terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Para recordar


29/12/12
Campo Pardal Monteiro
CA PÊRO PINHEIRO-REAL SC 3-2
Arb:Sérgio Pita (AF Portalegre)
P.Pinheiro-Ady; Maruca, Darry, Cláudio Jerónimo e João Domingos; Aguiar (Cap.), Saramago e Tununo; Diogo, Geraldino e Kiko
Tr.Hélder Ferreira
Real-André Martins; David Rosa, Jibril (Cap.), Miguel Santos e Liangxuan Gong; Bernardo, Paulinho e Sérgio; Tomás, Ventura e Pratas
Tr.João Silva

Logo a abrir, Tununo derruba Tomás que, de livre, remata colocado para boa defesa de Ady. O Real entrou no jogo em grande, conquistando vários cantos e obrigando Ady a mostrar-se. A primeira vez que o Pêro Pinheiro foi lá à frente, o central Darry desvia de cabeça à entrada da área, com a bola a sair muito ao lado (8'). Dois minutos depois, de um livre apontado por David Rosa, surgiu o primeiro golo do Real, apontado por Jibril, que desvia para as redes. A perder, a equipa da casa procura reagir. Aos 14', há um remate de Tununo muito por cima. No minuto seguinte, um lance insólito em que, após cinco toques de cabeça de cinco jogadores difrentes, a bola encontra Kiko que remata à barra. O jogo entrou então numa fase sem lances dignos de registo até que, entre os 24' e 27', cantos favoráveis ao Pêro Pinheiro originam alguma confusão na área do Real que a defesa forasteira acaba por resolver. Na resposta, dois lances consecutivos em que Ventura bate Maruca mas falha o cruzamento. Ao minuto 35, Jibril vê amarelo por jogo perigoso sobre Kiko. Até ao intervalo, o golo esteve perto de acontecer para o Real.

Aos 34', Ady salva o Pêro Pinheiro de sofrer o segundo golo num lance que começa numa perda de bola de Darry no miolo e que termina com um remate de Tomás para grande defesa do guardião da casa. Em cima do apito do árbitro para o intervalo, Darry derruba Tomás num lance semelhante ao que viu Jibril ser amarelado, mas o árbitro da AF Portalegre não foi da mesma opinião. Da marcação do livre resulta mais um milagre de Ady ao defender um remate de Tomás para o poste.

Para a segunda metade da partida, Hélder Ferreira opera duas alterações na sua equipa, trocando Cláudio Jerónimo e Diogo por Maniche e André. Logo a abrir, Kiko ganha algum espaço na área e tenta rematar à meia volta mas o remate sai ao lado. Este lance parecia demonstrar que a equipa da casa iria em busca do empate mas o Real não deixou e tinha o jogo controlado. No entanto, aos 56', o árbitro assinala a primeira das duas grandes penalidades a favor do Pêro Pinheiro.

As imagens não esclarecem e o árbitro até parece dirigir-se primeiro a Darry. Acaba por mostrar o cartão a Jibril e assinalar a marca de grande penalidade. O Real ficava com dez e poderia sofrer o golo do empate. Chamado a marcar, Saramago coloca do lado direito de André Martins que impede o empate.

João Silva é forçado a recompor a defesa. Para tal, troca Sérgio por Araújo. O futebol directo do Pêro Pinheiro acentuava-se cada vez mais. De um canto, surgiu perigo para a baliza do Real. Primeiro, num remate parado por David Rosa perto da linha de golo. Depois num cabeceamento de Darry que saíu por cima. Em novo lance de bola parada, André Martins não permite o desvio de Kiko na pequena área. Ao minuto 66, nova substituição na equipa da casa, com a saída de Aguiar para a entrada de Abiud. Seis minutos depois, era o Real a aumentar a vantagem. Excelente passe de David Rosa que isola Tomás. Este, perante a saída de Ady, coloca para as redes fazendo o 0-2.

Pouco depois do reatamento, Ventura sai para a entrada de Ladeiras. A intenção seria a de privilegiar a posse de bola. Quanto menos posse de bola tivesse o Pêro Pinheiro, menos bolas bombeadas seriam colocadas na área do Real. Nada disto aconteceu.

Ainda assim, os dois golos de vantagem do Real persistiram até ao minuto 83. Maruca cai num lance com Tomás em que não parece existir falta e, do livre resulta o primeiro golo do Pêro Pinheiro, com Darry a cabecear sem oposição. Cinco minutos depois, João Silva opera a última alteração, trocando Tomás por Rui Loures. No recomeço partida surge o 2-2, num lance bem exemplificativo da forma de jogar do Pêro Pinheiro.

Saramago recebe a bola de Ady e progride sem qualquer oposição. Ultrapassa a linha que divide as duas metades do terreno de jogo e coloca a bola na área onde Darry chega à bola antes de André Martins e faz o empate.

Sérgio Pita concede 4' de compensação. No recomeço (novamente...), Saramago cruza para a área e a bola bate no braço direito de Bernardo Ribolhos. Como há muito se sabe, estes lances estão cada vez mais dependentes do critério do árbitro. Coerente com as decisões caseiras do segundo tempo, Sérgio Pita volta a apontar a marca de grande penalidade. Kiko aponta para o lado esquerdo de André Martins e coloca o Pêro Pinheiro em vantagem no marcador.

A partir daí, só houve tempo para os jogadores da casa perderem... tempo. Mesmo antes do apito final, Pratas ainda fura à entrada da área mas remata fraco e à figura do guardião da casa.

O Real acaba por sair derrotado de um jogo em que esteve a vencer durante 79 minutos. Os livros dizem que isso não pode simplesmente acontecer, mas os livros são os livros. Uma coisa é certa, há algumas equipas da Série E que jogam um futebol bem característico dos Distritais, usando e abusando do futebol directo. Por outro lado, a gestão dos tempos de jogo quando em vantagem é dos livros. O Pêro Pinheiro é exemplo evidente desse tipo de jogo. Goste-se ou não, é mesmo assim. Na verdade, não há muitas equipas assim. Até as equipas do Cartaxo e do Peniche procuram jogar um futebol mais trabalhado. Pessoalmente, sou daqueles que prefere perder sem manha do que vencer com manha, perder a tratar bem a bola do que ganhar a maltratar a coitada. Cabe a cada equipa perceber que preferências tem a este nível e assumi-las dentro de campo.

+
André Martins - é verdade que o jovem guardião formado no Sporting já comprometeu em alguns jogos desde que representa o Real. Daí que não surpreenda alguma intranquilidade que, de quando em vez, apresenta. Não só por isso, mas também por isso, destaco a sua exibição no passado sábado. Muito para além do penalty que defendeu, revelou segurança mesmo quando a sua área foi atingida de forma intensiva pela artilharia pesada do Pêro Pinheiro. O lance do 2-2 não retira brilho à exibição. A manter.

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Uma arbitragem de nível bem aceitável no primeiro tempo transformou-se após o intervalo. A partir daí, saíu tudo à casa. Mesmo em termos disciplinares. Até as arbitragens se vão ajustando à realidade do futebol português 2013/14. Oxalá me engane.

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