sexta-feira, 14 de junho de 2013

A Taça da AF Lisboa foi para Igreja Nova

9/6/2013
Estádio 1ºMaio (Lisboa)
Arb:Pedro Mota
Igreja Nova-Formiga; Filipe Anjos, Serginho, Rui Ferreira e André Costa (R.Barradas 90'+4); Batista, Martinho e Rochinha (Pepito 90'+4); Diogo Quaresma (Russo 81'), Tiago Almeida e Paulo Cunha (José João 90'+4)
Tr.Rui Paulo Janota
Alverca-Filipe Vale; Filipe (Pedro Dias 72'), Fabio Rosa, Nelson (Cap.)(Marcos 80') e Iã (Telmo 45'); Junior, Armindo (Guga 80') e Stanic; Romão, Serginho e Afonso
Tr.Nuno Lopes

Como o Sporting foi sétimo esta época, recorro ao exemplo da época 2011/12. Imagine-se uma final da Taça entre Nacional (7º da 1ªLiga) e União da Madeira (10º da 2ªLiga) terminar com a vitória unionista por 3-0. Considerando que a 1ªDivisão da AF Lisboa é dividida em duas séries e que o Igreja Nova terminou em 10º na primeira delas, o que aconteceu no domingo é ainda mais surpreendente. Mas só para quem não assistiu.

O Alverca chegou a esta Final da Taça da AF Lisboa após eliminar o Fontaínhas, clube que disputou a 1ªDivisão mas que havia afastado o Loures nos Quartos-de-Final. Por outro lado, para além de disputar a divisão imediatamente abaixo, o Igreja Nova chegava à Final após disputar seis rondas eliminatórias em que numa única ocasião resolveu a ronda com mais do que um golo de diferença. Foi frente ao Bucelenses nos Oitavos-de-Final. a partir daí, apurou-se sempre no desempate por pontapés da marca de grande penalidade após terminar a zero frente a Ponterrolense e Vila Franca do Rosário.

Ainda assim, desde muito cedo se viu que o Igreja Nova queria mesmo levar a Taça, apesar da presença na Final ser, por si, meritória. Entrou melhor na partida. No entanto, uma perda de bola no miolo coloca Serginho em frente a Formiga, mas o veterano guardião leva a melhor. Aos 19', num lance de que só filmei a parte final, Paulo Cunha surge nas costas da defesa do Alverca mas remata ao lado. Era o primeiro sinal de perigo do avançado do Igreja Nova numa partida em que seria figura principal.

Quinze minutos e dois amarelos depois, Paulo Cunha ganha espaço na área mas, com o guardião alverquense pela frente, remata por cima no que era a chance mais flagrante de golo para o Igreja Nova até aquele momento. Ainda assim, naquela altura, a questão era "terá o Igreja Nova outras chances para marcar ?". Haveria.

No minuto seguinte, excelente passe de Paulo Cunha para Diogo Quaresma que vê o remate desviado por Filipe, lateral direito do Alverca. Na sequência do canto, Diogo Quaresma remata de fora da área ao lado. O Alverca voltou a tentar pegar no jogo mas, já em cima do intervalo, Formiga repõe a bola na frente e a bola vai ao braço de Armindo na área, fazendo o árbitro apontar para a marca de grande penalidade. Chamado a converter, Batista bate para o lado esquerdo do guardião do Alverca e coloca o Igreja Nova em vantagem. O árbitro apita para o intervalo no reatamento.



Para o segundo tempo, Nuno Lopes troca de lateral esquerdo, fazendo entrar Telmo para o lugar do jovem Iã. A primeira metade da segunda parte foi muito pobre. Em desvantagem, o Alverca não conseguia criar perigo a uma equipa que se defendia muito bem. Aos 67', Tiago Almeida e Telmo disputam um lance na área e o árbitro assistente dá penalty que parece muito forçado. Do lance saem amarelados o referido Telmo e Filipe. Na marcação, Batista atira à barra. O falhanço poderia ter dado mais ânimo ao Alverca mas foi novamente o Igreja Nova a criar perigo num excelente lance de Paulo Cunha em que o remate cruzado sai à figura de Vale.

Aos 72', Nuno Lopes troca Filipe por Pedro Dias, passando Armindo a ocupar a lateral direita. Quatro minutos depois, chegaria o momento do jogo. Martinho recupera uma bola a meio campo, dá para Rochinha que coloca em Tiago Almeida. Este faz um passe para Paulo Cunha que, com Nélson pela frente, faz um chapéu de belo efeito ao guarda-redes do Alverca. A catorze minutos do fim do tempo regulamentar, o vencedor parecia estar encontrado, considerando a impotência revelada pelo Alverca perante a excelente postura do Igreja Nova.

Pouco depois, combinação entre Paulo Cunha e Rochinha deixaria o primeiro isolado mas o árbitro assistente assinala (mal) fora-de-jogo. O técnico do Alverca ainda esgotou as alterações, fazendo sair Nélson e Armindo para as entradas de Marcos e Guga. No entanto, o jogo estava decidido e o Alverca não mais criaria perigo. Rui Paulo fez sair um dos melhores em campo (Diogo Quaresma) para a entrada de  Russo. Em cima do minuto 90, um toque de cabeça de Paulo Cunha isola Rochinha que faz o 3-0.

Pedro Mota concedeu 5' de compensação e o Alverca está perto de reduzir por intermédio de Serginho que surge frente a Formiga mas não consegue bater o veterano guardião por duas vezes. Depois, o recém entrado Guga ganha espaço do lado esquerdo do ataque mas o remate de ângulo escasso saíu à figura de Formiga. A um minuto do apito final, o Igreja Nova fez três alterações, retirando Paulo Cunha, Rochinha e André Costa para as entradas de Rui Barradas, Pepito e José João.

Até ao final, destaque para dois lances, um em cada uma das áreas. Primeiro foi um desvio de Marcos que Formiga defende sem dificuldades. Depois foi José João que remata cruzado e está perto do 4-0.

Com o apito final de Pedro Mota, o Igreja Nova sagrava-se o justo vencedor da edição 2012/13 da Taça da AF Lisboa. Com uma espinha dorsal composta pelo trio ex-Futebol Benfica composta por Formiga, Batista e Martinho, coadjuvados por Serginho e Rochinha (ambos velhos conhecidos do técnico dos tempos do Pero Pinheiro), Paulo Cunha merece o maior destaque.

Aos 34 anos, Paulo Cunha é um avançado que fez parte do plantel do Real SC na primeira metade da época 2004/05 que culminaria com a primeira subida do clube à 2ªDivisão Nacional. Já há várias épocas que compete nos distritais de Lisboa, tendo passado por clubes como Malveira, Encarnacense ou Venda do Pinheiro. A jogar só na frente, Paulo Cunha fica directamente ligado a esta conquista do Igreja Nova.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Descer com a subida ali tão perto

1/6/2013
Estádio Alfredo da Silva
GD FABRIL BARREIRO-SG SACAVENENSE 1-1
Arb: Tiago Canário (AF Beja)
Fabril-Ruben Luís; Carlos André (Banana 67'), Rui Correia, Marinheiro e Paulo Letras; Miguel Pimenta, Danilo (Espanta 76') e Mário Jorge (Janu 45'); Bolinhas, Catarino (Cap.) e Ruben Guerreiro
Não utilizados-Bonifácio, Mota, Martinho e Luís Conceição
Tr.Manuel Correia
Sacavenense-Hugo; Mendes, Alassane, Runa (Cap.) e Bebé; Manuel Dias, Paulo Neves e Moita; Juninho (Neio 60'), Beirão (Cláudio 60') e Leo (Horta 78')
Não utilizados-Carlos, Beto, Serginho e Elvis
Tr.Nuno Carvalho

Num jogo em que dependia apenas de si para subir de divisão e escapar à descida aos Distritais da AF Setúbel, o Fabril revelou desde o início um nervosismo evidente de que nunca conseguiu libertar-se. A equipa do Sacavenense apresentou-se com a sua identidade intacta apesar de já não ter aspirações de subida.

Neste contexto, não surpreendeu que o Sacavenense chegasse ao golo à passagem do minuto 16. Num lance em que a bola passa por Juninho e Moita, o cruzamento de Mendes é desviado por Leo para as redes em antecipação a Carlos André. Com o Barreirense empatado em Sintra, o Fabril continuava em posição de subida, pelo que a ausência de reacção não teria custos de maior.

Dois minutos volvidos e o Sacavenense está perto do segundo golo. Moita desmarca Leo que faz o chapéu a Ruben Luís. O guardião ainda desvia mas a bola vai para Beirão que não impede o corte de Marinheiro. Na resposta, um dos poucos lances de registo de Ruben Guerreiro é travado em falta. Ao minuto 20, Runa escapa ao que poderia ter sido o segundo amarelo e, quem sabe, um jogo bem diferente.

Aos 25', já com o Barreirense em vantagem na luta pela subida pelo golo marcado na Portela de Sintra, o Sacavenense volta a estar perto do segundo golo, mas o chapéu de Beirão sai ligeiramente ao lado. Oito minutos depois, Danilo coloca Bolinhas em frente a Hugo mas o guardião sacavenense faz a mancha. O jogo arrasta-se até ao intervalo numa toada fraca de parte a parte.


Para o segundo tempo, Manuel Correia troca Mário Jorge por Janu. Ao minuto 54, na sequência de um cruzamento de Ruben Guerreiro, o quarentão Catarino cabeceia ao poste. Seis minutos depois, dupla substituição no Sacavenense com as entradas de Neio e Cláudio para os lugares de Beirão e Juninho. Pouco depois, Bolinhas cruza para a área e Catarino finaliza. No entanto, o árbitro assistente assinalara fora-de-jogo que não se consegue avaliar nas imagens.

O jogo passava por uma fase de algum domínio do Fabril mas sem criar grande perigo. Manuel Correia voltou a mexer na equipa ao minuto 67, retirando Carlos André para a entrada de Banana. Apesar da aposta atacante do técnico da casa, seria o Sacavenense a estar perto do golo aos 69'. Bom lance de Cláudio pela esquerda mas Leo falha o remate. Não marcou o Sacavenense, marcou o Fabril três minutos depois.

Janu cruza para a área, Alassane corta de cabeça mas a bola sobra para Catarino que coloca para o remate cruzado de Bolinhas sem hipóteses para Hugo. O Fabril empatava a partida e podia ir em busca do golo da vitória e da subida. Mas seria o Sacavenense a responder ao golo do empate dos locais. Aos 74', Neio coloca Cláudio frente a Ruben Luís mas o guardião da casa impede o segundo golo do Sacavenense.

Pouco depois, os dois técnicos esgotavam as substituições. Primeiro foi Manuel Correia a trocar Danilo por Espanta. De seguida, Nuno Carvalho optava por retirar Leo para colocar em campo Horta. Ao minuto 79, registo para um lance insólito em que Horta ganha a linha de fundo e cruza largo. Ruben Luís prepara-se para repôr a bola em jogo mas esta ainda embate na parte superior da barra.

O Sacavenense guardava a bola e o Fabril parecia não ter força nem engenho para a recuperar. Aos 84', Bebé coloca em Cláudio à esquerda, este deixa para Neio que passa para Manuel Dias rematar por cima. Dois minutos decorridos, Ruben Guerreiro remata de bicicleta para boa defesa de Hugo, no lance de maior perigo do Fabril após chegar ao empate.

Ainda no período regulamentar, Paulo Letras coloca a bola na área, onde Ruben Guerreiro passa para Banana que, de ângulo difícil, remata cruzado ao lado. Algumas paragens por lesão levaram o árbitro a conceder sete minutos de compensação. Durante esse período, registo apenas para dois lances com pouco futebol. Primeiro foi uma acesa troca de palavras entre o guarda-redes do Fabril e o homólogo suplente do Sacavenense (Carlos Gomes), de que resultaria cartão amarelo para este último. Finalmente, Cláudio derrubou Espanta no meio campo e viu o segundo amarelo.

O jogo terminaria empatado e o Fabril desperdiçava em casa a subida de divisão para o rival Barreirense.

+
Alassane - imperial pelo chão ou pelo ar. Está ali um central a prometer vôos mais altos.

Neio - bons pés, forte fisicamente, atrevido a subir no terreno.

-
Ruben Guerreiro - quando se espera muito e se obtém pouco, é mau sinal. Um dos melhores jogadores da Série E esteve bem abaixo do que pode e sabe. O Fabril sentiu a sua falta e muito.

Carlos André - lateral habitualmente muito ofensivo esteve muito apagado, acabando mesmo por ser substituído a meio da segunda parte.