sábado, 28 de janeiro de 2012

Real bate Oeiras num jogo intenso

22/1/2012


3ªDivisão – Série E – 15ªJornada


Real SC-AD Oeiras 3-1


Arb: Miguel Jacob (AF Setúbal)


REAL SC-André Martins; Paulinho, Dino (cap.), Bruno Lourenço e Miguel Gonçalves; Tiago Gonçalves, Kikas e Michael; Ladeiras, João Paulo e Alcides. Tr. João Silva


AD OEIRAS-Rui Santos; Damil, Lima (cap.), Nuno Abreu e Edson; Cuca, Leonel e Márcio; Jorge Cordeiro, Piki e Nélson. Tr. Paulo Mendes




O jogo do passado Domingo colocava frente-a-frente duas equipas que sabem jogar à bola e que buscaram a vitória, proporcionando um bom espectáculo. Em muitos momentos, nem parecia estar a assistir a um jogo da 3ªDivisão. Apesar da classificação cavar um fosso significativo entre as duas equipas, o jogo foi muito dividido, com oportunidades de parte a parte, desde o início até ao apito final do árbitro setubalense. Na primeira metade, a criatividade de Piki e Leonel fez-se notar em alguns lances, apesar do primeiro momento de perigo ter surgido apenas aos 23’, quando Lima cabeceou à barra na sequência de um canto. Dois minutos depois, a bola esteve próximo das duas balizas, primeiro por Alcides e, de seguida, por Nélson. Com o marcador ainda em branco, a equipa visitante volta a estar próximo do golo em lances protagonizados por Jorge Cordeiro e Nélson. Não marcou o Oeiras, marcou o Real. O árbitro assistente assinala uma falta sobre Michael do lado direito do ataque do Real. Do livre resulta o cabeceamento certeiro do capitão Dino para o 1-0. Jogava-se o minuto 35 e o Real tomava a dianteira no marcador. Até ao golo, a equipa do Oeiras tinha mostrado o porquê da excelente época que tem feito. No entanto, sentiu o golo sofrido e esteve prestes a sofrer o segundo por João Paulo aos 41’.





A segunda parte começou de forma algo atabalhoada, com o Real a recuar um pouco as suas linhas e com o Oeiras a sentir muitas dificuldades para chegar à área do Real. Aos 61’, após um canto favorável ao Oeiras, Ladeiras derruba Leonel e Miguel Jacob assinala a marca de pontapé de grande penalidade. O lance foi alvo de muitos protestos dos espectadores afectos ao Real, mas pode ver-se nas imagens que a decisão foi correcta. O capitão Lima não perdoou e empatou o jogo numa altura em que o Oeiras menos fazia para o merecer. A partir daí, os jovens Márcio e Leonel procuraram pegar mais no jogo do miolo do Oeiras, abrindo espaços para as entradas dos seus colegas, com destaque para Piki que desperdiçou o 1-2 num lance em que é mal assinalado fora-de-jogo. João Silva trocou João Paulo por Caramelo e as “torres gémeas” da defesa do Oeiras passaram a ter maiores receios em subir no terreno. Os líderes da Série E não mais conseguiriam criar lances de perigo e acabariam por ser surpreendidos pelo Real. Aos 82’, de costas para a baliza, e apesar de agarrado na área, Dino consegue colocar a bola nas redes para o 2-1. Quatro minutos depois, é Ventura que, de primeira, à entrada da área e após passe de Kikas, faz o 3-1 num grande golo. Entre os dois golos do Real, Paulo Mendes ainda refrescara a equipa, trocando Márcio e Jorge Cordeiro por Patrick e Yuri, mas nada se alteraria. Antes do final da partida, ainda foi Caramelo a estar perto do 4-1.





A equipa do Real continua a demonstrar estar bem viva e em busca da primeira metade da classificação. Neste jogo, esteve bem mais feliz na finalização do que tem vindo a acontecer ao longo da época. Do lado da equipa da ADO, e apesar da derrota, ficou bem demonstrado porque está a fazer História naquela que tem sido a melhor época de sempre do clube. A terceira equipa em campo foi a menos feliz. Apesar de ter “acertado” no lance que deu o golo do Oeiras, o árbitro Miguel Jacob assinalou muitas faltas sem sentido que, ainda assim, não impediram que o jogo tivesse sido intenso e bem interessante de seguir.




Os destaques individuais vão para os já referidos Márcio, Piki e Leonel no Oeiras. No Real, o destaque vai para o guardião André Martins. A menção é justificada mais pela evolução que tem tido do que pelo jogo que fez domingo passado. Mas aquele que era, até há uns meses atrás, um foco de alguma insegurança na equipa, tornou-se num dos seus activos mais importantes, dada a segurança que já transmite a partir da baliza.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A História repete-se




15/1/2012


3ªDivisão – Série E – 14ªJornada


Estádio Municipal de Ponte de Sôr


Arb: Pedro Azevedo (AF Setúbal)


ELÉCTRICO-Rodolfo; Sandro, Miguel Fernandes (cap.), Gonçalo Lelé e Rui Sousa; André Dias, Djaló e David Nunes; Patrick, Santana e Capitão Mor. Tr. Rui Fonseca




REAL-André Martins; Paulinho, Dino (cap.), Bruno Lourenço e Miguel Gonçalves; Kikas, Tiago Gonçalves e Michael; Ventura, Rodrigo e Alcides. Tr. João Silva




O futebol tem destas coisas. O Real tem melhores jogadores do que o Eléctrico mas os alentejanos venceram o Real por 2-0, tal como já haviam feito na primeira volta. Quem viu os dois jogos, pareceu ver apenas um. À fantasia da equipa do Real, o Eléctrico respondeu com coesão defensiva (tem a melhor defesa da prova) e contra-ataques mortíferos. No aspecto defensivo, destaque para o pequeno lateral Sandro. Nos duelos directos com Rodrigo, foi quase sempre o defesa do Eléctrico a levar a melhor, principalmente no segundo tempo. Por outro lado, a procura do jogo aéreo para Capitão Mor e Santana não teve resposta à altura do outro lado, dado que não é o tipo de jogo adequado aos jogadores do Real. Foi num desses lances que a bola encontrou Patrick entre Bruno Lourenço e Miguel Gonçalves para o primeiro golo aos 40’. Apesar de ter criado mais chances de golo do que o Eléctrico, o Real voltou a pecar na finalização. Aos 75’, o árbitro setubalense assinala falta na área do Real mas André Martins defendeu a grande penalidade marcada por Santana, ao contrário do que acontecera na primeira volta. Já em período de compensação, Cláudio (ex-Boavista e Sacavenense) finaliza um contra-ataque e fecha o resultado da partida.




Apesar de ter matéria-prima superior à do adversário, a falta de eficácia ofensiva teve a penalização merecida por parte de uma equipa coesa que demonstra ter um futebol mais adequado a uma 3ªDivisão Nacional.

Sem vergonha


Sem vergonha #1 - A uma criança a quem se pede para andar ou correr mais devagar e passa a andar ou a correr muito lentamente, chama-se... criança. O que se chama a dirigentes de um clube que decide decorar parte do seu estádio com imagens que transmitem agressividade e exibem símbolos de extrema-direita para, depois de isso ser notícia, altera essas imagens para borboletas a esvoaçar num espaço bucólico ?



Que se saiba, nunca uma Direcção do Sporting mexeu um dedo que fosse contra a presença de elementos neo-nazis nas suas claques. Mas decorar parte do estádio com imagens desses elementos é inédito. Dizer que ninguém se queixara até à notícia do Público não chega a ser argumento.



A Polónia foi um dos países que mais sofreu perante o nazismo. O aspecto positivo a retirar de toda esta história é que a comitiva polaca que visitará Alvalade para a Liga Europa não terá de ver as imagens vergonhosas que algum dirigente escolheu colocar no Estádio de um clube que merece bem mais.



Sem vergonha #2 – José Mourinho faz anúncios em que diz ser o “melhor treinador do Mundo”. Não sei se é. Sei que é o único da história do futebol a dizer que é. É, com toda a certeza, um dos melhores. Mas está muito longe de ser special em aspectos em que o futebol poderia servir de exemplo. No final do jogo de ontem frente ao Barcelona, disse que “Pepe fez o que lhe competia”. Parece-me perfeitamente admissível que Pepe tenha procurado intimidar fisicamente os seus adversários. Mas é inadmissível atingir níveis de jogo sujo que já nem nos Distritais se vêm. Basta ler um artigo na Marca para se ver que já nem mesmo o jornal madridista tem paciência para as atitudes de Pepe dentro de campo. O internacional português até pode ser uma excelente pessoa fora de campo, mas lá dentro tem atitudes que nenhum ser civilizado pode deixar de criticar. Bem pode dizer que foi involuntário. Ninguém de bom senso acredita.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Real vence Sintrense

3ªDivisão – Série E – 13ªJornada



8 de Janeiro de 2012



REAL-André Martins; Paulinho, Dino (cap.), Bruno Lourenço e Miguel Gonçalves; Kikas, Tiago Gonçalves e Michael; Hugo Dias, Rodrigo e Alcides



Tr. João Silva



SINTRENSE-Tiago; Pedro Pereira, Ricardo, Viegas e Rui Loures; Bobó, Tiago Lemos (cap.) e Telmo; Nélson, Manuel Liz e Paulo Sérgio



Tr. Luís Loureiro






O jogo de estreia de João Silva no comando técnico do Real começou praticamente com a lesão de Tiago Lemos, capitão do Sintrense, que foi substituído por Emanuel, também ele regressado de lesão. A equipa de Sintra mostrou porque tem ocupado os primeiros lugares da Série E da 3ªDivisão. A forma de jogar da equipa bebe muito da experiência dos escalões profissionais do seu técnico, nomeadamente na forma astuta como a equipa procura quebrar o ritmo do adversário nos momentos do jogo em que se sente mais pressionada. Algo pouco visto nos escalões secundárias. A jovem equipa do Real deu sempre boa réplica e o jogo foi sendo dividido e agradável de seguir, com (poucas) chances de golo para as duas equipas. A primeira vez em que uma das equipas esteve perto do golo foi do Real e aos 18’. O Sintrense respondeu da mesma moeda aos 34’ com Manuel Liz perto do golo. Mesmo em cima do intervalo, o equilíbrio do jogo voltou a estar patente nas chances deperdiçadas por Kikas e, logo de seguida, por Paulo Sérgio.




Na segunda parte, a toada do jogo manteve-se. O Sintrense continuou a mostrar ser a melhor das equipas que esta época defrontou o Real mesmo depois do central Ricardo ver o segundo cartão amarelo aos 53’ de jogo, deixando a equipa a jogar com dez. Aos 67’, Alcides remata ao lado da baliza de Tiago e, aos 80’, é Rodrigo a cabecear ao lado. Apesar da réplica que, apesar da inferioridade numérica, o Sintrense continuou a dar, não mais voltou a ter chances de marcar. À semelhança do Sporting-Porto da véspera, a bola teimava em não entrar até que num lance de saída rápida para o ataque, Rodrigo consegue isolar Caramelo com um toque de calcanhar e o ex-júnior do Benfica finaliza com frieza frente ao guardião do Sintrense.
Os últimos minutos da partida foram de procura do empate por parte dos sintrenses e de cerrar fileiras por parte da equipa da casa, para quem os três pontos eram fundamentais para sair dos últimos lugares. Num jogo bem arbitrado pela equipa chefiada por Paiva Tomé (AF Beja), a partida terminaria com a vitória do Real por 1-0.






Destaques pela positiva no Real para o jovem Rodrigo que vem demonstrando ter um futuro promissor à sua frente e para Michael. O médio nigeriano continua a dar razão à paciência que José Marcos teve ao longo do último ano. Do lado do Sintrense, o destaque tem de ir para os jovens
Manel Liz, Nélson e Viegas, central muito certinho, mesmo perante adversários mais fortes fisicamente. Curiosamente, os dois primeiros foram durante a semana anunciados como reforços da equipa secundária do Benfica para a próxima época. Será que as dificuldades económicas que afecta (quase) todos ajudará alguns dos talentos a subir na hierarquia futebolística nacional ? Espero bem que sim.

Taça de Portugal - números das Finais

A primeira mão das meias-finais da Taça deixou tudo em aberto no que ao apuramento dos finalistas diz respeito. Mas há aspectos que poderão ser, desde já, destacados. A saber:



- Oliveirense Nacional nunca disputaram uma Final e Académica e Sporting nunca se defrontaram no jogo decisivo, pelo que a Final de 2011/12 será inédita;


- A Final desta época constituirá a 38ª dupla de finalistas em 72 edições da prova;


- A dupla de finalistas mais frequente é composta por Benfica e Porto – 9 Finais;


- Destas, apenas numa ocasião, os portistas saíram vencedores;


- A segunda dupla mais frequente é o Benfica-Sporting (8 Finais), com vantagem encarnada (6-2);


- Apenas doze Finais disputadas pelos mesmos clubes ocorreram mais de uma vez, pelo que a desta época será a 26ª vez que dois finalistas se defrontam pela primeira e única vez;


- Todas as Finais “repetidas” contaram com a presença de, pelo menos, um dos chamados “grandes”;


- Se atingirem a Final, Oliveirense e Nacional, juntar-se-ão aos 24 clubes que já disputaram o troféu no jogo decisivo;


- Destes, apenas 11 lograram vencer – Benfica (24), Porto (16), Sporting (15), Boavista (5), Belenenses e V.Setúbal (3) e Leixões, Est.Amadora, Beira Mar, Braga e Académica (1);


- O Est.Amadora é o clube com maior percentagem de vitórias por Final disputada pelo facto de ter aproveitado a única oportunidade que teve;


- Entre os que disputaram mais do que uma Final, é o Boavista que ocupa esse lugar de destaque, com 5 vitórias em 6 Finais;


- Dos treze finalistas que nunca venceram um troféu, destaca-se o V.Guimarães, com cinco Finais perdidas;


- Entre os “grandes”, o Benfica perdeu apenas 9 das 33 Finais que jogou, pelo que tem a melhor percentagem de sucesso (83%);


- Apesar de ter menos um troféu que o Porto, o Sporting tem tido maior taxa de sucesso que os portistas quando chega à Final. Venceu 15 Finais em 25, contra 16 em 28 dos azuis-e-brancos;


- Das 19 Finais disputadas por clubes que nunca venceram a Taça, o “desmancha-prazeres” mais frequente tem sido o FC Porto (8 ocasiões);


- A única vez em que a dose de “desmancha-prazeres” se verificou a dobrar contra a mesma equipa foi em duas Finais vencidas pelos dragões frente ao V.Guimarães;


- Apesar de ser o clube com maior número de Finais e Vitórias na Taça, o SL Benfica apenas fez de “desmancha-prazeres” em 3 ocasiões, para tristeza de Atlético, Estoril e Covilhã;


- A Académica procura a segunda vitória na Taça, após a vitória de 1938/39, na primeira edição da prova.



Agora é esperar cerca de um mês para saber que Final será disputada esta época. Para já, Académica e Nacional aparecem na pole position.