segunda-feira, 27 de maio de 2013

Loures Campeão

25/5/2013
Campo José Silva Faria (Loures)
GS LOURES-CF SANTA IRIA 4-2
Loures-Hugo; Tiago, Vilela, Diogo Martins e Eduardo Simões;  Monteiro (Cap.), Ivo e Pedro Augusto; Saraiva, Pauleta e Cabral
Tr.Luís Silva
Santa Iria-Costinha (Cap.); Bruno Gimenez, Pedro Geria, Alhinho e Pitorro; Pedro Cavaco, Nuno Caldas e Telmo; Ricardo Oliveira, Flecha e Roger
Tr.Roque

O Loures recebia o terceiro classificado sabendo que apenas uma vitória o poria a cobro do que o Águias da Musgueira fizesse frente ao lanterna vermelha Damaiense. Logo a abrir, o Santa Iria marcou. Quase na resposta, o Loures empatou. O início do jogo apanhou-me de surpresa tal que não tenho imagens dos golos.

À passagem do minuto 14, Flecha finaliza de cabeça e volta a colocar o Santa Iria na frente do marcador. Aos 23', Pedro Augusto iguala na marcação de um livre directo. Dois minutos depois, o Loures adianta-se no marcador na sequência de um lançamento lateral. Pauleta aproveita a passividade da defesa visitante e coloca a bola sobre o guardião do Santa Iria. Aos 30', o Santa Iria quase empata de canto directo mas a bola bate na trave, como já acontecera na baliza contrária. Depois de um início louco, o jogo acalmou até ao intervalo.
A toada do jogo manteve-se no segundo tempo até ao minuto 58. Bruno Gimenez derruba Eduardo Simões na área e o árbitro assinala penalty. Ivo Miranda converte e o Loures passava a vencer por 4-2. Ainda assim, manteve-se a expectativa do que poderia ocorrer se o Santa Iria reduzisse a desvantagem no marcador.

Isso esteve perto de acontecer nos minutos 69 e 76, tendo Telmo como protagonista. No primeiro caso, num livre apontado e que vai à base do poste. No segundo, num remate de primeira que sai à figura de Hugo.

Como é hábito nos jogos da Divisão de Honra, as inúmeras substituições não contribuiram para a fluidez no jogo que, até ao final, não registaria mais nenhum lance relevante.

Num jogo em que os vizinhos de Santa Iria da Azóia deram boa réplica, o Loures garantiu o regresso aos Nacionais, algo que não acontecia desde 2005/06.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A propósito da subida do Arouca


Já muito se disse sobre a subida do Futebol Clube de Arouca à 1ªDivisão. Deixo aqui mais alguns dados históricos:

- O Arouca será o oitavo clube filiado na AF Aveiro a disputar o escalão principal. O último clube aveirense a estrear-se na 1ªDivisão foi o Recreio Desportivo de Águeda há precisamente 30 anos;

- Desde ontem, estrearam-se 16 clubes no escalão principal - 4 filiados na AF Porto e na AF Braga, 2 na AF Lisboa e na AF Madeira, 1 na AF Coimbra, AF Ponta Delgada, AF Portalegre e AF Vila Real;

- Curiosamente, dos 16, apenas 3 competirão entre os grandes na época 2013/14: Gil Vicente, Nacional e Paços de Ferreira;

- O Arouca procurará evitar o exemplo de Alcobaça, Águeda, Vizela, Fafe, Felgueiras e Trofense, clubes que desceram logo no ano de estreia. Ao invés, terão bons exemplos em Barcelos e em Paços de Ferreira, clubes que, desde a estreia no início da década de 90, apenas em sete ocasiões não disputaram o escalão principal;

- A estreia do Arouca irá ocorrer naquela que será apenas a nona presença dos arouquenses nos campeonatos nacionais;

- Excluindo as primeiras décadas dos campeonatos, é a ascensão mais meteórica da História. O mais próximo deste feito pertence ao União da Madeira. Estreou-se na 1ªDivisão em 1989/90, após apenas dez épocas nos Nacionais.

terça-feira, 21 de maio de 2013

A estreia dos 40

Passou despercebido mas até era algo de previsível desde que a actual Segunda Liga foi preparada para incluir as equipas B e passar a ter 22 equipas.

O que é comum no Reino Unido, foi novidade em Portugal. Nunca antes houvera um campeonato disputado por tantas equipas. À passagem da 40ªJornada, disputada no passado dia 8, esperava-se que houvesse jogadores (totalistas ou não) a participar em 40 jogos de campeonato numa época. Foi isso que aconteceu. Este registo histórico foi atingido por sete jogadores no dia 8 - Márcio Sousa (Tondela), Thicot (Naval), Rui Sacramento (Leixões), Coelho (Penafiel), Avto (Oliveirense) e os campeões Matt Jones e Arsénio (Belenenses). Destes, o único jogador de campo a completar 3600 minutos no passado dia 8 foi o defesa francês da Naval. Para além disso, foi o primeiro a consegui-lo pois o jogo da Naval começou antes dos restantes.

Central francês de 26 anos, Steven Thicot (TIKITO) não é apenas mais um jogador proveniente dos escalões secundários gauleses em busca de destaque no futebol português. Em 2004, capitaneou mesmo a selecção francesa que venceu o Europeu de Sub-17. A seu lado alinhavam, entre outros, Jeremy Menez, Samir Nasri, Hatem Ben Arfa ou Karim Benzema. Já agora, a finalista vencida foi a Espanha, cujo golo foi marcado por um tal de Gerard Piqué e onde jogavam Mario Suarez, Cèsc Fàbregas, Javi Garcia, Diego Capel, entre outros.

Em 2004, Thicot fazia parte dos quadros do Nantes, clube onde acabou por não ter grandes oportunidades, tendo passado pelo Sedan (2006/07), clube pelo qual se estreou na Ligue 1. A época seguinte foi novamente passada no Nantes sem que as chances surgissem. No Verão de 2008, findo o contrato com o Nantes, viaja para Edimburgo, para representar o Hibernian. Apesar de ter sido utilizado regularmente na primeira época na Escócia, as duas épocas seguintes foram de escassa utilização, ficando Thicot livre no final da época 2010/11. Passou a época 2011/12 sem clube e surgiu esta época em grande na Naval. Considerando as dificuldades por que passa o clube figueirense, não seria de estranhar que Thicot mudasse de ares novamente.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Festejos prematuros

Ontem, o Cacém perdeu no campo do Murteirense. No domingo anterior, havia festejado após a vitória sobre o Linda-a-Velha. Cedo demais.

No dia 12, num jogo muito atribulado e marcado por uma arbitragem confusa, o Cacém chegou a uma vantagem de dois golos que acabaria por lhe assegurar os três pontos apesar da boa réplica do Linda-a-Velha. As dificuldades do árbitro começaram bem cedo. Num lance em que Nuno Almeida parece derrubar o avançado do Linda-a-Velha, o árbitro aponta para canto. Falta ou não, canto nunca seria.

A equipa da casa chegaria ao golo num contra ataque finalizado com um remate junto ao poste direito à guarda de Miguel. Pouco tempo depois, surgiria o 2-0 num livre ensaiado por parte da equipa do Cacém, que Geraldo finaliza com um belíssimo volley.

Ainda antes do intervalo, começaria o desperdício do Linda-a-Velha. A equipa criava chances de golo mas a finalização não queria nada com os visitantes.


A segunda parte começou com a cor amarela e com ainda mais desperdicio do Linda-a-Velha. Depois começaram as expulsões e o futebol só regressaria (e pouco) no período de compensação concedido pelo árbitro. Primeiro há um penalty a favor do Linda-a-Velha que não é assinalado. Logo depois, o árbitro assinala penalty que não se vislumbra. O Linda-a-Velha reduzia finalmente a desvantagem mas já só haveria tempo para mais uma expulsão até ao apito final.

A uma jornada do final da Divisão de Honra da AF Lisboa, as equipas classificadas abaixo do 7º lugar têm ainda o futuro indefinido. Na verdade, como o número de equipas que irão descer está dependente do que vier a ocorrer na Série E da 3ªDivisão, há equipas que ficarão uma semana sem saber concretamente o escalão em que irão competir na próxima época.

Para além dos clubes que descem das 2ª e 3ª divisões, há seis equipas apuradas para o Campeonato Distrital Pró-Nacional da próxima época. São eles Loures ou Musgueira, Santa Iria, Ponterrolense, Lourel, GCR Murteirense e Alverca. Para que não precisem de esperar pelo que irá acontecer nas últimas duas jornadas da Série E da 3ªDivisão, os restantes terão de ficar nos dez primeiros. Só atingindo essa meta se salvaguardam das possíveis descidas de Lourinhanense, Sintrense e Sacavenense.

Neste sentido, os festejos do Cacém no dia 12 foram claramente precipitados. É verdade que, no pior dos cenários, a equipa terminará em 11º, mas essa posição só dará lugar no Pró-Nacional 2013/14 se, pelo menos, um dos filiados na AF Lisboa terminar em posição de subida a sua participação na Série E da última edição da 3ªDivisão. E isso ainda é cedo para se ter como garantido.

sábado, 18 de maio de 2013

Lixa nos Nacionais

Após ter vencido o Ermesinde e beneficiando do empate do Perafita, o FC Lixa garantiu o regresso aos Nacionais no domingo passado.

No dia 5 fui a Serzedo (Gaia) para assistir ao CF Serzedo-FC Lixa. Nunca tinha assistido a um jogo dos Distritais da AF Porto. A expectativa era elevada e não foi gorada. Pelo contrário.

A comemorar os 80 anos, o CF Serzedo tem Edmundo Duarte como técnico da sua equipa sénior de futebol. Para quem não tem memória disso, refira-se que o técnico gaiense chegou a treinar equipas na 1ªDivisão (Alcobaça e Espinho), assim como da Liga de Honra, como o Torreense e Espinho. A sua carreira passou ainda por clubes como a Oliveirense, Lousada, Trofense, U.Lamas, Dragões Sandinenses, Vilanovense, Ribeirão, Feirense, Maia ou Candal, entre outros.

Em posição tranquila na tabela, o Serzedo recebia o líder Lixa, treinado desde Fevereiro por Vasco Seabra que rende Filipe Coimbra. Mas as posições dos clubes pouco determinaram o curso da partida.

Foi mesmo o Serzedo a entrar melhor no jogo, obrigando mesmo Vasco Viana a duas defesas apertadas. O Lixa acabou por equilibrar a partida e inaugurar o marcador à passagem do minuto 21. O capitão Hélder Carvalho roda na área, remata, a bola ressalta em Moreira e pinga sobre o guardião da casa. Três minutos volvidos, penalty favorável ao Lixa convertido por Mauro. Aos 44', remate de Bessa na área é parado pelo braço esquerdo de Domingues, capitão do Serzedo. Seria penalty mas o árbitro deixou seguir. Mas ainda haveria tempo para mais dois golos antes do intervalo. Primeiro foi o Lixa a alargar a vantagem para 0-3 quando Mauro isolou Bessa que bateu César. Na resposta, o Serzedo reduziu com um fantástico remate de trivela de Nuno Velha à entrada da área. Logo após o reatamento, o árbitro apita para o intervalo.


Mas a excelente equipa do Serzedo viria para a segunda metade preparada para reagir. Aos 50', Gerson aponta o canto, há vários jogadores a saltar à bola mas esta parece não tocar em ninguém antes de Vasco Viana a colocar dentro das redes ao tentar fazer a defesa. O Serzedo ía agora em busca do empate, mas foi o Lixa a estar perto do golo numa transição em que César desvia pela linha de fundo um remate de Bessa. Aos 64', Bruno Faria e Marinho saltam à bola após a marcação de um livre e a bola entra na baliza à guarda de Vasco Viana. O jogo estava empatado e a equipa da casa dava uma réplica excelente após ter estado a perder por 0-3.

O jogo passou então por uma fase menos interessante com várias substituições e cartões mostrados pelo árbitro. Aos 76', num lance de que só filmei a parte final, Bessa surge frente a César e bate o guardião do Serzedo. No reatamento, o guardião da casa sai da área e atinge Agostinho, sendo expulso pelo árbitro. Em apenas um minuto, o Serzedo via o Lixa voltar a adiantar-se no marcador e ficava em inferioridade numérica. O jogo estava decidido.

Ao minuto 81, Paulo Gomes, num grande lance individual, atira ao poste, a bola regressa a si que remata à trave. O jogo só voltaria a ter motivos de interesse nos 4' de compensação concedidos pelo árbitro Nélson Pascoal. Apesar do Serzedo estar em busca do empate, o Lixa em mais uma transição rápida tem nova chance de fazer o quinto golo, com o guardião da casa (Miguel) a defender o remate de Agostinho. Logo depois, o mesmo Agostinho tem nova chance para matar a partida mas o remate sai ao lado. No entanto, o último golo da partida surgiria pouco depois num lance individual de Lemos, que parte ainda antes da linha de meio campo e só pára depois de driblar o guarda-redes da casa e finalizar. O jogo terminaria logo após.

Uma semana depois, o Lixa garantiria o regresso aos Nacionais após duas descidas consecutivas entre 2007/08 e 2008/09, mas a vitória em Serzedo foi tudo menos facil. A equipa da casa mostrou uma organização bem interessante, em que a sua linha intermédia se mostrou excelente para este escalão.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Grande Grou na descida do Oeiras

A tarefa do Oeiras revelava-se extremamente complicada. Precisava de vencer o Pinhalnovense e esperar que o Casa Pia fosse vencer ao Carregado. Ainda assim, essa possibilidade existia e era suficiente para que tivesse seleccionado esta partida para o último domingo de Abril. Mas havia outra motivação.

No Pinhalnovense alinha um jovem que era (e reforçou essa posição) o melhor marcador da Zona Sul da 2ªDivisão. Nunca tinha visto jogar Bruno Grou. O Oeiras não conseguiu o milagre da manutenção mas Bruno Grou fez um hat-trick.

Logo aos 9', Bruno Grou isola-se mas remata ao lado. Na resposta, da marcação de um livre, Nuno Abreu desvia a bola à trave. Seis minutos volvidos, grande lance de Leonel que fura pela defesa do Pinhalnovense até que Carlos Soares sai aos pés do criativo jogador do Oeiras, impedindo o golo. Não marcou o Oeiras, marcou o Pinhalnovense.

O central Tiago e o guardião Rui Snatos não foram lestos a afastar a bola da área. Hugo Bral recebe-a à entrada da área e remata colocado de pé esquerdo, sem hipóteses para Rui Santos. Dois minutos volvidos, Hugo Bral entra na área pela direita, fica em posição de rematar à baliza mas serve Grou que surgia pela esquerda e que finaliza sem dificuldade. O Pinhalnovense estava na frente por duas bolas a zero e o regresso do Oeiras aos Distritais estava mais próximo.

Ainda assim, a equipa da casa respondeu muito bem. Aos 36', com um passe fantástico, Diogo coloca Leonel em posição para finalizar e é isso que acontece. Em cima do intervalo, Nuno Abreu remata e a bola bate no braço de Casimiro. Luís Catita assinala grande penalidade e Lima converte.

No início do segundo tempo, Ricardo Bulhão aponta um livre com a bola a passar muito perto do poste. Dois minutos decorridos, grande remate de Diogo para defesa de recurso de Carlos Soares. O Oeiras procuarava o 3-2 mas acabaria por sofrer o 2-3 no grande momento da partida.

Minuto 65. Grou recebe a bola no flanco esquerdo. Perante Pedro Ferreira flecte para o meio e remata em arco para um golaço. Pouco depois, fora de jogo mal tirado a Grou quando se preparava para se posicionar 
frente a Rui Santos. No minuto 71, Leonel tem uma oportunidade para empatar mas Carlos Soares acaba por defender com felicidade. Da marcação de um canto, surge nova chance para o Oeiras empatar, mas Tino ao segundo poste cabeceia por cima. Mais uma vez, não marcou o Oeiras, marcou o Pinhalnovense. Casimiro coloca a bola nas costas da defesa, Grou é mais rápido que Pedro Ferreira e remata para defesa de Rui Santos que não impede a recarga do avançado do Pinhal Novo que completava assim o hat-trick no último jogo da época em que se sagrou o melhor marcador da 2ªDivisão. Três minutos depois, Diogo marca um livre de forma rápida logrando isolar Leonel que remata cruzado ao lado. Luís Catita iria conceder três minutos de compensação. Nesse período, dois cantos consecutivos a favor do Oeiras mas sem consequências. Ainda houve tempo para uma incursão de Grou pela esquerda, a provar que é mais do que um finalizador.

Apesar de uma época em que andou sempre em lugares perigosos da tabela, o Pinhalnovense orientado por Barão revelou-se uma equipa bem mais eficaz do que o agora despromovido Oeiras.

Os destaques positivos vão para o já referido Bruno Grou e para os médios pinhalnovenses Gonçalo e Hélder. Este último faz lembrar Ramires, não só fisicamente mas também pela velocidade e cultura tática patenteadas. No Oeiras, Leonel e Diogo voltaram a mostrar merecer fugir aos Distritais.