segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Bizarrias

Já se sabia que é regra num relato radiofónico ou numa transmissão televisiva de jogos de equipas portuguesas. É garantido que é ainda mais vincado quando é a Selecção a jogar. Refiro-me à forma tendenciosa como os “jornalistas” abordam estas partidas. Assume-se que se justifica, porque somos “nós” contra “eles”. Apesar deste tipo de postura ser discutível em termos da ética jornalística, ninguém a questiona. A partir daqui, temos atitudes derivadas que se tornam ainda mais bizarras. Por exemplo, qualquer jogo de um dos chamados “grandes” contra um dos “não grandes”, é relatado na perspectiva do “grande”. Se o resultado está em branco, a questão fulcral é o que o “grande” deve fazer para se colocar na dianteira. Se está a vencer, como consolidar essa vantagem e por aí fora. Mais uma vez, parece tudo “normal”. Mais recente é adoptar esta mesma postura nos jogos em que participam jogadores e/ou técnicos portugueses. O caso do Real Madrid e a histeria mediática em torno de Cristiano Ronaldo é o paradigma desta postura. Este fim-de-semana, a forma como os “jornalistas” da Sporttv relataram o jogo com o Almeria, nomeadamente no período que se seguiu à reviravolta dos andaluzes, foi elucidativa. Aquilo que espero de quem relata é isso mesmo, que relatem. Já agora, gostava de assistir a qualquer jogo sem estar constantemente confrontado com a forma tendenciosa de quem prefere que x ou y vença, porque tem um ou mais jogadores portugueses nas suas fileiras. Se é “pecado mortal” não torcer pela Selecção, não o será não torcer por Real Madrid ou Chelsea. Ou é ?

sábado, 5 de dezembro de 2009

Números Reais



Quando entrou em campo para a recepção ao Mineiro Aljustrelense no passado Domingo, o Real SC preparava-se para disputar, em termos oficiais, o jogo 500 da sua História. O jogo foi tão frio como o tempo que se fazia sentir. A primeira parte foi mesmo paupérrima. Ainda assim, o Real foi sempre a menos má das três equipas em campo, acabando por vencer por duas bolas sem resposta. Nuno jogo sem grande história, resta falar da efeméride dos 500 jogos. O resultado mais comum é 1-0 (52 vitórias e 47 derrotas). Isto é válido para as participações nos três escalões já disputados pelo Real - Campenatos das 2ª e 3ª Divisões Nacionais e Divisão de Honra da AFL. Em termos absolutos por escalão, o resultado mais frequente no Distrital foi o empate (1-1), o que não deixa de ser curioso dado as prestações positivas do clube sempre que disputou a Honra lisboeta. Na 3ªDivisão, o resultado mais frequente foi a derrota por 1-2, enquanto que na 2ª tem vindo a ser a derrota por 0-1. Ao longo da sua História, os jogos do Real têm sido marcados por um equilíbrio revelador dos escalões que tem disputado. Senão vejamos. Quase dois terços dos 500 jogos terminaram empatados ou decididos pela margem mínima. Quanto ao adversário mais frequente, este pertence à Associação Desportiva do Carregado, esta época a disputar a Liga Vitalis. Real e Carregado defrontaram-se 18 vezes, com o registo global a denotar muito equilíbrio. Sete vitórias para o Real, cinco para o Carregado e seis empates. Quanto a golos, vinte e dois para o Carregado e menos um para o Real.

sábado, 28 de novembro de 2009

Quase Taça


A Associação Desportiva de Oeiras (ADO) fez a sua 3ª participação na Taça. Na estreia, chegara à 4ªEliminatória, eliminado pelo Boavista por 1-3 em casa. O adversário do último Domigo, o Pinhalnovense, está na 15ª participação. Vai para a 5ªEliminatória depois de eliminar a jovem equipa da ADO. É a quarta vez que atinge fase tão avançada na competição. Nas três ocasiões anteriores foi sempre eliminado por clubes do escalão principal – Belenenses (04/05), V.Setúbal (05/06) e Sporting (06/07). Mas a tarefa pinhalnovense não foi nada fácil.


Árbitro: Diogo Santos (Aveiro)


OEIRAS-Nuno Silva; Sérgio, Lima (cap.), Francisco e Edson; Nuno Alves, Leonel, Geraldino (Luís Tavares 54’) e Luís Carlos (Issa 72’); Jorge Cordeiro (Paulinho 80’) e Ricardinho

Tr. Pedro Borreicho (Luís Roquete ausente por doença)


PINHALNOVENSE-Pedro Alves; Tiago Sousa (Pedro Alves 69’), Hugo Costa, Santamaria e Toninho; Miguel Soares (Amaro Filipe 90’+2), Semedo, Laurindo e Mustafá; Diego e Quinaz (Ismael 64’)

Tr. Paulo Fonseca


O onze inicial da ADO apresentava uma média de 25 anos, tendo quatro titulares entre os 19 e os 20 anos de idade. No final do jogo, com as substituições, a média baixara para 23 anos, apesar da presença do capitão Lima (37 anos).


O jogo começou animado, com a equipa da casa a demonstrar personalidade frente a um adversário de escalão superior. Ainda assim, aos 12’, Toninho remata em “volley”, de fora da área, naquele que foi o primeiro lance de algum perigo. Seis minutos depois, num livre directo sobre o lado esquerdo, Ricardinho surpreende Pedro Alves com um remate rasteiro ao primeiro poste. O golo entusiasmou os jovens oeirenses, enquanto que o Pinhalnovense parecia algo surpreendido. Aos 33’, aproveitando uma falha de marcação da defesa oeirense, Quinaz remata à entrada da área, por cima da trave. Aos 37’, o médio Nuno Alves (Oeiras) vê o cartão amarelo, o que acabaria por condicioná-lo até ao fim da partida.

A fase final da primeira parte já apresentava alguma supremacia visitante. Os últimos dois minutos do primeiro tempo prometiam uma segunda parte interessante. Hugo Costa cabeceia por cima, na sequência de um canto. De imediato, o Oeiras quase faz o 2-0. No último lance da primeira parte, Miguel Soares remata com a bola a passar junto a um dos postes.


A segunda parte começa no mesmo tom, com um remate forte de Quinaz ao lado.


Aos 60’, o Oeiras reequilibra a partida, conquistando três cantos consecutivos. Quatro minutos depois, Paulo Fonseca resolve retirar Quinaz de campo, substituíndo o jovem camisa 10 pelo brasileiro Ismael.

Na primeira intervenção na partida, Ismael cabeceia à trave, façanha que repetiria sete minutos volvidos. O domínio do jogo era forasteiro e só a trave da baliza de Nuno Silva mantinha a ADO na frente da eliminatória. O empate surgiria aos 75’, num remate cruzado de Diego, após combinação com Ismael. O Pinhalnovense mantinha um ritmo elevado, procurando resolver a eliminatória no tempo regulamentar. As poucas iniciativas atacantes da equipa da casa íam esbarrando na dupla Hugo Costa/Santamaria. Acabou por ser mesmo o experiente Hugo Costa a resolver a eliminatória a quatro minutos do fim, numa recarga a novo cabeceamento à trave.

Os diferentes ritmos entre a 2ª e a 3ª Divisão foram evidentes na 2ª parte. Em termos individuais e até colectivos, nomeadamente na forma como fizeram circular a bola, os jovens da ADO não foram inferiores ao Pinhalnovense.


Destaques individuais para a já mencionada dupla Hugo Costa/Santamaria e para dois jovens da ADO. Já conhecia a qualidade de Leonel e Ricardinho, fiquei a conhecer o guardião Nuno Silva e do central Francisco Martins. A rever numa equipa que parece ter estofo para subir de divisão.


sábado, 21 de novembro de 2009

Rol de Chuva


A curiosidade era antiga. O Grupo Desportivo Recreativo Cultural Ponterrolense é o segundo clube com mais presenças na Divisão de Honra da AF Lisboa. Apenas falhou uma edição porque subiu à 3ªDivisão Nacional, após ter sido vice-campeão em 98/99. Já assistira a jogos do Ponterrolense, mas nunca em casa. Para chegar a Ponte do Rol, tomei a direcção Norte até Torres Vedras. Depois de passar por Gibraltar e Benfica, lá cheguei a Ponte do Rol. O Domingo ameaçava chuva e esta faria a sua aparição a meio da primeira parte para não mais parar.


Único campo de terra batida do escalão maior do futebol lisboeta desta época, o Campo dos Moínhos tornou-se ainda mais pesado com a chuva incessante. O pelado explicará, em grande parte, as dificuldades que os adversários do Ponterrolense sentem nas deslocações a Ponte do Rol. Mas não é a única. Na defesa, o Ponterrolense tem esta época um jogador com larga experiência nos Nacionais. Prestes a completar 36 anos, Esteves cumpre a terceira época no Ponterrolense, após uma carreira iniciada no vizinho Torreense em 1989. Como sénior, alinhou no Lourinhanense, Torreense, Fátima e Barreirense. É o jogador mais experiente do plantel.


Mas o maior destaque vai para a dupla atacante composta pelo cabo-verdiano Naco e o moldavo Roma. Naco faz lembrar Gil, Campeão do Mundo de Sub-20 em 1991. De estatura mediana, faz da sua mobilidade a grande arma que atormenta as defesas adversárias. Tem sido um dos melhores marcadores da Divisão de Honra da AF Lisboa nas últimas épocas. A seu lado joga o pequeno Roma (alcunha do moldavo Roman Lapusneanu). Roma coloca velocidade no jogo do Ponterrolense, procurando servir Naco. Cumpre a segunda época no clube depois de jogar no Encarnacense e no Livramento. Ainda assim, o melhor jogador em campo acabou por ser um dos jogadores visitantes.


Aos 26 anos, o avançado Mário Rui cumpre a segunda época no Ericeirense, depois de uma carreira iniciada no Mafra, clube em que viveu a melhor época da carreira, ao alinhar em metade dos jogos da carreira mafrense na 2ªDivisão de 2005/06. Seguir-se-íam duas épocas no vizinho Igreja Nova. Marcado por Esteves, seu antigo colega no Torreense (02/03), Mário Rui deu muito trabalho à defesa da casa, devido à sua estatura e empenho. Foi dele o primeiro golo da partida, finalizando de cabeça um cruzamento da direita.


Ainda antes do intervalo, Naco empatou na conversão de um pontapé da marca de grande penalidade. O lance foi duvidoso e alvo de contestação por parte dos jogadores e dos (muitos) adeptos ericeirenses presentes. Num jogo marcado pelas más condições atmosféricas, a presença de várias dezenas de espectadores é de salientar, destacando-se a sempre aguerrida massa adepta da Ericeira.

O Ericeirense pareceu quase sempre um degrau acima do seu opositor. Apesar de ter ainda acertado na barra da baliza ponterrolense, não conseguiu desbloquear o 1-1. Agora treinados por Rui Jorge, antigo guardião de Mafra e Real, poderá ser um dos candidatos à subida, apesar de ainda estar muito campeonato por jogar.

sábado, 14 de novembro de 2009

Morreu um Indivíduo


Milhares de mortos num terramoto na Ásia são uma notícia longínqua, quantas vezes sem imagens televisivas. Um acidente rodoviário em qualquer ponto do 1ºMundo tem lugar em todos os noticiários. A morte de uma estrela rock interrompe programações televisivas e tem destaque em tudo o que é media durante semanas. A vida humana tem cotações diferentes. Já se sabia. A morte também. Quando a morte nos é mais próxima, 1 é mais que 10.000. Isto é evidente quando se perde alguém que nos é querido, seja familiar ou amigo. Também acontece quando desaparece alguém que nos habituámos a ver e a admirar. É este o caso da morte de jogadores de futebol. Pelo menos, daqueles que fomos directa ou indirectamente acompanhando. Por isso é que os jogadores de uma equipa amadora colombiana que foram encontrados sem vida junto da fronteira entre a Colômbia e a Venezuela tiveram tanto impacto como as vítimas de um atentado terrorista onde quer que seja.

Quando a notícia é da morte de alguém de quem conhecemos o rosto, a reacção é completamente diferente. Trata-se de um indíviduo e não de um número. Associar um rosto a um facto, seja ele qual fôr, reforça o facto. Quando esse rosto é de alguém que os habituámos a respeitar, o reforço é maior ainda. Quando serenidade, concentração, elasticidade e a dedicação ao jogo se juntam a qualidades humanas inegáveis que o levavam a participar em actividades de índole social ou comunitária, a morte tem um peso tremendo. Foi por tudo isto que derramei lágrimas quando me vi perante a morte de Robert Enke. As lágrimas não derramadas perante uma tragédia sem nomes ou sem rostos.

Porque Enke tinha rosto. Culto e empenhado em diversas áreas, estava muito longe do estereótipo do jogador de futebol oco. Porque foi um excelente guarda-redes, profissão que abraçava apaixonadamente. Porque a sua vida privada estava já marcada pela tragédia da morte de uma filha. Porque por este ou aquele motivo, a sua carreira acabou por nunca assumir o plano de destaque que o seu valor mereceria. Porque o desespero que conduz ao suicídio é algo de uma delicadeza imensa, que só não toca quem nunca experimentou desespero nas suas vidas. Há algumas horas atrás, a caminho das redes de uma baliza açoreana, o ex-colega Moreira ter-se-á lembrado do amigo desaparecido. Eu lembrei-me.

sábado, 24 de outubro de 2009

Números da Taça de Portugal

A propósito da recente eliminatória da Taça, aqui ficam algumas curiosidades estatísticas. Joga-se esta época a septuagésima edição da Taça de Portugal. Apenas 5 clubes participaram em todas as edições. A saber, para além dos “3 grandes”, Académica e Belenenses merecem essa honra. Inversamente, quase um quarto dos clubes que já participaram na Taça, fizeram-no em apenas uma edição.

Quanto a jogos disputados, a única surpresa nos cinco primeiros lugares, é a presença do Vitória setubalense em detrimento da Académica. O FC Porto tem apenas menos um jogo disputado (373) que o Sporting, enquanto que o Benfica poderá chegar aos 400 jogos na Taça se alcançar o objectivo Jamor. Noventa e oito clubes disputaram apenas um jogo a contar para a prova raínha do futebol português.


O clube mais vitorioso na prova é o Benfica (301 jogos ganhos), ficando o Sporting a quase 40 vitórias de distância. Seguem-se FC Porto, Belenenses e V.Setúbal. Mais de um quarto dos clubes que já participaram nas 70 edições da Taça nunca venceu um jogo a contar para a Taça de Portugal.


Se se relacionar o número de vitórias e o número de jogos disputados, o Benfica continua primeiro, tendo vencido 76% dos jogos disputados. No entanto, tem um segundo classificado muito próximo e surpreendente. Apesar de ter participado em apenas uma edição da Taça, ou precisamente por isso, dependendo da perspectiva, o GD Coelima venceu 75% dos jogos que disputou nesta prova.


Decorria a época 1982/83. O Grupo Desportivo da Coelima (empresa têxtil dos arredores de Guimarães) disputava pela primeira e única vez as provas Nacionais. O clube surgira meia dúzia de anos antes a disputar as provas da AF Braga, tendo alcançado o escalão maior do futebol bracarense em duas épocas consecutivas. A presença na Série A da 3ªDivisão viria a ser penosa, tendo o clube vencido apenas três das 30 partidas disputadas, não conseguindo fugir ao último posto e consequente descida. Se no Campeonato precisaram de trinta jogos para vencer três, na Taça, venceram três das quatro partidas disputadas! Na 1ªEliminatória receberam o CDC Montalegre, à época disputar o Distrital da AF Vila Real. A vitória do Coelima foi clara – 4-0. Seguiu-se uma deslocação a Nisa, para defrontar o S Nisa e Benfica, que disputava o mesmo escalão do Coelima, mas na Série D. Nova vitória, desta feita pela margem mínima.


O sorteio da 3ªEliminatória ditaria o único jogo oficial em que o GD Coelima defrontaria um adversário de escalão superior. O Leça FC disputava a Zona Norte da 2ªDivisão Nacional. O resultado ? Vitória da Coelima por 4-2. Na 4ªEliminatória, terminaria o percurso histórico. A deslocação era longa, a viagem foi até Lagos, onde os esperava o Esp.Lagos, equipa do terceiro escalão que acabaria por se sagrar Campeão Nacional da 3ªDivisão nessa época. O sonho foi desfeito e com direito a goleada. O regresso ao Minho foi feito com seis golos na bagagem. No final da época, a descida aos Distritais não teria regresso.


Em número absoluto, a Académica é o clube que perdeu mais jogos a contar para a Taça de Portugal (84). Seguem o clube de Coimbra de perto neste ranking pouco simpático o Atlético, o Vitória de Guimarães, o Belenenses e o Braga. Percentualmente, 151 clubes perderam todos os jogos que disputaram para a Taça de Portugal. Dois deles (Covilhã e Benfica e SC Horta) tiveram sete oportunidades para contrariar este valor.


O Arsenal Clube do Bessa, antigo satélite boavisteiro, é o clube com menor percentagem de derrotas em jogos da Taça. Para este valor, muito contribuíu o facto de, na única participação na prova (1990/91), ter disputado dois desempates, numa altura em que ainda se disputava um segundo jogo em caso de empate. Começou por eliminar o Fiães na 2ªEliminatória. Depois, não conseguiu vencer o Monção, sendo forçado a um desempate no Alto Minho, onde só venceu no desempate por pontapés da marca de grande penalidade. Na 4ªEliminatória, o Imortal saíu derrotado no Bessa por 1-0. Seguir-se-ía o Ol.Moscavide. A eliminatória começou no Bessa, mas só terminaria na zona oriental de Lisboa, com vitória para o Arsenal axadrezado por 1-0. A aventura dos jovens boavisteiros terminaria em Famalicão, contra o clube local que disputava a 1ªDivisão. Viria a derrotar o Arsenal do Bessa por 3-0. Deste conjunto de sete partidas, resulta uma percentagem de 14% de derrotas. Muito de perto, seguem Benfica (15%), Sporting e Porto, ambos com 18%.


O clube com mais empates na Taça é o FC Porto (47). Seguem-se Sporting (46), Barreirense (37), V.Setúbal (36) e Benfica (34). Quarenta por cento dos clubes que já participaram nas 70 edições da Taça nunca empataram um jogo sequer.


Quanto à contabilidade de golos, o Benfica é o clube que mais golos marcou (1320) e que mais golos sofreu (380) em jogos da Taça. Em golos marcados, a distância para o segundo (FC Porto-1038) é considerável. Em golos sofridos, adiferença já é mais curta, surgindo o Sporting com 365. Setenta e dois clubes nunca marcaram um golo em jogos a contar para a Taça de Portugal. Três deles tiveram três oportunidades para o fazer – CRC 22 de Junho/Amor, GD Trancoso e SC Gonçalense.


Em termos médios, o clube mais goleador da Taça é o Unidos do Barreiro. Já extinto, o clube barreirense participou em apenas duas partidas da edição da Taça de Portugal de 1942/43. depois de derrotar o Lusitano VRSA por 7-1, foi eliminado pelo FC Porto (0-2), garantindo uma média de 3,5 golos por jogo. Tal como acontece com o Arsenal do Bessa, este record do Unidos do Barreiro é ameaçado de perto pelo Benfica, que surge com uma média de 3,34 golos por jogo. No entanto, e dado o número elevado de partidas disputadas pelos encarnados, é provável que o record barreirense perdure durante alguns anos. Repare-se no seguinte exemplo. Mesmo que o Benfica atinja a Final do Jamor esta época e faça um total de 20 golos nos 5 jogos que disputaria até lá (inclusivé), aumentaria a média para 3,35. Ou seja, o aumento seria de apenas 0,01!


As piores médias de golos sofridos pertencem a clubes que, tendo disputado apenas um jogo, sofreram goleadas expressivas. O destaque vai para os cabo-verdianos do Mindelense. A época era 1970/71 e os clubes das ex-colónias participavam nas últimas eliminatórias da Taça de um Portugal que se dizia ir do Minho a Macau. Resultado ? 0-21!


Jogou-se a 23 de Maio de 1971 no antigo Estádio José Alvalade. Sete golos de Peres, seis de Lourenço, três de Pedras, dois de Tomé e um de Chico, Dinis e Marinho. Nunca se marcara tantos golos num jogo da Taça. Não se voltaria a repetir.


A segunda pior média de golos sofridos data da época 1999/00. Por via da participação na Final da Taça da AF Lisboa da época anterior, o Dramático de Cascais (mais conhecido pelo jogo da oval) qualificou-se para a Taça de Portugal. Deslocou-se a Sines para defrontar o Vasco da Gama local e regressou à Linha com 14 golos sem resposta.


Por cada participação na Taça, o Benfica joga em média 5,64 partidas, seguido do Sporting (5,34) e FC Porto (5,33). Mas o comando deste ranking pertence ao Arsenal do Bessa, na tal época 1990/91 em que disputou 7 jogos, contando com dois desempates. Praticamente um quinto dos clubes que já participaram nas 70 edições da Taça disputaram apenas uma partida em cada edição da Taça de Portugal que disputaram.


Convencionando atribuir 3 pontos por vitória e 1 por empate, a tabela é comandada pelo Benfica (2,37), logo seguido do já referido GD Coelima (2,25). O clube já extinto tem muito próximos o Sporting (2,22), o FC Porto e o também desaparecido Arsenal Clube de Braga (2,20). O quadro seguinte inclui o TOP 30 em termos de pontos.



quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Borbense empata Redondense



A jornada inaugural da Divisão de Honra da AF Évora agendava um duelo entre vizinhos. A equipa do Redondense FC deslocava-se a Borba, para defrontar o SC Borbense. Em termos de palmarés, o Borbense é mais forte. Seis presenças na 3ªDivisão contra apenas uma do Redondense e oito presenças na Taça de Portugal contra três dos visitantes. Mesmo a nível distrital, o Borbense conta com cinco títulos de campeão da divisão principal da AF Évora, contra apenas um do Redondense.

No entanto, as últimas épocas têm registado uma aproximação por parte do Redondense. Ainda assim, nas últimas dez temporadas, apenas em 2007/08, o clube do Redondo concluíu a época à frente do Borbense. Para esta época, a contratação de Paulo Sousa (ex-Lusitano de Évora) para o comando técnico, aponta para uma aposta do Redondense em lutar pelos primeiros lugares.


Tarefa difícil para um clube que tem como melhor classificação das últimas dez épocas um quinto lugar em 1999/00. Natural do Redondo, Paulo Sousa (32 anos) fez toda a sua carreira como sénior no Lusitano eborense, tendo tomado conta do comando técnico da equipa em Abril de 2007, terminando em 11º lugar na Série F da 3ªDivisão Nacional. Na época seguinte, terminou em 9º, conseguindo a manutenção na 2ªFase da prova. Em 2008/09, ficou em 10º, logrando a manutenção numa 2ªFase em que não sofreu qualquer derrota.




Domingo passado, a estreia no campeonato estava marcada para Borba e o jogo começou com toada mais dos visitantes. A maior qualidade e experiência dos seus jogadores colocavam a defesa do Borbense em apuros. Aos quinze minutos, após cruzamento remate de Farrapa (22 anos), Marono (36 anos)(passou por Escouralense e Alandroalense, entre outros) deixa-se antecipar quando tinha tudo para fazer golo. Cinco minutos passados e é Farrapa que remata fraco e à figura de Armando, após bom lance de entendimento pela direita.


O Redondense prometia e ao minuto trinta e um surgiu o golo inaugural. Marono e Ferrão (ex-júnior do Lusitano de Évora) tabelam sucessivamente na área borbense, sobrando a bola para Fradinho (32 anos)(ex-Perolivense) que não perdoa.

Apesar de abnegada, a equipa do Borbense não construíu qualquer jogada de registo durante o primeiro tempo. Aos quarenta e quatro minutos de jogo, o técnico Saraiva Neves (45 anos)(Treinou o Santiago Maior e o Calipolense) rende a sua unidade mais frágil, fazendo entrar Ruca (28 anos)(esteve no Elvas no início da época), o melhor marcador da equipa na época passada. Apesar de ser evidente a fragilidade com que o jovem Zé Grego (ex-júnior) se exibiu, o técnico borbense poderia ter evitado substituír o atleta a um minuto do intervalo.



O segundo tempo começou sem grandes alterações. Aos 57’, o árbitro assinala a marca de grande penalidade, punindo uma alegada mão de Tracanas (25 anos)(ex-Bencatelense, jogou também no Calipolense) na área redondense. Até aqui inofensivo, o Borbense tinha oportunidade de igualar a partida e Ruca não falhou.

O empate foi inspirador para o Borbense, salientando-se neste período André (ex-júnior), Filipe Pereira (20 anos)(Juvenil e Júnior no Belenenses) e o capitão Libério (34 anos).



No entanto, as suas iniciativas foram sendo travadas pela defesa redondense, onde se destacavam o central Tracanas e o lateral Carlitos (20 anos)(ex-Sp.Viana, foi júnior no Lusitano de Évora).



Demonstrando sempre maior objectividade, o Redondense volta a adiantar-se no marcador aos 70’, num desvio do recém entrado Jorginho (33 anos)(ex-Alcaçovense). Apesar de faltarem ainda 20 minutos para o fim da partida, sentia-se no estádio que as coisas estariam decididas. E assim seria, não fosse um lance insólito, registado no último minuto do tempo regulamentar. Numa fase em que o médio Luís Mendes (PRETO)(28 anos, há várias épocas no clube) já acrescentara centímetros à equipa da casa, o futebol directo era uma opção desesperada. Numa reposição de bola em jogo, a bola é colocada pelo guardião Armando no (então) lateral-esquerdo Salabarda (23 anos)(Foi júnior no Campomaiorense e passou pelo Rio de Moínhos e Alandroalense). Este, ainda antes da linha de meio campo, procura colocar a bola na área do Redondense. Caprichosamente, a bola dirige-se com um efeito tal que acaba por entrar no canto superior direito da baliza à guarda do veterano João Carlos (38 anos)(Cumpre a segunda época no clube, após uma carreira sénior que começou no Lusitano de Évora, onde esteve várias épocas).

Surpreendendo tudo e todos, o Borbense empatava a partida e forçava a repartição de pontos. Pouco depois, o árbitro dava por terminada uma partida que o Redondense poderia e deveria ter ganho.

domingo, 18 de outubro de 2009

Último vence Líder em Lourel

O Pero Pinheiro começou a época assumindo a candidatura à subida de divisão. À 4ªJornada, com apenas um ponto conquistado, troca de treinador. Sai Pedro Abranja e entra Paulinho.

O antigo central de Estoril, Nacional, Benfica e Est.Amadora, acabou a época transacta no banco d’”O Elvas”. A estreia estava marcada para o terreno do Lourel. Ao invés do seu adversário, os leões sintrenses haviam descido de divisão, sendo repescados após a “subida administrativa” do Tojal. Aspirações tão distintas quanto os inícios de época. Às primeiras quatro jornadas corresponderam quatro vitórias e o primeiro posto da tabela.

LOUREL – Tiago Monteiro; Barroso, Hélder, Simão e Edgar; Augusto, Zezinho, Oliveira (cap.) e João Raimundo; Patrick e Barradas.


PERO PINHEIRO – Ferro; Maruca, Carlos Sousa, Miguel Vicente e Fábio; Aguiar (cap.), Rodas, Tiago Almeida e Serrinha; Rafa e Brito



Em futebolês, “chicotada psicológica” significa injecção de motivação extra e foi isso que se viu domingo (dia 11) com os forasteiros a entrar pressionantes em campo. O Lourel demorou 27 minutos a entrar no jogo, quando Zezinho consegue desmarcar Patrick para um remate fraco deste. Aos 34’, e quando o Lourel até já equilibrara a partida, Tiago Almeida (antigo jogador do Lourel) finaliza uma boa jogada do veterano Brito. Aos 36 anos, o jogador mais experiente em campo, chegou a representar Estoril, Felgueiras, Marco e Leixões, na Liga de Honra.


Até ao intervalo pouco se passou digno de registo. Para a segunda parte, Paulo Rocha faz saír o perdulário Patrick e entrar o regressado Bernardo. O avançado de 25 anos esteve vários meses ausente após intervenão cirúrgica. Cumpre a 5ª época em Lourel após passagens por Real e Pero Pinheiro.


Ainda assim, a segunda parte começa com alguns lances de perigo protagonizados por Serrinha, um dos melhores em campo. Aos 72’, Brito remate em “volley” para ua grande defesa do jovem Tiago Monteiro. Dez minutos depois, já em futebol directo para a área do Pero Pinheiro, Barroso cabaceia ao lado.

Aos 88’, Serrinha volta a fazer das suas, apesar de não concretizar. O momento mais emocionante do jogo aconteceu já em período de compensação, quando Bernardo cabeceia por cima junto do poste direito da baliza à guarda de Ferro, guardião com uma tarde de pouco trabalho.


A vitória do Pero Pinheiro aceita-se e perspectiva uma recuperação na tabela. Quanto ao Lourel, destaque para Hélder (central de 19 anos), Zezinho (patrão do meio-campo ex-1ºDezembro, onde esteve 8 temporadas) e João Raimundo, o criativo ex-Igreja Nova e formado no Est.Amadora.


sábado, 3 de outubro de 2009

Futebol Benfica-Sacavenense - Qualidade em Dia de Eleições

Em dia de eleições legislativas, Futebol Benfica e Sacavenense voltaram a disputar um jogo de futebol, após duas épocas em que disputaram escalões diferentes. O popular Fofó desceu da 3ªDivisão Nacional, enquanto que o Sacavenense regressou ao principal escalão do futebol lisboeta.


Jogava-se a 3ª ronda da Divisão de Honra da AFL desta época. À partida, esperar-se-ía uma partida desequilibrada a favor dos da casa. No entanto, a equipa do Sacavenense apresentou-se sempre desinibida, sendo mesmo aquela que apresentou o melhor futebol em campo. Aliás, registe-se que não me recordo de ver o Fofó jogar tão pouco, o que também contribuíu para o destaque do Sacavenense. No entanto, isto não impediu a vitória dos de Benfica, devido a um auto-golo logo a abrir a segunda parte e a uma boa finalização de Marmelo, a sete minutos do fim.


Mas o destaque maior da partida foi ter assistido a uma exibição cheia de qualidades de um tal de Godinho, jovem que não conhecia, o que só aguçou mais a minha curiosidade. Técnica, velocidade e semelhanças com Luka Modric, o internacional croata.

Partilhou com os colegas de equipa uma imensa vontade de vencer, mas via-se que a qualidade individual se destacava dos restantes. Jogo concluído com vitória do Fofó por 2-0 e voto depositado na urna, restava descobrir quem seria este Godinho. Aqui fica o resultado da “descoberta”.

Godinho é um jovem acabado de completar 20 anos. Formado no Belenenses, chegou mesmo a ser convocado para os sub-18 de Portugal. Na época passada, esteve no Atlético do Cacém até Dezembro, quando foi ajudar o Sacavenense a regressar à Divisão de Honra. Esta época, o Odivelas (2ªDivisão) foi buscá-lo. No entanto, aconteceu a Godinho algo que é cada vez mais recorrente. Ainda estávamos em Setembro quando Godinho se viu forçado a abandonar o Odivelas por “motivos profissionais”. Regressou ao Sacavenense. Por estes dias, o defesa belenense Barge referia-se ao facto de haver bons valores nas divisões inferiores do nosso futebol. Tem razão. Quando jogadores talentosos como Godinho têm de alinhar nos Distritais, algo de muito negativo se passa no nosso futebol. Neste caso, beneficia o Sacavenense.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Oriental-Eléctrico - Não houve Taça em Marvila



ORIENTAL-Mota; Tiago Rosa, Tozé, Toni e Marcelo Henrique; Ségio Mendonça, Samarra, Serginho (Taroco 69’) e Valdo (Mané 90+5’); Pedro Andrade e Santiago (Vítor Gomes 79’)

Não utilizados-Bruno Costa, Daniel, Cissé e Kikas


ELÉCTRICO-Passarinho; Telmo, Vinícius, Da Silva e Carlos Santos (João Neves 67’); Edgar, Ibraime (Joca 79’), Cristiano e Vasco Campos (Galacho 62’); Rui Gomes e Wilson

Não utilizados-Sérgio e Hugo


Sempre que visito o Campo Eng. Carlos Salema (terreno do Clube Oriental de Lisboa) tenho sensações mistas entre o fascínio e a desolação. Fascínio pela História que se respira naquelas velhas bancadas. Desolação pela degradação do espaço. A maior parte dos espectadores presentes terão com toda a certeza imensas histórias para contar, desde os tempos em que o Oriental jogava na 1ªDivisão. Nos últimos anos, os adeptos do clube vão vivendo o clube entre as 2ª e 3ªDivisões.


Neste Domingo, jogava-se a 2ª eliminatória da Taça de Portugal e o adversário era o Eléctrico FC. O mesmo que, em 2006/07, também se jogava a 2ªEliminatória, veio a Marvila eliminar o Oriental no desempate por pontapés da marca de grande penalidade. Foi a única ocasião em que os dois clubes se defrontaram para a Taça.


Treinados por antigos internacionais do futebol português (Carlos Manuel e Francisco Barão), Oriental e Eléctrico disputaram um jogo típico da 2ªDivisão Naconal, escalão que ambos disputam, embora em zonas diferentes.


Equilibrado mas com algum domínio da equipa da casa, não foi um jogo com muitas oportunidades de golo. A primeira surgiria ao quarto de hora de jogo, quando Pedro Andrade cabeceou à trave, na sequência de um cruzamento de Valdo (o “Adebayor” do Oriental passou por Vialonga, Sesimbra, Abrantes, Juventude de Évora, Omonia Aradippou (Chipre) e Ac.Viseu). Acabou por ser um prenúncio do que aconteceria quatro minutos depois, quando o mesmo Pedro Andrade, à entrada da área, dominou uma bola no peito, rematando de imediato, não dando qualquer hipótese a Passarinho, guardião do Eléctrico. Aos 26 anos, Pedro Andrade jogou no Cacém e no Carregado. Está no Oriental desde Dezembro de 2007.



De forma surpreendente, o Eléctrico empatou na jogada seguinte. Na sequência de uma incursão pela esquerda, Wilson ganha espaço na área orientalista e remata cruzado à saída de Mota, fazendo o empate. A velocidade do avançado de 26 anos (ex-Pescadores) que não ficou no Moura por motivos físicos e que foi recebido num clube de escalão superior, onde tem sido figura de destaque neste início de época, foi determinante. No entanto, as oportunidades de aplicar a sua mais-valia não surgiram e a primeira parte concluíu-se sem notas de relevo. O cenário manteve-se até aos 21 minutos da segunda parte, quando Santiago (avançado de 28 anos com passagens pelo Futebol Benfica, Cacém, Malveira, Amora, Mafra e U.Micaelense) replicou a acção de Wilson no 1-1, colocando o Oriental em vantagem.

Em desvantagem, o Eléctrico procurou tomar conta do jogo. No entanto, só nos últimos minutos da partida teve duas oportunidades para empatar. No primeiro lance, o recém entrado Joca desvia ao lado, depois de “furar” bem entre os centrais do Oriental. No segundo, a velocidade de Wilson voltou a aparecer, mas a finalização foi deficiente. Até ao apito final, destaque para uma entrada mais ríspida de Toni, em que o filho homónimo do antigo jogador e treinador do Benfica, viu o vermelho directo.


Pouco depois, num lance clássico de contra-ataque, Taroco fecha o marcador e a eliminatória após driblar Passarinho e rematar para as redes desertas. O Oriental estava na 3ªEliminatória, onde já jogarão os clubes da Liga Sagres.

domingo, 6 de setembro de 2009

Um dia para recordar




O dia 6 de Setembro de 2009 ficará para a História do Atlético Clube do Tojal. Foi o dia da estreia em competições nacionais. O jogo da primeira jornada da Série E da 3ªDivisão ditava a recepção ao Sport União Sintrense.


O primeiro onze escolhido por Joaquim Oliveira foi composto por Ginja; Flávio, José Carlos (Cap.), Leandro e Luís Dias; Mosca, Hélder e Stanic; Sandro, Tiago Cabral e Maia. Com uma média etária de 22 anos, o Sintrense começou com Rodolfo; César Cabrita, Rui Arroja, Sapo e Russo; Emanuel, Venda, Flávio Casal (Cap.) e Rui Barroso; André Cacito e Tiago Antunes.

Talvez devido à tardia confirmação de subida de divisão, o Tojal reforçou-se com jogadores de equipas que ficaram classificadas abaixo de si na Divisão de Honra da Associação de Futebol de Lisboa da época passada, o que não é comum acontecer. Curiosamente, a única aquisição proveniente de um clube da 3ªDivisão (Maia) foi o primeiro jogador a destacar-se, ao desviar um livre de canto que ainda roçou a trave da baliza do Sintrense.


As dimensões reduzidas do Campo da Meia Laranja, agravado pelo vento forte e irregular que se fez sentir, contribuíram para um jogo muito directo durante o primeiro tempo. Neste tipo de jogo, a equipa da casa pareceu sempre mais à vontade. No entanto, já se percebia que o jogo mais colectivo e a bola na relva eram mais do agrado dos sintrenses. E esteve aqui a chave do jogo. Apesar de entrar mais perigoso no segundo tempo, a defesa do Tojal começava a sentir algumas difculdades a lidar com os movimentos atacantes da equipa de Paulo Morgado.


Aos 58’, o técnico do Sintrense faz entrar Veludo e Rúben Braga para os lugares dos esforçados Flávio Casal e André Cacito. Dois minutos depois, Rui Barroso tem uma boa arrancada pela direita que rasga a defesa tojalense, desmarca Tiago Antunes na esquerda e este cruza para o desvio de Veludo para as redes da baliza de Ginja.

Dez minutos depois, o guardião do Tojal teve um momento de infelicidade ao repôr de forma deficiente uma bola que foi bem aproveitada por Rui Barroso que desmarcou Rúben Braga para o segundo golo do Sintrense. Apesar de Joaquim Oliveira ter terminado com 3 avançados, o estreante Tojal acabou por não criar grande perigo para a defesa do Sintrense, que acabou por ser uma agradável surpresa.

No Tojal, destaque para o extremo Sandro (ex-Tires), jogador com um pique merecedor de um terreno com outras dimensões e para Maia (ex-Futebol Benfica), um avançado combativo mas sem espaços para as suas desmarcações. No Sintrense, o elemento decisivo acabou por ser Rui Barroso. No entanto, demonstrou ser um conjunto bem equilibrado em termos das capacidades individuais dos seus jovens elementos.


Russo, lateral-esquerdo que não coube no Carregado que João Sousa acabou por preparar para a Liga Vitalis, oferece segurança, raça e experiência, apesar de ainda não ter completado 28 anos.


Nota final para o facto das duas equipas serem bastante jovens. Exceptuando José Carlos (capitão do Tojal), o jogador mais “velho” em campo tinha 28 anos! Se nos lembrarmos que alguns destes atletas são formados em clubes como Belenenses, Benfica, Sporting ou Estoril, entre outros, é caso para perguntar em que escalão poderiam estar a actuar, se este nosso futebol fosse outro. Mas isso é outra conversa.