Zidane foi um dos grandes do Futebol Mundial. O último lance que disputou num relvado resultou numa cabeçada no peito de um adversário. Jogava-se a Final do Campeonato do Mundo. Foi um momento. Irreparável como só os momentos são. No passado dia 25 de Abril, em Sesimbra, recordei Zidane. Mas Rodrigues, guarda-redes do Olímpico, não merece essa recordação. Nem me refiro às diferenças óbvias de qualidade desportiva ou nível competitivo. Se assim fosse, não teria sequer recordado Zidane. O que torna a 'performance' de Rodrigues incomparável é o seu carácter arruaceiro e a premeditação da violência. A história tem tanto de triste como de simples. O Olímpico deslocava-se a Sesimbra sabendo que apenas a vitória lhe permitiria subir aos Nacionais. Um empate consagraria o Sesimbra como vencedor da 1ª Divisão da AF Setúbal, a uma jornada do fim. As centenas de espectadores faziam a festa muito antes do jogo começar. Apesar da forte presença da GNR, não se verificaram motivos para tal. O jogo foi equilibrado, sem lances de perigo junto das balizas.
Reduzido a dez unidades e a precisar de vencer, o jogo e a época do Olímpico terminava ali. Após o reatar da partida, ainda houve tempo para o golaço de Luís Silva e para o tento de honra do Olímpico, já em tempo de compensação. No dia em que se celebra a Liberdade, um só indivíduo conseguiu estragar uma festa, para não falar do trabalho dos seus colegas durante uma época. A não esquecer.