A 5 de Outubro de 1910, a Família Real deixou o País na Ericeira. Cento e um anos depois, desloquei-me à vila do concelho de Mafra para assistir ao jogo da primeira eliminatória entre Ericeirense e Jeromelo. Quando se defrontam duas equipas que desceram de divisão mas em escalões diferentes, espera-se uma partida em que a que ocupa o escalão superior domine o adversário. Se o jogo se disputar na casa do primeiro, tanto melhor para este, mas o jogo entre Ericeirense e Jeromelo só provou esta ideia no resultado. Durante a partida, o equilíbrio foi a nota dominante. Não fôra a ineficácia nos momentos de finalização e o resultado teria sido favorável à equipa do Jeromelo.
ERICEIRENSE-João Leitão; Nélson, Naco, Quaresma e Ivo; Kuma, Raposo (cap.), Miguel Oliveira e Marinho; Miguel Rodrigues e Douglas. Tr. Rui Jorge
JEROMELO-Joca; João Dias, Pedro Matos, João Carlos e Tiago Castelo; João Gaspar (cap.), T.Duarte, P.Fernando; Suli, Paiva e Ricardo Mendes. Tr. Luís Camacho
O mau início de época do Ericeirense parece ter pesado nos primeiros minutos, sendo do Jeromelo o primeiro período da partida. A equipa da casa só reagiu à passagem do quarto de hora, com Marinho a falhar a recepção num lance em que a bola rasgou a defesa do Jeromelo. O mesmo Marinho, aos 30’, faz um chapéu sair ao lado após boa desmarcação de Miguel Rodrigues. Dois minutos depois, Nélson remata cruzado ao lado, numa altura do jogo em que o Ericeirense estava por cima. Três minutos depois, novo remate ao lado, desta feita por Miguel Rodrigues. Aos 39’, um lance de contra ataque quase dá o golo ao Jeromelo.
Em cima do intervalo, num livre, Paiva remata por cima das redes à guarda de João Leitão. Para a segunda parte, Luís Camacho troca P.Fernando e Suli por Duarte e Frederico. Aos 48’, Marinho tem nova chance de bater Joca mas sem sucesso.
Dois minutos depois, na sequência de um canto favorável ao Jeromelo, Duarte remata por cima. No minuto 57’, surge a melhor chance da partida. Ricardo Mendes desmarca-se, surge perante Joca e faz-lhe o chapéu que faz a bola bater à frente e por cima da barra. Logo a seguir, Rui Jorge mexe na equipa, fazendo sair Kuma e Douglas, para as entradas de Luís Silva e Johnny. Seis minutos volvidos, num lance de bola parada, Naco está muito perto do golo.
No minuto seguinte, Nélson remata em arco mas ao lado da baliza do Jeromelo. O jogo estava algo repartido e, aos 72’, Duarte remata cruzado ao lado da baliza do Ericeirense.
Começava a cheirar a prolongamento e até foi a equipa do Jeromelo a dar mostras de pretender evitá-lo. Aos 80’ e 82’, Paiva e Duarte têm chances para golo mas rematam sobre a barra. Logo depois, num lance em que o central João Carlos escorrega, Raposo permite a mancha a Joca. Na resposta, Duarte rouba a bola a Quaresma, isola-se mas remata à figura de João Leitão. No minuto seguinte, mais uma oportunidade de golo desperdiçada pelo Jeromelo. Frederico surge isolado pela direita mas remata por cima. Em cima dos 90’, numa altura em que o Jeromelo alinhava com dez, porque Frederico trocava de botas, Ivo cruza para Luís Silva que, perante a saída de Joca, faz um chapéu bem medido que culmina com a bola nas redes da baliza do Jeromelo. No período de compensação dado pelo árbitro, nada de relevante a assinalar. A par do Ponterrolense, o Ericeirense é o clube com mais Taças da Associação de Futebol de Lisboa (3) no seu historial. Com a vitória frente ao Jeromelo, o Ericeirense apurou-se para a 2ªEliminatória que jogará fora frente ao Carcavelos. Boa arbitragem da equipa chefiada por Ilídio Silva.
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