Depois de anos de discursos inflamados e sucesso desportivo conquistado, o FC Porto parece ter chegado a um fim de ciclo. Até há 30 anos atrás, atravessar a Ponte da Arrábida era, por si, um peso insuportável. A retórica contra o Sul e contra Lisboa tem apresentado diversos exemplos lamentáveis no relvado e fora dele, mas também angariou apoio fanático que complementa uma identidade construída em torno de valores negativos que chegam a valorizar mais as derrotas dos outros do que as suas próprias vitórias. Nem mesmo o avolumar dos títulos internos e o sucesso internacional aliviaram o discurso portista. Exemplo claro dos efeitos desta política, é o entoar de cânticos anti-Benfica aquando dos festejos de um golo ou de um título portistas. Esta época, com o FC Porto em terceiro lugar na Liga e eliminado da Champions, a Final da Taça da Liga ganhava uma dimensão inédita no universo portista. O comportamento de Bruno Alves durante a partida foi exemplar. Exemplar da passagem para o terreno de jogo da 'filosofia' do 'contra tudo e contra todos'. Exemplar do não saber perder. No final da partida, respondendo a uma pergunta, Rúben Amorim dizia não ter falado com Nuno Espírito Santo. Explicou que nunca o faria porque mais importante do que saber perder é saber ganhar. Curiosa resposta considerando o adversário nessa Final. Como é que quem nunca demonstrou saber ganhar, pode saber perder?
quinta-feira, 25 de março de 2010
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