Já se sabia que é regra num relato radiofónico ou numa transmissão televisiva de jogos de equipas portuguesas. É garantido que é ainda mais vincado quando é a Selecção a jogar. Refiro-me à forma tendenciosa como os “jornalistas” abordam estas partidas. Assume-se que se justifica, porque somos “nós” contra “eles”. Apesar deste tipo de postura ser discutível em termos da ética jornalística, ninguém a questiona. A partir daqui, temos atitudes derivadas que se tornam ainda mais bizarras. Por exemplo, qualquer jogo de um dos chamados “grandes” contra um dos “não grandes”, é relatado na perspectiva do “grande”. Se o resultado está em branco, a questão fulcral é o que o “grande” deve fazer para se colocar na dianteira. Se está a vencer, como consolidar essa vantagem e por aí fora. Mais uma vez, parece tudo “normal”. Mais recente é adoptar esta mesma postura nos jogos em que participam jogadores e/ou técnicos portugueses. O caso do Real Madrid e a histeria mediática em torno de Cristiano Ronaldo é o paradigma desta postura. Este fim-de-semana, a forma como os “jornalistas” da Sporttv relataram o jogo com o Almeria, nomeadamente no período que se seguiu à reviravolta dos andaluzes, foi elucidativa. Aquilo que espero de quem relata é isso mesmo, que relatem. Já agora, gostava de assistir a qualquer jogo sem estar constantemente confrontado com a forma tendenciosa de quem prefere que x ou y vença, porque tem um ou mais jogadores portugueses nas suas fileiras. Se é “pecado mortal” não torcer pela Selecção, não o será não torcer por Real Madrid ou Chelsea. Ou é ?
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Bizarrias
sábado, 5 de dezembro de 2009
Números Reais
Quando entrou em campo para a recepção ao Mineiro Aljustrelense no passado Domingo, o Real SC preparava-se para disputar, em termos oficiais, o jogo 500 da sua História. O jogo foi tão frio como o tempo que se fazia sentir. A primeira parte foi mesmo paupérrima. Ainda assim, o Real foi sempre a menos má das três equipas em campo, acabando por vencer por duas bolas sem resposta. Nuno jogo sem grande história, resta falar da efeméride dos 500 jogos. O resultado mais comum é 1-0 (52 vitórias e 47 derrotas). Isto é válido para as participações nos três escalões já disputados pelo Real - Campenatos das 2ª e 3ª Divisões Nacionais e Divisão de Honra da AFL. Em termos absolutos por escalão, o resultado mais frequente no Distrital foi o empate (1-1), o que não deixa de ser curioso dado as prestações positivas do clube sempre que disputou a Honra lisboeta. Na 3ªDivisão, o resultado mais frequente foi a derrota por 1-2, enquanto que na 2ª tem vindo a ser a derrota por 0-1. Ao longo da sua História, os jogos do Real têm sido marcados por um equilíbrio revelador dos escalões que tem disputado. Senão vejamos. Quase dois terços dos 500 jogos terminaram empatados ou decididos pela margem mínima. Quanto ao adversário mais frequente, este pertence à Associação Desportiva do Carregado, esta época a disputar a Liga Vitalis. Real e Carregado defrontaram-se 18 vezes, com o registo global a denotar muito equilíbrio. Sete vitórias para o Real, cinco para o Carregado e seis empates. Quanto a golos, vinte e dois para o Carregado e menos um para o Real.