quarta-feira, 7 de março de 2012

O jogo que esteve para não acontecer

4/3/2012
Estádio Municipal do Cartaxo
Arb: Rui Figueiredo (AF Leiria)
SL CARTAXO-REAL SC 1-2

O Real visitava o Cartaxo com quatro jogadores suspensos por duas partidas – a dupla de centrais Jibril-Bruno Lourenço e os médios Michael e Hugo Dias. Na equipa da casa, Joel também estava impedido de alinhar por motivos disciplinares. Com a equipa da casa a passar por imensas dificuldades financeiras, o jogo teve para não se realizar. Os jogadores da casa recusavam-se a alinhar devido a subsídios em atraso. Acabaram por entrar em campo vinte minutos depois das 15 horas.

SL CARTAXO-Travessa; Pedrosa (Miguel Calisto 80’), Bernardo, Gil e Casimiro (cap.); Ricardo (Praia 63’), Ruas e Bexiga; Pedro Soares (Tiago Dias 63’), Serginho e Marmelo
Tr. Cláudio Madruga
REAL SC-André Martins; David Rosa, Araújo, Dino (cap.) e Paulinho; Ventura (Ladeiras 72’), Kikas, Tiago Gonçalves e Luís Carlos (Job 86’); Alcides e Caramelo (Amar 80’)
Tr. João Silva

O jogo começou num ritmo lento e a primeira chance de golo só surgiu aos 14’, por Alcides. Pouco depois, Luís Carlos remata à barra. O Real estava mais dominante mas não marcava. Aos 27’, Marmelo remata por cima. Na resposta, Caramelo e Ventura estão perto do golo mas só ganham canto. Do canto surgiria o primeiro dos três penalties do jogo. O árbitro pune mão de Gil na área. Luís Carlos remata para o lado direito de Travessa, mas o guarda-redes do Cartaxo defende. O Real desperdiçava o terceiro pontapé da marca de grande penalidade em dois jogos. A equipa da casa aproveitou bem os minutos seguintes e esteve perto do golo em duas ocasiões protagonizadas por Serginho. No segundo momento, à saída de André Martins, Serginho faz um chapéu que sai ao lado. Jogava-se o minuto 35. Dois minutos depois, Alcides volta a desperdiçar. Aos 42’, Serginho faz um cruzamento com a bola a passar por toda a gente sem que ninguém a desviasse. Dois minutos volvidos, Alcides volta a ser infeliz na finalização, assistido por Caramelo. No minuto seguinte, Gil derruba Alcides na área. Vê o segundo amarelo e é assinalado o segundo penalty contra o Cartaxo. Luís Carlos volta a ser aposta de João Silva para a marcação. Desta vez, Luís Carlos escolhe o lado esquerdo de Travessa e marca. O árbitro apita para o intervalo de imediato, com o Real em vantagem numérica e no marcador.


Logo no início do segundo tempo, Caramelo desvia ao lado um cruzamento de Luís Carlos. Jogava-se o quinto minuto do segundo tempo, quando uma combinação entre Tiago Gonçalves e Caramelo permite a finalização do médio do Real, sem hipótese para Travessa. O Real chegava ao 0-2 e a partida parecia decidida. Quatro minutos depois, Bexiga remata para boa defesa de André Martins para canto. Aos 60’, Nuno Casimiro derruba Caramelo quando este se isolava e é expulso. Na marcação do livre, Luís Carlos coloca a bola junto ao poste mas Travessa volta a mostrar ser um dos melhores guardiões da Série E. A última meia hora de jogo foi incaracterística. Apesar (ou por isso mesmo) da superioridade de dois homens e dois golos, o Real pausou o seu jogo e cedeu alguma iniciativa aos homens da casa que acabaram por não criar perigo, apesar de terem reduzido no último minuto do tempo regulamentar. Dino derruba Miguel Calisto para penalty que Bexiga converte para a esquerda de André Martins. Durante o período de compensação e com a vantagem mínima no marcador, o Real voltou a tomar conta do jogo, não voltando a dar qualquer hipótese aos homens da casa de se aproximarem da área visitante. Após o apito final, alguns jogadores do Cartaxo saíram de campo em lágrimas, aplaudidos pela equipa do Real e restante público presente. Oxalá que a grave situação que o clube ribatejano enfrenta se resolva o mais depressa possível.

Individualmente, destaco a estreia a titular de Araújo e a prestação de Luís Carlos, cuja exibição não foi afectada pelo penalty desperdiçado. Na equipa da casa, dadas as circunstâncias em que o jogo se disputou, todo o grupo de trabalho merece nota máxima. Ainda assim, gostaria de destacar em particular o já mencionado Travessa, Serginho e Pedro Soares, dois avançados muito móveis. Todo o perigo criado pelo Cartaxo teve origem nos pés destes dois atletas. O experiente Marmelo, apesar de parecer ter uns quilos a mais, também mostrou estar uns furos acima da média da equipa.

Depois do que aconteceu uma semana antes, é com satisfação que destaco a boa arbitragem de Rui Figueiredo. Pareceu-me bem, tanto em termos técnicos, como disciplinares. Assinalou três grandes penalidades indiscutíveis. Quando assim é, o futebol sai valorizado.

A uma jornada do final da primeira fase, o Real volta a ocupar um dos seis primeiros lugares. Quanto ao Cartaxo, as diminutas hipóteses matemáticas de ficar nos seis primeiros lugares ficaram desfeitas. A última jornada terá um Real-Alcochetense e um O Elvas-Cartaxo.

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