terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eficácia-Ineficácia 3-0

Quando um jogo termina com um resultado de 3-0, o mais frequente é ter havido uma superioridade vincada de uma equipa sobre a outra. Mas nem sempre é assim. O jogo deste Domingo no Municipal de Oeiras entre a equipa da AD Oeiras e o Real SC é exemplo disso. Num jogo bem arbitrado pela equipa chefiada por Ricardo Oliveira (AF Lisboa), as equipas alinharam:


AD OEIRAS-Rui Santos; Damil, Lima (cap.), Nuno Abreu e Edson; Cuca, Leonel, Jucélio, Luiz Carlos, Nélson e Piki. Tr. Paulo Mendes (Paulinho)



REAL SC-Pedro Silva; Bino, Bruno Lourenço, Wilson e Miguel Gonçalves; Kikas, Dino (cap.), Ladeiras e Michael; Rodrigo e Hélder Monteiro. Tr. José Marcos




Os lances de maior perigo na fase inicial da partida foram da equipa visitante. Aos 5’, Hélder Monteiro obriga Rui Santos à primeira defesa do jogo. Nove minutos depois, num bom lance em que a bola passa por vários jogadores, Rodrigo remata à figura do guardião do Oeiras. Quatro minutos volvidos, Hélder Monteiro foge bem à marcação mas volta a ter em Rui Santos opositor de monta. Aos 24’ surge o primeiro lance de perigo do Oeiras. Até então com uma exibição sem mácula, Wilson atrapalha-se e a bola sobra para Jucélio que desperdiça de forma incrível. Aos 27’, o Real beneficia de um livre à entrada da área mas Miguel Gonçalves leva a bola a saír por cima da barra. Os dez minutos que se seguiram não tiveram qualquer lance de perigo, registando-se a substituição de Michael por Tiago Gonçalves na equipa visitante. Aos 38’, Wilson parece ter a bola controlada junto à linha de fundo mas o rapidissimo Piki consegue roubar-lhe a bola e cruzar para a finalização de Nélson. Um pouco contra a corrente do jogo, a equipa da casa chegava à vantagem. O Real reagiu bem e, quatro minutos depois, Rodrigo demonstra toda a técnica que possui mas Rui Santos volta a defender. Em cima do intervalo, Luiz Carlos remata cruzado para defesa de Pedro Silva. Ao intervalo, Paulinho troca Nélson por Jean. A segunda parte começou na mesma toada da primeira, com o Real a desperdiçar e o Oeiras a marcar. Aos 49’, a bola é colocada na área num livre. O guardião Rui Santos sai em falso e a bola sobra para Dino que não consegue finalizar.





O jogo voltou a entrar num período equilibrado sem perigo junto das balizas. Aos 57’, Paulinho volta a mexer na equipa, retirando Leonel (desinspirado) e colocando em campo Jorge Cordeiro. Aos 63’, novo lance bem construído pelo Real, com Hélder Monteiro a colocar a bola em Rodrigo que volta a perder no duelo com Rui Santos. Quatro minutos depois, José Marcos aposta tudo com as trocas de Bino e Ladeiras por Mota e Alcides. No entanto, aos 69’, o jogador que entrara em campo quatro minutos antes para render Jucélio (Carlos Alves) faz um golo digno de qualquer estádio. Bem fora da área, acerta de pé esquerdo na bola que só parou no fundo das redes da baliza do Real. Era o 2-0 quando o Real estava em busca do empate. Quatro minutos volvidos, nova defesa de Rui Santos, desta vez a remate de Miguel Gonçalves.


Comodamente instalados numa vantagem de dois golos, a equipa do Oeiras limitava-se a defender. Aos 83’, Rodrigo recupera a bola mas não bate Rui Santos.

Já no final do período de compensação, Piki finaliza uma jogada de contra-ataque, num lance que resume todo o jogo. Eficácia do Oeiras contra a ineficácia do Real.

Os destaques positivos da partida vão para Rui Santos, jovem guardião formado no Benfica e para Rodrigo, jovem com idade para alinhar nos Juniores que, tudo indica, tem um futuro brilhante pela frente. Adaptado a central, Wilson esteve genericamente bem, apesar de ter tido dois lapsos que custaram um golo. A rever. Regressado à titularidade, o nigeriano Michael continua a ser um mistério na equipa do Real. Dotado de bons argumentos físicos e técnicos, parece ter imensa dificuldade de posicionamento dentro de campo. Se conseguir melhor este aspecto fundamental no jogo, tornar-se-á um elemento importante na equipa.



Uma nota final para o técnico José Marcos. O antigo guarda-redes tomou conta da equipa num período complicado na vida do Real. A época passada culminou com a descida de divisão. Esta época é de construção de uma equipa nova em termos de plantel e em termos etários, o que coloca diversos desafios. Apesar deste jogo ter terminado com a pior derrota das três sofridas neste Campeonato, julgo ter sido o jogo melhor conseguido pela equipa. Há que dar tempo ao tempo e respeitar o trabalho da equipa técnica. Apesar de alguns dizerem que o fair play é uma treta, querer beneficiar de lances em que dois adversários chocam um com o outro não é o “caminho”, como Marcos deixou bem claro. Houve quem não gostasse mas o futebol também deve ser carácter e dignidade, mesmo quando se perde ou principalmente quando se perde.

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