sábado, 24 de novembro de 2012

Real vs 100


Ao deslocar-se ao Alfredo da Silva para defrontar o Fabril, o Real preparava-se para defrontar o 100º adversário da sua ainda curta História. O oponente mais frequente é o Carregado, com quem o Real já jogou em 20 ocasiões, com sete vitórias para cada um dos conjuntos e seis empates. O desequilíbrio existe apenas na contabilidade dos golos (21-29). O Sintrense é o segundo clube que mais vezes defrontou o Real. Fará amanhã o jogo 15. Até agora, equlíbrio semelhante ao referido com o Carregado. Dois empates e seis vitórias para cada. Em golos, 14-19.

Considerando a forma como as competições ditas amadoras são organizadas, não surpreende que quase metade dos adversários (49) sejam filiados na AF Lisboa. Em segundo lugar, a grande distância, surgem os filiados na AF Madeira com 14. Destes, o Portosantense é o anfitrião e visitante mais regular, com dez partidas. Só depois surgem os clubes da AF Setúbal, com 8. Aqui, o clube com mais contactos com o Real é, com grande destaque, o Pinhalnovense, com quem já disputou 14 partidas. Curiosamente, o Real tem vantagem nos golos (19-16) mas tem menos uma vitória que o clube do Pinhal Novo.

O clube mais difícil de bater tem sido o Atlético que sofreu apenas uma derrota frente ao Real nos 14 jogos disputados. No entanto, mais de metade dos confrontos (8) terminaram empatados. Por outro lado, em oito partidas disputadas, o Real nunca foi derrotado por Carcavelos, Fontaínhas e Ponterrolense.

O Real sofreu pelo menos um golo de cada um dos 100 adversários com quem jogou. Os clubes que mais vezes marcaram ao Real são o Carregado (29) e o Loures (22). Dos clubes com quem disputou um mínimo de dez jogos, aquele que marcou mais golos ao Real foi o Olivais e Moscavide – 19. Nenhuma das dez partidas que o Real jogou com o Olivais e Moscavide terminou empatado – três vitórias do Real e sete dos lisboetas.

O clube que mais golos sofreu em jogos com o Real foi o 1ºDezembro (26). Apenas dois clubes não sofreram golos do Real. O Caniçal em duas partidas e o Amora que apenas jogou com o Real no jogo disputado há semanas atrás.

Dos clubes que o Real nunca bateu, aqueles com quem teve mais chances para o fazer (4 jogos) foram o Águias da Musgueira, Juventude de Évora e o Pontassolense.

O Real tem 100% de vitórias frente a 15 adversários, sendo que o SL Cartaxo é aquele que disputou mais jogos dos quais saíu derrotado – 5.

Dos 100 adversários defrontados até à data, doze têm presenças no escalão principal do nosso futebol. A saber: Elvas, Casa Pia, Atlético, Torreense, Barreirense, Oriental, Montijo, Fabril (ex-GD CUF), U.Madeira, Est.Amadora, Farense e Amora.

Os Tomba-Grandes



Apenas 18 edições da Taça de Portugal não tiveram eliminações de algum dos chamados “Grandes” por algum clube “não Grande”. O último clube a alcançar esta façanha foi o Moreirense, após eliminar o Sporting. Foi o 22º clube a entrar para este clube restrito. Se tivesse conseguido eliminar o Benfica na semana passada, teria passado a fazer parte de um clube ainda mais restrito. Refiro-me ao grupo de sete clubes que já eliminaram mais do que um grande na mesma época:

3x
Belenenses 39/40, 50/51 e 59/60
Boavista 74/75, 91/92 e 96/97

2x
Braga 65/66 e 97/98
Académica 38/39 e 2011/12

1x
Atlético 45/46
V.Setúbal 64/65
V.Guimarães 75/76

Ao longo da História da prova rainha do futebol português, apenas um clube eliminou os três grandes na mesma edição da prova. O CF “Os Belenenses” alcançou esta façanha na época de 1988/89. Na quinta ronda, recebeu e bateu o FC Porto por 1-0. Nas Meias-Finais, foi a vez do Sporting cair por 3-1. Na Final, o Belém eliminou o Benfica Campeão Nacional nessa época, por 2-1.

Aquilo que o Belenenses conseguiu sózinho em 1988/89, apenas aconteceu em cinco outras ocasiões. A primeira vez em que isso aconteceu foi na época 1974/75. O Belenenses eliminou o FC Porto nos Quartos-de-Final mas foi o Boavista que deixou marcas, ao eliminar o Sporting nas Meias e o Benfica na Final. Quatro épocas mais tarde, o FC Porto foi eliminado logo na segunda ronda na Amoreira, pelo Estoril Praia. Na quarta ronda foi a vez do Braga afastar o Benfica para, numa Final que deu em Finalíssima, o Boavista voltar a vencer a prova numa época em que os Grandes foram caindo. A terceira ocasião foi a já mencionada proeza belenense e a quarta foi logo na época seguinte (1989/90). O Marítimo eliminou o Sporting, o Benfica caiu em Setúbal e o Tirsense surpreendeu as Antas, numa época em que os Grandes ficaram de fora antes dos Quartos-de-Final. Nesta época, o Estrela da Amadora acabaria por vencer a Taça após finalíssima frente ao Farense. A penúltima época em que os Grandes foram eliminados da Taça foi em 1998/99. O Sporting caíu em Barcelos na quarta ronda para, na ronda seguinte, caírem Porto e Benfica frente a Torreense e V.Setúbal, respectivamente. Numa época em que nenhum dos grandes chegou sequer aos Oitavos-de-Final, a vitória no Jamor sorriria ao Beira Mar, numa Final inédita frente ao Campomaiorense. Finalmente, a época passada. A Briosa começou por eliminar o FC Porto com um categórico 3-0 e acabou por derrotar o Sporting no Jamor. À quinta ronda, foi o Benfica a cair nos Barreiros frente ao Marítimo.

Mas não se pense que eliminar os Grandes é tarefa fácil. Dos 22 clubes que já fizeram de Tomba-Grandes, apenas 7 derrubaram os 3 grandes em algum momento. O FC Porto já foi eliminado por 16 clubes não grandes, sendo o Belenenses o mais habitual desmancha prazeres (7 eliminações). O Sporting foi já eliminado por 15 clubes, sendo o V.Setúbal o mais frequente (6 eliminações). Finalmente, o SL Benfica. Apenas metade dos clubes que já eliminaram Grandes, o conseguiu fazer frente aos encarnados. Destes, o destaque maior vai para o V.Setúbal, com 6 eliminações. Aqui fica o quadro global dos Tomba-Grandes:

Clube
Total
FCP
SLB
SCP
CF "Os Belenenses"
16
7
4
5
Vitória FC - Setúbal
16
4
6
6
Boavista FC
9
1
3
5
SC Braga
8
1
4
3
AA Coimbra
6
1
2
3
Vitória SC - Guimarães
6
2
2
2
CS Marítimo
4
1
2
1
Atlético CP
3
2
1

FC Tirsense
3
2

1
Leixões SC
3
1
2

GD Estoril Praia
2
2


Lusitano GC - Évora
2
1

1
SC Farense
2
1

1
SCU Torreense
2
1

1
A Naval 1ºMaio
1


1
FC Barreirense
1
1


Gil Vicente FC
1


1
Gondomar SC
1

1

Moreirense FC
1


1
Rio Ave FC
1


1
SC Covilhã
1
1


Varzim SC
1

1


  * - Para disputar a Taça Latina, o Sporting prescindiu de disputar a segunda mão dos Quartos-de-Final (1952/53 com o Lusitano de Évora. A primeira mão terminara igualada a dois golos. Nas Meias-Finais, e apesar de ter vencido uma das mãos, a turma alentejana foi afastada da Final pelo FC Porto.

Épocas consecutivas sem tombar:

9
SL Benfica de 46/47 a 54/55
FC Porto de 79/80 a 87/88

6
Sporting CP de 42/43 a 47/48 e de 2004/05 a 2009/10

Épocas consecutivas eliminado por não-grande:

4
Sporting CP 87/88 a 90/91 – Farense, Belenenses, Marítimo e Boavista

3
SL Benfica 64/65 a 66/67 – V.Setúbal, Braga e Académica, 96/97 a 98/99 – Boavista, Braga e V.Setúbal, 2004/05 a 2006/07 – V.Setúbal, V.Guimarães e Varzim
FC Porto 41/42 a 43/44 – Belenenses, V.Setúbal e Estoril

Épocas consecutivas a eliminar Grandes:

3
Belenenses 39/40 a 41/42 –Porto, Sporting, Benfica e Porto
Boavista 90/91 a 92/93 – Sporting, Benfica, Porto e Sporting

2
Braga 80/81 e 81/82 – Sporting e Benfica
V.Setúbal 63/64 e 64/65 - Sporting, 66/67 e 67/68 – Porto e Sporting, 2003/04 e 2004/05 – Sporting e Benfica
V.Guimarães 2004/05 e 2005/06 – Porto e Benfica

O V.Setúbal eliminou o Sporting em duas épocas consecutivas (entre 63 e 65), o que continua a ser a única dupla eliminação em duas épocas consecutivas.

As eliminações dos Grandes por clubes de fora deste pequeno grupo também ilustram, ao longo dos anos, a perda de influência dos clubes de Lisboa face ao FC Porto e mesmo a ultrapassagem do Sporting pelos dragões, bem ilustrada no gráfico seguinte:


domingo, 18 de novembro de 2012

Começar bem e acabar mal

11/11/2012
GD Fabril Barreiro-Real SC 3-1
Estádio Alfredo da Silva, Barreiro
Arb:António Matias (AF Portalegre)
Fabril-Ruben Luís; Carlos André, Marinheiro, Rui Correia e Paulo Letras; Luís Conceição, Miguel Pimenta e Espanta; Bolinhas, Ruben Guerreiro e Catarino (Cap.)
Tr.Conhé
Real-João Ascenso; David Rosa (Cap.), Jibril, Miguel Santos e Liangxuan Gong; Bernardo, Paulinho e Ladeiras; Tino, Tomás e Caramelo
Tr.João Silva

Jogava-se o vigésimo quinto segundo de jogo quando o central Rui Correia colocou a mão na bola dentro da área, provocando um penalty contra o Fabril. Após o apito inicial, os jogadores do Fabril trocaram a bola na zona defensiva mas foram surpreendidos pela pressão alta do Real. Tino recupera a bola a Miguel Pimenta e procura colocar em Caramelo quando Rui Correia corta com o braço. O árbitro mostra apenas o amarelo e Tino converte. O Real estava na frente e o Fabril teria de reagir. Foi isso que aconteceu de imediato até aos 11', altura em que surgiu o empate. A defesa do Real não consegue afastar a bola na área e o veterano Catarino coloca em Bolinhas que remata cruzado sem hipóteses para João Ascenso. Após o empate, o Fabril vai em busca da vantagem mas não causa perigo, limitando-se a testar a meia distância de alguns dos seus jogadores. Aos 15', Espanta tem a primeira tentativa, logo seguido de Miguel Pimenta por cima. Três minutos depois, é a vez de Ruben Guerreiro rematar por cima. AO minuto 21, mais Ruben Guerreiro para defesa de João Ascenso para canto. O Real encontrava imensas dificuldades para sair para o ataque. No minuto 23, o lesionado (?) Miguel Pimenta dá o seu lugar a Banana. Dois minutos depois, o recém entrado Banana coloca na área e Ruben Guerreiro desvia ao lado numa situação perigosa para as redes do Real. Aos 33', o irrequieto Ruben Guerreiro foge à marcação de Gong para uma zona frontal e remata para defesa apertada de João Ascenso. Logo de seguida, Gong vê o amarelo após derrubar Ruben Guerreiro. Aos 38', Ladeiras perde para Carlos André e derruba o lateral do Fabril. Vê o amarelo. Dois minutos depois, falta de Paulinho sobre Espanta no miolo e também vê amarelo. Os cartões para os jogadores do Real saíam do bolso do árbitro de Portalegre com muita facilidade. No minuto 41, o Real causa perigo pela primeira vez. Grande lance pela direita finalizado por Tomás para excelente defesa de Ruben Luís. Neste lance, o central Rui Correia volta a escapar à expulsão após derrube de Caramelo. O Real esteve perto do golo na sequência do canto. Tomás marca, Bernardo desvia ao primeiro poste mas Luís Conceição tira a bola quando Caramelo se preparava para encostar. Logo depois, mais um amarelo para um jogador visitante, desta feita porque Tino travou o contra ataque. Ao minuto 44, mais um remate de Espanta por cima. Ainda antes do intervalo, o veterano Catarino cabeceia muito por cima. Pouco depois soaria o apito para o intervalo. Apesar do maior domínio do Fabril, as chances de golo foram repartidas.


Para a segunda parte, João Silva troca o amarelado Liangxuan pelo estreante André Costa. Logo a abrir, o Real está perto do 1-2. Paulinho vê muito bem Tomás solto na área e entrega-lhe a bola. O esquerdino procura finalizar em arco mas o remate sai mal. Na sequência do lance, ainda houve lugar a um livre em que a bola é desviada na área mas sai ao lado. O Real entrava bem no segundo tempo. Aos 50', e apesar de rodeado por três jogadores do Fabril, Tomás consegue sair com bola e descobrir Tino à esquerda. O avançado do Real, perante a saída de Ruben Luís, fica entre o remate e o cruzamento, desperdiçando mais uma chance de colocar os visitantes em vantagem no marcador. Pouco depois, na zona defensiva do Real tem início um lance duplamente suspeito. Primeiro, Jibril dribla Ruben Guerreiro e é atingido pelo extremo do Fabril. Ainda assim, Jibril coloca a bola na frente onde Caramelo se isola frente a Ruben Luís mas vê o árbitro assistente assinalar fora-de-jogo muito duvidoso. Quanto a Ruben Guerreiro, ficou sem cartão. Aos 59', remate de Tomás para defesa fácil de Ruben Luís. Dois minutos depois, roubo de bola de Paulinho junto da linha divisória. O jogador do Real coloca em Caramelo mas Ruben Luís sai de forma rápida da baliza e faz a mancha. Logo depois, Conhé troca o (agora) apagado Ruben Guerreiro por Danilo. Cinco minutos volvidos e um cruzamento falhado de Bolinhas leva a bola às malhas laterais da baliza à guarda de João Ascenso. No minuto 69, Conhé troca Catarino pelo jovem Luís Costa.

O Real não chegou à vantagem. Chegaria o Fabril. Após um lançamento lateral, Banana ganha as costas a André Costa e cruza rasteiro. David Rosa afasta a bola que fica numa zona frontal de onde Espanta fuzila João Ascenso. Contra a corrente do jogo, o Fabril estava em vantagem. Logo a seguir, João Silva troca Ladeiras por Ventura e, quatro minutos depois, Paulinho por Mota. O jogo ficaria decidido ao minuto 77'. O lance do 3-1 surge a partir de um livre favorável ao Real marcado em cima da área do Fabril. Mota aponta mas a bola embate na barreira, dando origem a uma transição rápida em que a bola passa por Carlos andré e Bolinhas, regressa ao lateral que oferece a Banana para, no limite do fora-de-jogo, fazer o terceiro golo do Fabril. No reatamento, Caramelo viu amarelo por derrubar Bolinhas. O jogo entrou então numa fase sem grande interesse que só seria retomado nos últimos minutos. Aos 88', remate de Luís Costa para defesa complicada de João Ascenso. No minuto seguinte, em posição frontal, remate de Tino para defesa segura de Ruben Luís. Logo depois, Caramelo passa para Mota que procura o pé esquerdo perdendo o tempo suficiente que permite o acerto defensivo dos locais. O Real estivera perto de reduzir a desvantagem. Durante os três minutos de compensação concedidos pelo árbitro da AF Portalegre, ainda houve tempo para um bom trabalho de Mota à entrada da área mas em que o remate saíu fraco e ao lado.

+
Enquanto procurou apenas jogar futebol, Ruben Guerreiro foi o melhor jogador em campo. À beira de completar 24 anos, ainda vai muito a tempo de brilhar em palcos mais mediáticos.

Apesar da classificação actual não ser famosa, continuo a não ver uma equipa melhor que a do Real nesta Série E. Falta ver Sintrense, Eléctrico e Sacavenense. A finalização e várias decisões de arbitragem é que têm feito a diferença até agora.

-
5-1 em amarelos sendo que o amarelo do Fabril deveria ter sido vermelho no lance da grande penalidade. É este o resumo disciplinar do árbitro António Matias que, diga-se, não esteve mal em termos técnicos.

O factor vento esteve muito presente ao longo de toda a partida. Curiosamente, o Fabril acaba por chegar à vitória quando era o Real a jogar a seu favor.

domingo, 11 de novembro de 2012

Derrota injusta


4/11/2012-3ªDivisão Nacional-Série E-7ªJornada
REAL SC-AMORA FC 0-1
Arb:Pedro Silva (AF Lisboa)
Real-João Ascenso; David Rosa (Cap.), Jibril, Araújo e Liangxuan; Bernardo, Paulinho e Ladeiras; Tomás, Pratas e Kifuta
Tr.João Silva
Amora-Didó; Miguel Lorete, Tó (Cap.), Alex e Iny; Sampaio, Semedo e Rodinhas; Carlitos, Ju e Bruninho
Tr.José Meireles

Logo no primeiro minuto, Paulinho coloca a bola na área e Pratas está muito perto do desvio para a baliza. Dois minutos depois, Bernardo isola Tomás que, à saída de Didó, faz um chapéu demasiado largo. Era a primeira grande oportunidade desperdiçada pela equipa da casa. Aos 10', livre de Ladeiras para a área, com a bola a passar por vários jogadores sem que ninguém lhe tivesse tocado. À passagem do minuto 24, perante cruzamento de Tomás, Didó tem duas intervenções de recurso que afastam o perigo da área do Amora. Cinco minutos volvidos, Didó inventa e oferece um pontapé de canto ao Real. Daí surgiram dois momentos em que o Real poderia ter marcado. Primeiro por Araújo e depois por Kifuta. Aos 33', livre de Ladeiras que Didó desvia sobre a barra. A quatro minutos do intervalo, os dois guarda-redes estiveram em apuros por motivos distintos. Primeiro foi Didó que saíu em falso mas acabou por salvar o lance. Depois foi João Ascenso que saíu aos pés de Bruninho e precisou de receber assistência. No minuto 44, transição rápida do Real com Kifuta a colocar em Ladeiras mas o remate do médio sai à figura de Didó. Ainda antes do intervalo, Araújo derruba Bruninho e vê amarelo sem que se perceba se isso decorreu da falta ou de eventuais palavras dirigidas ao árbitro.


Após uma primeira parte em que só deu Real, João Silva aposta ainda mais no ataque, trocando o lesionado (?) Ladeiras por Caramelo. Curiosamente, foi o Amora a começar melhor. Canto apontado por Rodinhas que Kifuta quase desvia para a sua baliza. Aos 55', num livre à entrada da área, Rodinhas até parece falhar o remate que sai fraco mas é desviado pelo pé esquerdo de David Rosa. A alteração de trajetória bate João Ascenso no que seria o momento decisivo da partida. O Amora estava na frente do marcador sem nada ter feito para tal. O Real passou por alguma intranquilidade. Sampaio coloca a bola em Bruninho que ganha espaço entre os centrais mas não consegue isolar-se frente a João Ascenso. Aos 60', nova alteração no Real, com Bernardo a dar o lugar a Ventura. Dois minutos depois, confusão na área do Amora mas sem que o Real conseguisse criar perigo para Didó. No minuto 71, João Silva arriscou ainda mais ao trocar o lateral Liangxuan por Tino. José Meireles respondeu trocando Iny por Aguilar. Pouco depois, Rodinhas coloca a bola na área na marcação de um livre e Semedo cabeceia sem marcação ao lado. Aos 70', nova chance desperdiçada pelo Real com Tomás a rematar por cima. No minuto 77', grande passe de Caramelo para Tomás. Já na área, o jogador do Real adianta a bola e parece ser tocado por Sampaio. O árbitro assistente assinala pontapé de baliza em vez de grande penalidade. Pouco depois, um livre de Ventura obriga Dídó a defesa de recurso. De seguida, Ventura está próximo de fazer canto directo. Ao minuto 81', Rodinhas é rendido por Daniel Nhaga. Logo a seguir, Bruninho foge a Paulinho pela direita mas atinge o jogador do Real na face. A falta é assinalada mas o cartão fica no bolso do árbitro. No minuto seguinte, Araújo vê o segundo amarelo num lance em que uma bola aliviada pela defesa amorense ressalta no relvado para o braço do defesa do Real. Critério estranho este do árbitro Pedro Silva. O Real estava em desvantagem no marcador e ficava também em desvantagem numérica. No minuto 87', João Ascenso tem duas intervenções valorosas. Bruninho ganha no corpo a corpo com David Rosa e remata para boa defesa de João Ascenso. A bola sobra para Carlitos que remata para mais uma defesa de João Ascenso. No minuto seguinte, passe longo de Paulinho isola Caramelo mas o avançado procura colocar em Tino quando estava em posição para rematar à baliza. A um minuto do fim do tempo regulamentar, o técnico do Amora troca Bruninho por David Rodrigues. O árbitro concede uns escassos 4' de compensação, período em que aconteceu tudo menos futebol. Começou num lance entre Alex e Kifuta, com o avançado do Real a reclamar falta. O árbitro assistente chama o chefe de equipa que expulsa Kifuta. Na sequência da expulsão de Kifuta, também João Silva recebeu ordem de expulsão. O Real terminaria a partida com nove jogadores e sem o técnico no banco. Ainda houve tempo para três amarelos por perda de tempo ostensiva de Didó, Miguel Lorete e David Rodrigues. Mesmo antes do fim, livre de Ventura para boa defesa de Didó. Do canto nada resultou e o apito final soava.

+
Parabéns ao Amora pela primeira vitória da época numa altura em que muito se fala sobre saídas de jogadores do clube.

-
A dualidade de critérios disciplinar foi gritante, para além de ter ficado por marcar uma grande penalidade contra o Amora. O anti-jogo do Amora foi premiado pelos 4' de compensação. Rídiculo.

Em Peniche, o Real teve diversas oportunidades de golo e só concretizou três. Frente ao Amora, as chances foram uma mão cheia e não concretizou nenhuma. Nos jogos mais equilibrados não se podem desperdiçar tantas oportunidades até porque tendem a ser mais escassas.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Podiam ter sido mais


28/10/2012-3ªDivisão Nacional – Série E – 6ªJornada
GD PENICHE-REAL SC 0-3
Arb: Rui Soares (AF Santarém)
Peniche-Alemão; André (cap.), Rui Roque, Fernando e Jonathan; Edilson (cap.), Emanuel Caneco e Luís Pinto; Moitinha, #9 e #11
Tr. Vasco Oliveira
Real-João Ascenso; David Rosa (cap.), Jibril, Araújo e Liangxuan; Bernardo, Paulinho e Ladeiras; Tomás, Kifuta e Pratas
Tr. João Silva

A história do jogo resume-se aos golos marcados e, ainda mais, aos golos desperdiçados pelo Real. Tal foi a diferença patenteada pelas duas equipas em campo. Logo aos 7’, após um canto apontado por Ladeiras, Pratas remata ao lado. No minuto seguinte surgiria a primeira perdida de Kifuta num lance em que remata para a baliza mas permite o corte do lateral-esquerdo da equipa da casa, Jonathan. Aos 17’, cruzamento para a área, o central Rui Roque alivia mas a bola sobra para Ladeiras que remata cruzado e ligeiramente ao lado. Um minuto volvido, Paulinho rouba a bola a Edilson no miolo e com um passe perfeito, coloca Kifuta na face do guardião do Peniche, mas o avançado do Real permite a defesa. Do canto que se seguiu surgiria o primeiro golo da partida. Ladeiras aponta, Kifuta falha o cabeceamento mas a bola sobra para Araújo que desfere forte remate sem hipóteses para Alemão. Aos 32’, o lateral direito do Peniche derruba Pratas quando este se isolava e vê apenas o amarelo. Travava assim um lance em que a bola passou por Kifuta e Tomás que, de calcanhar, desmarcou Pratas. Da marcação do livre resulta um pontapé de Ladeiras que embate na trave. Aos 35’ assistiu-se ao primeiro lance do Peniche na área do Real. Boa incursão de Jonathan pela esquerda, cruzamento para o #9 falhar o cabeceamento na área. Seis minutos depois, novamente Jonathan a colocar a bola no camisa 9 local que trabalha bem fora da área mas remata muito por cima. O intervalo chegaria após dois cantos consecutivos a favor do Real mas sem criar perigo.

A segunda parte começou na mesma toada. Aos 47’, David Rosa desce pela direita e cruza para a cabeça de Kifuta que volta a falhar o alvo, fazendo a bola sair por cima da trave. Quatro minutos depois, grande lance de Pratas que acaba por colocar Tomás frente a Alemão, com o jovem guardião do Peniche a evitar o segundo golo do Real. No minuto seguinte, Paulinho progride pelo miolo e assiste Pratas, mas o remate do avançado do Real sai fraco e à figura de Alemão. Ao minuto 54, mais um excelente cruzamento de David Rosa a servir Tomás que cabeceia por cima. O segundo golo tardava mas chegaria seis minutos depois. David Rosa coloca a bola para a entrada de rompante de Pratas que cabeceia para a baliza. Nove minutos depois, Tomás remata de pé esquerdo por cima. O jogo entrou numa toada mais pausada, para que contribuiram também as substituições verificadas dos dois lados. Aos 83’, canto de Ladeiras com Caramelo a subir bem mas a cabecear por cima. Seis minutos depois, o Peniche cria um lance de perigo relativo quando um remate frontal de Edilson sai sobre a barra da baliza à guarda de João Ascenso. No minuto seguinte surgiria o terceiro golo visitante. Moitinha perde a bola no meio campo do Real, David Rosa coloca em Ventura que desmarca Caramelo. O avançado formado no Benfica passa por Alemão e remata para a baliza. Estava feito o resultado final. O árbitro Rui Soares deu três minutos de compensação e ainda haveria tempo para mais um desperdício Real. Incursão de Caramelo pela esquerda com o avançado a cruzar para a entrada ao segundo poste de Ventura que falha o 0-4. Pouco depois soaria o apito final.

+
A jovem e frágil equipa do Peniche teve, na minha opinião, em Jonathan (lateral-esquerdo) o melhor elemento. Rápído, teve algumas incursões durante os 71’ em que esteve em campo.

Apesar de Jonathan, David Rosa esteve muito bem, não só defensivamente como na participação no ataque, sector em que colaborou directamente em dois dos golos, para além de ter assistido os seus colegas em lances que seriam desperdiçados.

Com o golo marcado em Peniche (o terceiro esta época), o central Araújo passou a ser o melhor marcador da equipa. A dupla que vai construindo com Jibril parece cada vez mais sólida.

O acesso à bancada é feito por um hall onde estão expostas algumas fotografias históricas do Peniche. Nesta pode ver-se o jovem Jorge Jesus.

-
De regresso ao Real, Kifuta tem estado bastante perdulário, apesar de muito activo no ataque. Dá a sensação que quando o primeiro golo surgir, outros se seguirão com naturalidade.

Julgo que foi a primeira vez que saí de um jogo dos Nacionais sem conseguir identificar alguns dos intervenientes. O Grupo Desportivo de Peniche tem no seu historial presenças de destaque na antiga 2ªDivisão Nacional, chegando mesmo a disputar o acesso ao escalão principal do nosso futebol. Hoje em dia, a sua presença nos media (internet incluída) é quase nula. Por outro lado, o estádio não tem instalação sonora em funcionamento, pelo que a constituição das equipas não foi anunciada. Finalmente, os poucos adeptos presentes não permitiram sequer identificar os atletas locais pelos costumeiros incentivos verbais. Sinal dos tempos que o final da 3ªDivisão poderá acentuar.