A curiosidade era antiga. O Grupo Desportivo Recreativo Cultural Ponterrolense é o segundo clube com mais presenças na Divisão de Honra da AF Lisboa. Apenas falhou uma edição porque subiu à 3ªDivisão Nacional, após ter sido vice-campeão em 98/99. Já assistira a jogos do Ponterrolense, mas nunca em casa. Para chegar a Ponte do Rol, tomei a direcção Norte até Torres Vedras. Depois de passar por Gibraltar e Benfica, lá cheguei a Ponte do Rol. O Domingo ameaçava chuva e esta faria a sua aparição a meio da primeira parte para não mais parar.
Único campo de terra batida do escalão maior do futebol lisboeta desta época, o Campo dos Moínhos tornou-se ainda mais pesado com a chuva incessante. O pelado explicará, em grande parte, as dificuldades que os adversários do Ponterrolense sentem nas deslocações a Ponte do Rol. Mas não é a única. Na defesa, o Ponterrolense tem esta época um jogador com larga experiência nos Nacionais. Prestes a completar 36 anos, Esteves cumpre a terceira época no Ponterrolense, após uma carreira iniciada no vizinho Torreense em 1989. Como sénior, alinhou no Lourinhanense, Torreense, Fátima e Barreirense. É o jogador mais experiente do plantel.
Mas o maior destaque vai para a dupla atacante composta pelo cabo-verdiano Naco e o moldavo Roma. Naco faz lembrar Gil, Campeão do Mundo de Sub-20 em 1991. De estatura mediana, faz da sua mobilidade a grande arma que atormenta as defesas adversárias. Tem sido um dos melhores marcadores da Divisão de Honra da AF Lisboa nas últimas épocas. A seu lado joga o pequeno Roma (alcunha do moldavo Roman Lapusneanu). Roma coloca velocidade no jogo do Ponterrolense, procurando servir Naco. Cumpre a segunda época no clube depois de jogar no Encarnacense e no Livramento. Ainda assim, o melhor jogador em campo acabou por ser um dos jogadores visitantes.
Aos 26 anos, o avançado Mário Rui cumpre a segunda época no Ericeirense, depois de uma carreira iniciada no Mafra, clube em que viveu a melhor época da carreira, ao alinhar em metade dos jogos da carreira mafrense na 2ªDivisão de 2005/06. Seguir-se-íam duas épocas no vizinho Igreja Nova. Marcado por Esteves, seu antigo colega no Torreense (02/03), Mário Rui deu muito trabalho à defesa da casa, devido à sua estatura e empenho. Foi dele o primeiro golo da partida, finalizando de cabeça um cruzamento da direita.
Ainda antes do intervalo, Naco empatou na conversão de um pontapé da marca de grande penalidade. O lance foi duvidoso e alvo de contestação por parte dos jogadores e dos (muitos) adeptos ericeirenses presentes. Num jogo marcado pelas más condições atmosféricas, a presença de várias dezenas de espectadores é de salientar, destacando-se a sempre aguerrida massa adepta da Ericeira.
Sem comentários:
Enviar um comentário