terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cinfães, o Grande


Esta é apenas a nona presença do CD Cinfães na 3ªDivisão Nacional, onde se estreou em 1987/88. Na Taça de Portugal, é a 15ª presença. Curiosamente, as melhores prestações foram em 1982/83, eliminado pelo CA Valdevez, clube ainda em prova na edição desta época, e em 2003/04, eliminado também à 5ªEliminatória pelos açoreanos do CD Santo António. Nunca defrontaram um clube dos escalões (ditos) profissionais, até o sorteio dos 1/8 de Final ditar a visita do FC Porto.

Apesar do Campeão Nacional ir ao campo do Campeão da AF Viseu em título, não irá defrontar uma equipa inexperiente. Muito pelo contrário. Vejamos o onze apresentado pelo Cinfães na última jornada da Série C da 3ªDivisão.

O Guarda-Redes foi PADEIRO (31 anos), homem da casa com passagem pelo Arouca (2005/06). No banco está MIGUEL MATOS (28), formado no FC Porto e com passagens por vários clubes entre as 2ª e 3ªs Divisões Nacionais – Vilanovense, Dr.Sandinenses, Aliados de Lordelo, Infesta, Pampilhosa, entre outros.

O lateral-direito foi MAIA (27), antigo jogador de Ribeirão, Micaelense e Trofense. Na época passada, alinhou em metade dos jogos que conduziram o Trofense ao escalão principal.

À esquerda alinhou LUÍS CARVALHO (25), defesa que alinhou na Sanjoanense, Rebordosa e Leça nas últimas três temporadas.

No centro da defesa, KIPULO (27) e JONAS (24) garantem experiência. O primeiro foi formado no V.Guimarães e chegou a alinhar na 1ªDivisão de 1999/00, ao lado de Fernando Meira, Pedro Mendes e outras figuras do nosso futebol. Desde que deixou Guimarães, passou pelo Moreirense, Marco, Aliados de Lordelo e Tirsense.

JONAS é um central formado no FC Porto que, em 2005, se transferiu do Infesta para os escoceses do Falkirk, onde esteve nas últimas três épocas.

O meio-campo foi composto por um homem da casa (ROGÉRIO (31)) e dois tirsenses - ANDRÉ PINTO (23) e RUI GONÇALVES (28). Este último tem alinhado essencialmente na 2ªDivisão, onde alinhou pelo Trofense, Aliados de Lordelo e Tirsense.

O ataque foi entregue a MAURO (26), cinfanense que esteve com Padeiro no Arouca 05/06, SÉRGIO SILVA (29), avançado com passagens pela Oliveirense e Sanjoanense, e MIKI (30), vizelense com uma longa carreira na 2ªDivisão, onde já alinhou pelo seu Vizela, Paredes, Esmoriz, Espinho e Moreirense.

De fora ficou NAKATA (30), alcunha de Henrique Pinto, médio experiente que já passou pelo Freamunde, Paredes, Lixa e Aliados. Outro dos destaques é FILIPE CARVALHO (24), defesa que entrou na segunda parte. Tal como MIKI, provém das camadas jovens do Vizela e jogou no Fafe e Lagoa.

Isto não significa que o Cinfães é favorito para passar aos Quartos-de-Final, apesar do favoritismo num jogo ser sempre teórico. Significa apenas que apesar da presença de alguns jogadores que foram Campeões Distritais na época passada, o Cinfães reforçou-se maioritariamente na 2ªDivisão, contratando jogadores com experiência suficiente para fazer deste jogo o jogo das suas vidas.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Cercados



Num jogo arbitrado pela jovem árbitra Adriana Correia (20 anos), Talaíde e Palmense defrontaram-se no campo do primeiro.

Apesar de apresentar um curriculum superior ao do adversário, o Palmense é hoje um clube quase centenário mas que atravessa uma grave crise desportiva. Procura fugir aos últimos lugares da sua série da 1ªDivisão da AF Lisboa (AFL).

Entre 1949 e 1967 chegaram a marcar presença nos Nacionais. Desde que o apuramento para os Nacionais é feito de forma hierarquizada, apenas em 70/71 e em 87/88 estiveram próximos de subir à 3ªDivisão Nacional. Desde então, o melhor que conseguiram foi um 8º lugar na Divisão de Honra da AFL em 1999/00.

Ao longo dos anos, o clube da Palma de Baixo foi sendo cercado pela urbanização progressiva, estando hoje em dia cercado por condomínios e viadutos. O seu campo ainda é visível da Avenida que liga a zona do Colombo ao Hospital de Santa Maria. É olhar à direita um pouco antes do semáforo anterior ao da Universidade Católica.
Neste Domingo, a deslocação não se afigurava fácil. Visitavam o Talaíde, clube que ocupa as primeiras posições da Série.

Bem mais jovem que o Palmense, o Talaíde actual foi fundado em 1967, contando no seu historial com 9 participações no principal escalão dos Distritais da AFL. A melhor época foi a longínqua 1973/74, quando terminaram no 4º posto. Em 3º ficou um tal de Estrela da Amadora, ainda a dar os primeiros passos rumo aos escalões superiores.

Segundo consegui apurar, os onzes que alinharam ao lado de Adriana Correia foram assim constituídos:

TALAÍDE – Luís Gomes; Fernando, Tó Bonito (cap.), Carlos e Torrão; Puli, Natalício, Pedro João, Semedo; Alex e Tiago Afonso

PALMENSE – Márcio; João, João Baptista (cap.), Valter e Tiago I; Ricardo Costa, Ruben, Maradona e Mário; Tiago II e Cá



Apesar da réplica permanente do Palmense, o futebol do Talaíde mostrou ser mais elaborado e fisicamente mais regular.

O jovem João (43 anos) após ser substituído.

Não fôra o golo (excelente) de Maradona e o resultado teria chegado ao intervalo com 2-0 a favor da equipa da casa. No início do segundo tempo, uma grande penalidade assinalada por Adriana Correia voltou a dar vantagem de dois golos aos da casa. Doze minutos depois, Tiago Afonso bisou fixando o resultado final em 4-1. Aos 70 minutos, o Palmense fez entrar 3 jogadores, entre os quais o avançado Elídio, um jovem de 45 anos.

Destaques:

Não conhecia nenhum deles, mas os reflexos de Luís Gomes (guardião da casa) e o forte pontapé do Maradona da Palma de Baixo merecem nota de registo.

Uma palavra para a arbitragem da jovem Adriana. Um jogo deste escalão é sempre um desafio para qualquer equipa de arbitragem. São persistentes os protestos e as escaramuças. Os doze cartões mostrados pareceram-me ajustados e a arbitragem merece nota claramente positiva. Aquela que já fez de assistente de Pedro Henriques parece justificar outros desafios. Assim o “sistema” o permita.



segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Do fundo...


Não obstante a derrota frente ao Real, o Aljustrelense continua no segundo posto da Série D da 2ªDivisão.

A notícia justifica-se por vários motivos. Em primeiro lugar, o Aljustrelense é de Aljustrel e Aljustrel fica no Baixo Alentejo. O Baixo Alentejo nunca teve nenhum clube no escalão maior e conta apenas uma presença na Liga de Honra – o D.Beja em 96/97.

Mesmo ao nível da 2ªDivisão, o clube do Baixo Alentejo com mais presenças é também o D.Beja com 23 épocas. O segundo clube com mais presenças tem apenas 9 participações...

O Aljustrelense foi Campeão da AF Beja em 2006/07. Do plantel actual, nada menos que 9 jogadores faziam parte dessa equipa. Três deles foram titulares frente ao Real e outros dois foram suplentes utilizados. O técnico Francisco Fernandes também está no clube desde o regresso aos Nacionais.

O clube já havia passado pela antiga 2ªDivisão Nacional, mas isso ocorreu nas longínquas épocas de 49/50 e 50/51, quando o acesso à 2ªDivisão era disputado nos Campeonatos Distritais. Isto faz com que esta época seja a primeira época em que o Mineiro Aljustrelense ascende ao segundo escalão depois de passar pelas várias etapas da hierarquia futebolística nacional.