistente dá penalty que parece muito forçado. Do lance saem amarelados o referido Telmo e Filipe. Na marcação, Batista atira à barra. O falhanço poderia ter dado mais ânimo ao Alverca mas foi novamente o Igreja Nova a criar perigo num excelente lance de Paulo Cunha em que o remate cruzado sai à figura de Vale.

Aos 72', Nuno Lopes troca Filipe por Pedro Dias, passando Armindo a ocupar a lateral direita. Quatro minutos depois, chegaria o momento do jogo. Martinho recupera uma bola a meio campo, dá para Rochinha que coloca em Tiago Almeida. Este faz um passe para Paulo Cunha que, com Nélson pela frente, faz um chapéu de belo efeito ao guarda-redes do Alverca. A catorze minutos do fim do tempo regulamentar, o vencedor parecia estar encontrado, considerando a impotência revelada pelo Alverca perante a excelente postura do Igreja Nova.

Pouco depois, combinação entre Paulo Cunha e Rochinha deixaria o primeiro isolado mas o árbitro assistente assinala (mal) fora-de-jogo. O técnico do Alverca ainda esgotou as alterações, fazendo sair Nélson e Armindo para as entradas de Marcos e Guga. No entanto, o jogo estava decidido e o Alverca não mais criaria perigo. Rui Paulo fez sair um dos melhores em campo (Diogo Quaresma) para a entrada de  Russo. Em cima do minuto 90, um toque de cabeça de Paulo Cunha isola Rochinha que faz o 3-0.

Pedro Mota concedeu 5' de compensação e o Alverca está perto de reduzir por intermédio de Serginho que surge frente a Formiga mas não consegue bater o veterano guardião por duas vezes. Depois, o recém entrado Guga ganha espaço do lado esquerdo do ataque mas o remate de ângulo escasso saíu à figura de Formiga. A um minuto do apito final, o Igreja Nova fez três alterações, retirando Paulo Cunha, Rochinha e André Costa para as entradas de Rui Barradas, Pepito e José João.

Até ao final, destaque para dois lances, um em cada uma das áreas. Primeiro foi um desvio de Marcos que Formiga defende sem dificuldades. Depois foi José João que remata cruzado e está perto do 4-0.

Com o apito final de Pedro Mota, o Igreja Nova sagrava-se o justo vencedor da edição 2012/13 da Taça da AF Lisboa. Com uma espinha dorsal composta pelo trio ex-Futebol Benfica composta por Formiga, Batista e Martinho, coadjuvados por Serginho e Rochinha (ambos velhos conhecidos do técnico dos tempos do Pero Pinheiro), Paulo Cunha merece o maior destaque.

Aos 34 anos, Paulo Cunha é um avançado que fez parte do plantel do Real SC na primeira metade da época 2004/05 que culminaria com a primeira subida do clube à 2ªDivisão Nacional. Já há várias épocas que compete nos distritais de Lisboa, tendo passado por clubes como Malveira, Encarnacense ou Venda do Pinheiro. A jogar só na frente, Paulo Cunha fica directamente ligado a esta conquista do Igreja Nova.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Descer com a subida ali tão perto

1/6/2013
Estádio Alfredo da Silva
GD FABRIL BARREIRO-SG SACAVENENSE 1-1
Arb: Tiago Canário (AF Beja)
Fabril-Ruben Luís; Carlos André (Banana 67'), Rui Correia, Marinheiro e Paulo Letras; Miguel Pimenta, Danilo (Espanta 76') e Mário Jorge (Janu 45'); Bolinhas, Catarino (Cap.) e Ruben Guerreiro
Não utilizados-Bonifácio, Mota, Martinho e Luís Conceição
Tr.Manuel Correia
Sacavenense-Hugo; Mendes, Alassane, Runa (Cap.) e Bebé; Manuel Dias, Paulo Neves e Moita; Juninho (Neio 60'), Beirão (Cláudio 60') e Leo (Horta 78')
Não utilizados-Carlos, Beto, Serginho e Elvis
Tr.Nuno Carvalho

Num jogo em que dependia apenas de si para subir de divisão e escapar à descida aos Distritais da AF Setúbel, o Fabril revelou desde o início um nervosismo evidente de que nunca conseguiu libertar-se. A equipa do Sacavenense apresentou-se com a sua identidade intacta apesar de já não ter aspirações de subida.

Neste contexto, não surpreendeu que o Sacavenense chegasse ao golo à passagem do minuto 16. Num lance em que a bola passa por Juninho e Moita, o cruzamento de Mendes é desviado por Leo para as redes em antecipação a Carlos André. Com o Barreirense empatado em Sintra, o Fabril continuava em posição de subida, pelo que a ausência de reacção não teria custos de maior.

Dois minutos volvidos e o Sacavenense está perto do segundo golo. Moita desmarca Leo que faz o chapéu a Ruben Luís. O guardião ainda desvia mas a bola vai para Beirão que não impede o corte de Marinheiro. Na resposta, um dos poucos lances de registo de Ruben Guerreiro é travado em falta. Ao minuto 20, Runa escapa ao que poderia ter sido o segundo amarelo e, quem sabe, um jogo bem diferente.

Aos 25', já com o Barreirense em vantagem na luta pela subida pelo golo marcado na Portela de Sintra, o Sacavenense volta a estar perto do segundo golo, mas o chapéu de Beirão sai ligeiramente ao lado. Oito minutos depois, Danilo coloca Bolinhas em frente a Hugo mas o guardião sacavenense faz a mancha. O jogo arrasta-se até ao intervalo numa toada fraca de parte a parte.


Para o segundo tempo, Manuel Correia troca Mário Jorge por Janu. Ao minuto 54, na sequência de um cruzamento de Ruben Guerreiro, o quarentão Catarino cabeceia ao poste. Seis minutos depois, dupla substituição no Sacavenense com as entradas de Neio e Cláudio para os lugares de Beirão e Juninho. Pouco depois, Bolinhas cruza para a área e Catarino finaliza. No entanto, o árbitro assistente assinalara fora-de-jogo que não se consegue avaliar nas imagens.

O jogo passava por uma fase de algum domínio do Fabril mas sem criar grande perigo. Manuel Correia voltou a mexer na equipa ao minuto 67, retirando Carlos André para a entrada de Banana. Apesar da aposta atacante do técnico da casa, seria o Sacavenense a estar perto do golo aos 69'. Bom lance de Cláudio pela esquerda mas Leo falha o remate. Não marcou o Sacavenense, marcou o Fabril três minutos depois.

Janu cruza para a área, Alassane corta de cabeça mas a bola sobra para Catarino que coloca para o remate cruzado de Bolinhas sem hipóteses para Hugo. O Fabril empatava a partida e podia ir em busca do golo da vitória e da subida. Mas seria o Sacavenense a responder ao golo do empate dos locais. Aos 74', Neio coloca Cláudio frente a Ruben Luís mas o guardião da casa impede o segundo golo do Sacavenense.

Pouco depois, os dois técnicos esgotavam as substituições. Primeiro foi Manuel Correia a trocar Danilo por Espanta. De seguida, Nuno Carvalho optava por retirar Leo para colocar em campo Horta. Ao minuto 79, registo para um lance insólito em que Horta ganha a linha de fundo e cruza largo. Ruben Luís prepara-se para repôr a bola em jogo mas esta ainda embate na parte superior da barra.

O Sacavenense guardava a bola e o Fabril parecia não ter força nem engenho para a recuperar. Aos 84', Bebé coloca em Cláudio à esquerda, este deixa para Neio que passa para Manuel Dias rematar por cima. Dois minutos decorridos, Ruben Guerreiro remata de bicicleta para boa defesa de Hugo, no lance de maior perigo do Fabril após chegar ao empate.

Ainda no período regulamentar, Paulo Letras coloca a bola na área, onde Ruben Guerreiro passa para Banana que, de ângulo difícil, remata cruzado ao lado. Algumas paragens por lesão levaram o árbitro a conceder sete minutos de compensação. Durante esse período, registo apenas para dois lances com pouco futebol. Primeiro foi uma acesa troca de palavras entre o guarda-redes do Fabril e o homólogo suplente do Sacavenense (Carlos Gomes), de que resultaria cartão amarelo para este último. Finalmente, Cláudio derrubou Espanta no meio campo e viu o segundo amarelo.

O jogo terminaria empatado e o Fabril desperdiçava em casa a subida de divisão para o rival Barreirense.

+
Alassane - imperial pelo chão ou pelo ar. Está ali um central a prometer vôos mais altos.

Neio - bons pés, forte fisicamente, atrevido a subir no terreno.

-
Ruben Guerreiro - quando se espera muito e se obtém pouco, é mau sinal. Um dos melhores jogadores da Série E esteve bem abaixo do que pode e sabe. O Fabril sentiu a sua falta e muito.

Carlos André - lateral habitualmente muito ofensivo esteve muito apagado, acabando mesmo por ser substituído a meio da segunda parte.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Loures Campeão

25/5/2013
Campo José Silva Faria (Loures)
GS LOURES-CF SANTA IRIA 4-2
Loures-Hugo; Tiago, Vilela, Diogo Martins e Eduardo Simões;  Monteiro (Cap.), Ivo e Pedro Augusto; Saraiva, Pauleta e Cabral
Tr.Luís Silva
Santa Iria-Costinha (Cap.); Bruno Gimenez, Pedro Geria, Alhinho e Pitorro; Pedro Cavaco, Nuno Caldas e Telmo; Ricardo Oliveira, Flecha e Roger
Tr.Roque

O Loures recebia o terceiro classificado sabendo que apenas uma vitória o poria a cobro do que o Águias da Musgueira fizesse frente ao lanterna vermelha Damaiense. Logo a abrir, o Santa Iria marcou. Quase na resposta, o Loures empatou. O início do jogo apanhou-me de surpresa tal que não tenho imagens dos golos.

À passagem do minuto 14, Flecha finaliza de cabeça e volta a colocar o Santa Iria na frente do marcador. Aos 23', Pedro Augusto iguala na marcação de um livre directo. Dois minutos depois, o Loures adianta-se no marcador na sequência de um lançamento lateral. Pauleta aproveita a passividade da defesa visitante e coloca a bola sobre o guardião do Santa Iria. Aos 30', o Santa Iria quase empata de canto directo mas a bola bate na trave, como já acontecera na baliza contrária. Depois de um início louco, o jogo acalmou até ao intervalo.
A toada do jogo manteve-se no segundo tempo até ao minuto 58. Bruno Gimenez derruba Eduardo Simões na área e o árbitro assinala penalty. Ivo Miranda converte e o Loures passava a vencer por 4-2. Ainda assim, manteve-se a expectativa do que poderia ocorrer se o Santa Iria reduzisse a desvantagem no marcador.

Isso esteve perto de acontecer nos minutos 69 e 76, tendo Telmo como protagonista. No primeiro caso, num livre apontado e que vai à base do poste. No segundo, num remate de primeira que sai à figura de Hugo.

Como é hábito nos jogos da Divisão de Honra, as inúmeras substituições não contribuiram para a fluidez no jogo que, até ao final, não registaria mais nenhum lance relevante.

Num jogo em que os vizinhos de Santa Iria da Azóia deram boa réplica, o Loures garantiu o regresso aos Nacionais, algo que não acontecia desde 2005/06.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A propósito da subida do Arouca


Já muito se disse sobre a subida do Futebol Clube de Arouca à 1ªDivisão. Deixo aqui mais alguns dados históricos:

- O Arouca será o oitavo clube filiado na AF Aveiro a disputar o escalão principal. O último clube aveirense a estrear-se na 1ªDivisão foi o Recreio Desportivo de Águeda há precisamente 30 anos;

- Desde ontem, estrearam-se 16 clubes no escalão principal - 4 filiados na AF Porto e na AF Braga, 2 na AF Lisboa e na AF Madeira, 1 na AF Coimbra, AF Ponta Delgada, AF Portalegre e AF Vila Real;

- Curiosamente, dos 16, apenas 3 competirão entre os grandes na época 2013/14: Gil Vicente, Nacional e Paços de Ferreira;

- O Arouca procurará evitar o exemplo de Alcobaça, Águeda, Vizela, Fafe, Felgueiras e Trofense, clubes que desceram logo no ano de estreia. Ao invés, terão bons exemplos em Barcelos e em Paços de Ferreira, clubes que, desde a estreia no início da década de 90, apenas em sete ocasiões não disputaram o escalão principal;

- A estreia do Arouca irá ocorrer naquela que será apenas a nona presença dos arouquenses nos campeonatos nacionais;

- Excluindo as primeiras décadas dos campeonatos, é a ascensão mais meteórica da História. O mais próximo deste feito pertence ao União da Madeira. Estreou-se na 1ªDivisão em 1989/90, após apenas dez épocas nos Nacionais.

terça-feira, 21 de maio de 2013

A estreia dos 40

Passou despercebido mas até era algo de previsível desde que a actual Segunda Liga foi preparada para incluir as equipas B e passar a ter 22 equipas.

O que é comum no Reino Unido, foi novidade em Portugal. Nunca antes houvera um campeonato disputado por tantas equipas. À passagem da 40ªJornada, disputada no passado dia 8, esperava-se que houvesse jogadores (totalistas ou não) a participar em 40 jogos de campeonato numa época. Foi isso que aconteceu. Este registo histórico foi atingido por sete jogadores no dia 8 - Márcio Sousa (Tondela), Thicot (Naval), Rui Sacramento (Leixões), Coelho (Penafiel), Avto (Oliveirense) e os campeões Matt Jones e Arsénio (Belenenses). Destes, o único jogador de campo a completar 3600 minutos no passado dia 8 foi o defesa francês da Naval. Para além disso, foi o primeiro a consegui-lo pois o jogo da Naval começou antes dos restantes.

Central francês de 26 anos, Steven Thicot (TIKITO) não é apenas mais um jogador proveniente dos escalões secundários gauleses em busca de destaque no futebol português. Em 2004, capitaneou mesmo a selecção francesa que venceu o Europeu de Sub-17. A seu lado alinhavam, entre outros, Jeremy Menez, Samir Nasri, Hatem Ben Arfa ou Karim Benzema. Já agora, a finalista vencida foi a Espanha, cujo golo foi marcado por um tal de Gerard Piqué e onde jogavam Mario Suarez, Cèsc Fàbregas, Javi Garcia, Diego Capel, entre outros.

Em 2004, Thicot fazia parte dos quadros do Nantes, clube onde acabou por não ter grandes oportunidades, tendo passado pelo Sedan (2006/07), clube pelo qual se estreou na Ligue 1. A época seguinte foi novamente passada no Nantes sem que as chances surgissem. No Verão de 2008, findo o contrato com o Nantes, viaja para Edimburgo, para representar o Hibernian. Apesar de ter sido utilizado regularmente na primeira época na Escócia, as duas épocas seguintes foram de escassa utilização, ficando Thicot livre no final da época 2010/11. Passou a época 2011/12 sem clube e surgiu esta época em grande na Naval. Considerando as dificuldades por que passa o clube figueirense, não seria de estranhar que Thicot mudasse de ares novamente.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Festejos prematuros

Ontem, o Cacém perdeu no campo do Murteirense. No domingo anterior, havia festejado após a vitória sobre o Linda-a-Velha. Cedo demais.

No dia 12, num jogo muito atribulado e marcado por uma arbitragem confusa, o Cacém chegou a uma vantagem de dois golos que acabaria por lhe assegurar os três pontos apesar da boa réplica do Linda-a-Velha. As dificuldades do árbitro começaram bem cedo. Num lance em que Nuno Almeida parece derrubar o avançado do Linda-a-Velha, o árbitro aponta para canto. Falta ou não, canto nunca seria.

A equipa da casa chegaria ao golo num contra ataque finalizado com um remate junto ao poste direito à guarda de Miguel. Pouco tempo depois, surgiria o 2-0 num livre ensaiado por parte da equipa do Cacém, que Geraldo finaliza com um belíssimo volley.

Ainda antes do intervalo, começaria o desperdício do Linda-a-Velha. A equipa criava chances de golo mas a finalização não queria nada com os visitantes.


A segunda parte começou com a cor amarela e com ainda mais desperdicio do Linda-a-Velha. Depois começaram as expulsões e o futebol só regressaria (e pouco) no período de compensação concedido pelo árbitro. Primeiro há um penalty a favor do Linda-a-Velha que não é assinalado. Logo depois, o árbitro assinala penalty que não se vislumbra. O Linda-a-Velha reduzia finalmente a desvantagem mas já só haveria tempo para mais uma expulsão até ao apito final.

A uma jornada do final da Divisão de Honra da AF Lisboa, as equipas classificadas abaixo do 7º lugar têm ainda o futuro indefinido. Na verdade, como o número de equipas que irão descer está dependente do que vier a ocorrer na Série E da 3ªDivisão, há equipas que ficarão uma semana sem saber concretamente o escalão em que irão competir na próxima época.

Para além dos clubes que descem das 2ª e 3ª divisões, há seis equipas apuradas para o Campeonato Distrital Pró-Nacional da próxima época. São eles Loures ou Musgueira, Santa Iria, Ponterrolense, Lourel, GCR Murteirense e Alverca. Para que não precisem de esperar pelo que irá acontecer nas últimas duas jornadas da Série E da 3ªDivisão, os restantes terão de ficar nos dez primeiros. Só atingindo essa meta se salvaguardam das possíveis descidas de Lourinhanense, Sintrense e Sacavenense.

Neste sentido, os festejos do Cacém no dia 12 foram claramente precipitados. É verdade que, no pior dos cenários, a equipa terminará em 11º, mas essa posição só dará lugar no Pró-Nacional 2013/14 se, pelo menos, um dos filiados na AF Lisboa terminar em posição de subida a sua participação na Série E da última edição da 3ªDivisão. E isso ainda é cedo para se ter como garantido.

sábado, 18 de maio de 2013

Lixa nos Nacionais

Após ter vencido o Ermesinde e beneficiando do empate do Perafita, o FC Lixa garantiu o regresso aos Nacionais no domingo passado.

No dia 5 fui a Serzedo (Gaia) para assistir ao CF Serzedo-FC Lixa. Nunca tinha assistido a um jogo dos Distritais da AF Porto. A expectativa era elevada e não foi gorada. Pelo contrário.

A comemorar os 80 anos, o CF Serzedo tem Edmundo Duarte como técnico da sua equipa sénior de futebol. Para quem não tem memória disso, refira-se que o técnico gaiense chegou a treinar equipas na 1ªDivisão (Alcobaça e Espinho), assim como da Liga de Honra, como o Torreense e Espinho. A sua carreira passou ainda por clubes como a Oliveirense, Lousada, Trofense, U.Lamas, Dragões Sandinenses, Vilanovense, Ribeirão, Feirense, Maia ou Candal, entre outros.

Em posição tranquila na tabela, o Serzedo recebia o líder Lixa, treinado desde Fevereiro por Vasco Seabra que rende Filipe Coimbra. Mas as posições dos clubes pouco determinaram o curso da partida.

Foi mesmo o Serzedo a entrar melhor no jogo, obrigando mesmo Vasco Viana a duas defesas apertadas. O Lixa acabou por equilibrar a partida e inaugurar o marcador à passagem do minuto 21. O capitão Hélder Carvalho roda na área, remata, a bola ressalta em Moreira e pinga sobre o guardião da casa. Três minutos volvidos, penalty favorável ao Lixa convertido por Mauro. Aos 44', remate de Bessa na área é parado pelo braço esquerdo de Domingues, capitão do Serzedo. Seria penalty mas o árbitro deixou seguir. Mas ainda haveria tempo para mais dois golos antes do intervalo. Primeiro foi o Lixa a alargar a vantagem para 0-3 quando Mauro isolou Bessa que bateu César. Na resposta, o Serzedo reduziu com um fantástico remate de trivela de Nuno Velha à entrada da área. Logo após o reatamento, o árbitro apita para o intervalo.


Mas a excelente equipa do Serzedo viria para a segunda metade preparada para reagir. Aos 50', Gerson aponta o canto, há vários jogadores a saltar à bola mas esta parece não tocar em ninguém antes de Vasco Viana a colocar dentro das redes ao tentar fazer a defesa. O Serzedo ía agora em busca do empate, mas foi o Lixa a estar perto do golo numa transição em que César desvia pela linha de fundo um remate de Bessa. Aos 64', Bruno Faria e Marinho saltam à bola após a marcação de um livre e a bola entra na baliza à guarda de Vasco Viana. O jogo estava empatado e a equipa da casa dava uma réplica excelente após ter estado a perder por 0-3.

O jogo passou então por uma fase menos interessante com várias substituições e cartões mostrados pelo árbitro. Aos 76', num lance de que só filmei a parte final, Bessa surge frente a César e bate o guardião do Serzedo. No reatamento, o guardião da casa sai da área e atinge Agostinho, sendo expulso pelo árbitro. Em apenas um minuto, o Serzedo via o Lixa voltar a adiantar-se no marcador e ficava em inferioridade numérica. O jogo estava decidido.

Ao minuto 81, Paulo Gomes, num grande lance individual, atira ao poste, a bola regressa a si que remata à trave. O jogo só voltaria a ter motivos de interesse nos 4' de compensação concedidos pelo árbitro Nélson Pascoal. Apesar do Serzedo estar em busca do empate, o Lixa em mais uma transição rápida tem nova chance de fazer o quinto golo, com o guardião da casa (Miguel) a defender o remate de Agostinho. Logo depois, o mesmo Agostinho tem nova chance para matar a partida mas o remate sai ao lado. No entanto, o último golo da partida surgiria pouco depois num lance individual de Lemos, que parte ainda antes da linha de meio campo e só pára depois de driblar o guarda-redes da casa e finalizar. O jogo terminaria logo após.

Uma semana depois, o Lixa garantiria o regresso aos Nacionais após duas descidas consecutivas entre 2007/08 e 2008/09, mas a vitória em Serzedo foi tudo menos facil. A equipa da casa mostrou uma organização bem interessante, em que a sua linha intermédia se mostrou excelente para este escalão.