sábado, 10 de abril de 2010

Lourel e/ou Sacavenense

Esta época assisti a dois jogos do Lourel e a dois jogos do Sacavenense. Um deles foi o Lourel-Sacavenense de dia 21 de Março. Mas comecemos pelo início. Assisti à visita do Sacavenense ao Francisco Lázaro. Apesar de derrotados, saí de Benfica com a sensação de que o Sacavenense apresentara maior consistência. O Lourel assumiu a liderança da prova desde cedo. Aquando da visita do vizinho Pero Pinheiro, então em último, fui até Lourel assistir ao derby. Coincidência ou não, a equipa da casa voltou a estar desinspirada. Desinspirada foi a ilacção que retirei naquela altura e que foi sendo reiterada pela manutenção da liderança, jornada após jornada, dos sportinguistas de Lourel. Quando, no dia 21, e apesar da chuva, me desloquei a Lourel, aguardava-me um jogo entre os dois primeiros classificados do escalão principal da AF Lisboa.


Tal como acontecera da última vez que os vira jogar, o Lourel voltou a perder em casa. Num jogo em que o Sacavenense foi quase sempre superior, o Lourel voltou a não (me) mostrar porque segue na liderança da prova. É verdade que a diferença que fez o resultado (1-3) se justifica, em parte, pelos erros defensivos que foram determinantes em dois golos sacavenenses. Mas não justifica tudo. Em termos ofensivos, o Lourel foi pouco mais que inofensivo, apostando muito num futebol directo sem resultados. O Sacavenense, para além de defender de forma acertada, mostrou maior capacidade ofensiva. Cláudio e Godinho foram artistas à solta na sombra da Serra. Quem nunca assistiu a jogos dos escalões inferiores pode achar exagero usar a expressão 'artistas', mas não é. Há excelentes valores nos Distritais que, por vários motivos, não ocupam lugares em escalões superiores. É um tema a que regressarei em breve. Voltando ao jogo, o jovem Tiago, guardião do Lourel, foi protagonista por bons e maus motivos. Defendeu um penalty marcado por Jorginho, mas viria a ser mal batido no lance do 1-3.

No miolo, Augusto e o experiente Zezinho não tiveram chances frente a Jorginho e Marocas, dupla do miolo sacavenense, com Armindo sempre por perto. Trio de respeito na Divisão de Honra da AFL. Há equipas nos Distritais que nos fazem pensar como seria se alinhassem em escalões superiores. Por vezes nem sequer são as que vencem as provas. Mas quando o conseguem, costumam ter grandes desafios pela frente na 3ªDivisão Nacional. Alguns sucumbem por a sua qualidade não se enquadrar no terceiro escalão. Outros adaptam a sua forma de jogar e conseguem mesmo chegar à 2ªDivisão. Arrisco dizer que o Sacavenense é um desses casos. Para já, ficam a faltar oito jornadas. Já depois da jornada de 21 de Março, o Sacavenense recebeu e venceu o vizinho Loures, enquanto o Lourel empatou em Talaíde.

Este Domingo, o Lourel recebe o Alta de Lisboa, enquanto que o Sacavenense visita a Malveira. Até ao fim, o Lourel ainda receberá o Venda do Pinheiro, o Futebol Benfica e o Encarnacense, visitando Ponte de Rol, Vialonga, Linda-a-Velha e Cacém. Por sua vez, o Sacavenense receberá o Pero Pinheiro, o Freiria e o Alta de Lisboa, tendo deslocações aos campos de Charneca, Tires, Talaíde e Ponte de Rol. Em teoria, o calendário do Sacavenense apresenta maior grau de dificuldade. Ainda assim, não me surpreenderia que o clube que celebra o primeiro centenário cumprisse o desejo de regressar aos Nacionais. A repetir-se o cenário da época passada, quem sabe se não é acompanhado pelo Lourel.

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