domingo, 12 de dezembro de 2010

Seis para a História



Nunca o Real havia perdido seis jogos consecutivos. Desde que recebeu e venceu o Pinhalnovense (3-0), soma seis derrotas em seis jogos, tendo sofrido onze golos e marcado apenas um. Este período negro teve início no Carregado (0-3), prosseguiu com a derrota caseira frente ao Atlético (0-1), a visita ao Pina Manique (1-2), outra derrota caseira com o Mafra (0-1), a visita a Reguengos (0-2) e a recepção desta tarde ao Louletano (0-2).

Apesar dos números, o problema não tem estado na defesa, mas sim no ataque. A saída de um jogador com as características de Ailton teria de ser suprida. Não foi. Nem por um atleta com características semelhantes, nem pela alteração na dinâmica da equipa que poderia obviar essa ausência.


No caso do Benfica, Luís Filipe Vieira diz que Jesus é parte do problema e não da solução. A ver vamos. No caso do Real, começo a convencer-me de que Jorge Amaral é parte do problema. No entanto, caso se opte pela "chicotada", tal como no Benfica, o problema não ficará resolvido por inteiro.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Jorge Gabriel Preciado


Na edição de hoje de Record, Jorge Gabriel (JG) disserta sobre vários temas. Em comum, o castigo uefeiro aplicado a Mourinho após as expulsões no Arena de Amesterdão. Quando fala do peso da economia paralela no PIB nacional, consegue a proeza de distinguir os dois aspectos. Segundo JG, Mourinho reclamou a sua saída de Portugal a Pinto da Costa por querer fugir destas "astúcias, tipicamente lusitanas". São opiniões. A meu ver, JG não aprecia as astúcias de Mourinho quando estas lhe parecem demasiado "lusitanas", não percebendo que Mourinho também é "aquilo". Termina assim:

"São expedientes pouco dignos para um clube com a dimensão do Real Madrid, ou quiçá, da significância do Real Massamá. De José Mourinho augura-se a perspicácia, a audácia, o golpe de asa. Lamenta-se a exploração dos furos do direito desportivo."

Destas três frases, subscrevo a última, sorrio perante a ingenuidade de JG ao separar as duas últimas e fico "Preciado" com a primeira. Se foi a brincar, não tem piada nenhuma. Se foi a sério, é um canalha. Para além de recorrer a uma piada fácil em função da primeira palavra da designação dos dois clubes, supõe que as atitudes de Amesterdão seriam expectáveis se protagonizadas pelo "Real Massamá". Lamentável pelo que revela de ignorância alguém que até já treinou nos escalões secundários.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Lotaria vai para Mafra


Numa tarde de temporal, Real e Mafra defrontaram-se num jogo a contar para a 10ª Jornada da Zona Sul da 2ªDivisão. Os visitados a precisar de pontos para atingir uma posição confortável, enquanto que os visitantes procuram ainda chegar aos lugares da frente.

O jogo que marcava também os regressos de Nuno Gomes, Kifuta, Tuga e Jorge Paixão ao clube de Queluz-Massamá foi dominado pela intempérie. Não me recordo de assistir a um jogo em que, apesar de iniciado pelas 15 horas, houvesse a necessidade de recorrer à iluminação artificial durante a primeira parte!

A lotaria acabou por sorrir ao Mafra, fruto de um golo marcado por Kifuta a meio da segunda parte. Futebol houve muito pouco. Após o golo, a entrada de João Afonso acabou com o pouco que restava. O experiente central de Torres Vedras foi colocado em campo para reforçar o centro da defesa com Samuel e Diogo e não perdeu uma oportunidade para parar o jogo. Os 4 minutos dados pelo árbitro algarvio foram um absurdo. Acabou por ser um pormenor numa arbitragem de bom nível.

Considerando as condições do terreno, é de salientar positivamente a inexistência de cartões, o que remete para a extrema correcção verificada entre as duas equipas. Destaque para a prestação de Hugo Rosa. Apesar de muitas vezes desacompanhado, deu sempre luta à defesa amarela. Nota positiva também para o meio campo do Mafra, nomeadamente para o capitão Ricardo Correia, grande pulmão.


O registo negativo vai para mais uma derrota do Real, a quarta consecutiva, que leva a equipa para um lugar de descida à 3ªDivisão. Decorrido um terço do campeonato, julgo ser altura de fazer um pequeno balanço.

MAIS – Bruno Fernandes, Eduardo Simões e Hugo Rosa são os únicos jogadores que alinharam nas dez primeira partidas do campeonato. Não surpreende. São claramente os jogadores indiscutíveis do plantel. Cada um deles merecedor de palcos mais mediáticos, emprestam qualidade à equipa. Dino e Diogo continuam a pautar as suas actuações com a regularidade já (re)conhecida, enquanto que os reforços Sabino, Kikas e Tiago Conceição já mostraram ser mais-valias para o plantel, apesar de Sabino parecer ainda procurar a sua melhor forma. Apesar das prestações globalmente positivas, os reforços Dani, Ivanir e Arroja têm demonstrado alguma irregularidade.

MENOS – seis expulsões em dez jogos não são um registo positivo. Se nos lembrarmos que uma foi por palavras (Ivanir), outra por incúria (Dani) e a de Friday por manifesta e inadmissível falta de controlo emocional, então a foto fica ainda mais negra. Jorge Amaral tem uma palavra a dizer (também) nesta vertente. Pela trajectória futebolística, esperar-se-ia bem mais de David Nuñez e Tiago Rente. Outra das desilusões tem sido Tigas. O criativo esquerdino tem sido pouco utiliazdo, apesar de ter alinhado em nove das dez partidas. No entanto parece desmotivado e lento. A propósito de lentidão, que dizer de Godinho, o jovem que tanto elogiei na época passada, ao serviço do Sacavenense. É certo que a 2ªDivisão não é a Divisão de Honra da AF Lisboa, mas quem viu Godinho a época passada, dificilmente o reconhece no jogador que parece sem vontade nem velocidade. Problemas físicos ? Certo é que as oportunidades se vão esgotando. Finalmente, os nigerianos Michael e Friday. Apesar de demonstrarem algumas características fundamentais para a prática da modalidade, parece faltar-lhes sentido posicional. As dificuldades de comunicação são ainda mais relevantes quato maior a necessidade do técnico intervir para corrigir posições.

A REVER – os jovens Henrique Gomes (cedido pelo Sporting) e Luizinho já demonstraram qualidades que merecem ser revistas.

Jorge Amaral terá de provar ter capacidade para orientar uma equipa com graves lacunas no centro do ataque. Por outro lado, terá de definir a sua linha defensiva, em que apenas Eduardo Simões e Tiago Conceição parecem indiscutíveis. No entanto, seria conveniente assumir se este joga no meio, ao lado de Eduardo Simões, ou na esquerda.

A minha aposta para o onze-base é:

Bruno Fernandes – Sabino, Eduardo Simões, Tiago Conceição, Ivanir – Dino, Diogo, Kikas e Tigas – Hugo Rosa e David Nuñez