Há oito anos atrás, a selecção grega comandada por um alemão, derrotava a selecção portuguesa na final do Euro 2004. Há uma semana, a equipa da Espanha eliminava Portugal, apurando-se para uma final que viria a vencer por 4-0.
Em 2000, foi a França a bater-nos através do golo de ouro. A mão de Abel Xavier demorou anos a ser vista em Portugal. Não por qualquer atraso na transmissão televisiva mas por uma espécie de cegueira colectiva, misturada com um sentimento de inferioridade que garante que, o mesmo lance, na área contrária, teria tido outro juízo.
Desta vez, não havendo registo de lances discutíveis ou afins, o discurso oficial foi noutro sentido. Anteontem, José Rodrigues dos Santos passou a emissão em directo para a celebração do título europeu em Madrid. Quantas televisões terão feito o mesmo ? No início e no fim dessa peca noticiosa, chamemos-lhe assim, o jornalista do canal público repetiu algo como "Portugal foi a única equipa que não perdeu nem foi dominada pela Espanha".
Talvez demore alguns anos até que se recorde este Euro com outros olhos, mas aqui fica um pequeno contributo para acelerar o processo.
1. Paulo Bento comandou uma Selecção que ultrapassou todas as expectativas;
2. Na meia-final, Portugal manietou o jogo da Espanha, ao ponto de forçar Del Bosque a apostar nos extremos;
3. Iker Casillas fez apenas uma defesa frente a Portugal e isso aconteceu perante Moutinho, no fatídico desempate;
4. Na Final, Casillas foi obrigado a salvar a Espanha em três ocasiões, para além do cabeceamento de Di Natale, a abrir a segunda parte, constituir uma chance de golo mais flagrante que qualquer lance criado por Portugal na meia-final;
5. O facto de Portugal ter ficado perto de eliminar a Espanha e atingir uma Final que poderia ganhar, deveria ser suficiente. Não é preciso construir uma "realidade" ficcionada que compara os resultados da Espanha frente a Portugal e à Itália.
No final da meia-final, viu-se Cristiano Ronaldo dizer "injustiça". Por mais que nos custe, não foi assim.
Em 2000, foi a França a bater-nos através do golo de ouro. A mão de Abel Xavier demorou anos a ser vista em Portugal. Não por qualquer atraso na transmissão televisiva mas por uma espécie de cegueira colectiva, misturada com um sentimento de inferioridade que garante que, o mesmo lance, na área contrária, teria tido outro juízo.
Desta vez, não havendo registo de lances discutíveis ou afins, o discurso oficial foi noutro sentido. Anteontem, José Rodrigues dos Santos passou a emissão em directo para a celebração do título europeu em Madrid. Quantas televisões terão feito o mesmo ? No início e no fim dessa peca noticiosa, chamemos-lhe assim, o jornalista do canal público repetiu algo como "Portugal foi a única equipa que não perdeu nem foi dominada pela Espanha".
Talvez demore alguns anos até que se recorde este Euro com outros olhos, mas aqui fica um pequeno contributo para acelerar o processo.
1. Paulo Bento comandou uma Selecção que ultrapassou todas as expectativas;
2. Na meia-final, Portugal manietou o jogo da Espanha, ao ponto de forçar Del Bosque a apostar nos extremos;
3. Iker Casillas fez apenas uma defesa frente a Portugal e isso aconteceu perante Moutinho, no fatídico desempate;
4. Na Final, Casillas foi obrigado a salvar a Espanha em três ocasiões, para além do cabeceamento de Di Natale, a abrir a segunda parte, constituir uma chance de golo mais flagrante que qualquer lance criado por Portugal na meia-final;
5. O facto de Portugal ter ficado perto de eliminar a Espanha e atingir uma Final que poderia ganhar, deveria ser suficiente. Não é preciso construir uma "realidade" ficcionada que compara os resultados da Espanha frente a Portugal e à Itália.
No final da meia-final, viu-se Cristiano Ronaldo dizer "injustiça". Por mais que nos custe, não foi assim.