quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Irmãos no banco

João e Luís são irmãos. Treinam equipas de futebol sénior e irão encontrar-se no próximo domingo, quando o Sacavenense se deslocar ao campo nº 2 do Real para a antepenúltima jornada da primeira fase da Série E da 3ªDivisão Nacional. Filhos de uma figura destacada do futebol português (Carlos Silva), João receberá Luís numa posição bem mais favorável. O primeiro ocupa um dos lugares que disputarão a subida, enquanto o segundo terá de vencer para ainda manter essa perspectiva.

Há outras duplas de irmãos treinadores no futebol português. Cito os exemplos dos manos Piteira (Carlos e José) e de Carlos Simão/José Romão. Tanto quanto sei, nunca se defrontaram, pelo menos a nível nacional. A única situação de que tenho registo em que dois irmãos se defrontaram nos bancos num jogo de séniores nos campeonatos nacionais ocorreu há 12 anos.

A 13 de Fevereiro de 2000, disputou-se a 20ªjornada da Zona Sul da 2ªDivisão B e o Louletano deslocou-se à Madeira para defrontar o União local. Apesar de ocupar as primeiras posições, o União perdeu em casa com o Louletano, posicionado a meio da tabela. Paulo Russo, com o jogo a terminar, marcou o golo que deu a vitória a Fernando Pires frente ao seu irmão mais velho. No final da época, o União ficaria em 3º, mas a 11 pontos do promovido e rival Nacional, enquanto que o Louletano se quedaria na 14ª posição, garantindo a manutenção. A repetir-se este cenário no próximo domingo, Luís vencerá João. No final se verá.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Real derrota Fofó

19/2/2012
Est.Francisco Lázaro
CF Benfica-Real SC 0-1
Arb: João Roque (AF Portalegre)
FUTEBOL BENFICA-Formiga; Baldé (André 78’), Didi, Gerson e Vital (cap.); Diogo, Batista (Batalha 60’) e Fayad; Pedro Silva (Pina 60’), Adilson e Frutuoso
Tr. Pedro Barroca
REAL-André Martins; David Rosa, Jibril, Bruno Lourenço e Paulinho; Dino (cap.), Kikas e Michael (Caramelo 45’); Ventura (Job 84’), Miguel Gonçalves (Hugo Dias 65’) e Alcides
Tr. João Silva


A jornada do último domingo marcou a primeira vitória de sempre do Real no Francisco Lázaro. Num jogo em que a superioridade das defesas face aos atacantes foi maioritária, o jogo decidiu-se num lance finalizado por Miguel Gonçalves. A primeira parte foi desinteressante sem lances de registo. Ao intervalo, João Silva troca o desinspirado Michael por Caramelo, procurando maior acutilância atacante. Logo a abrir o segundo tempo, Miguel Gonçalves remata ao lado. Na resposta, Balde remata à figura de André Martins e, aos 51’, Adilson cabeceia ao lado quando Diogo Calheiros surgia melhor posicionado. Seis minutos depois, Miguel Gonçalves remata por cima. Decorria uma hora de jogo, Pedro Barroca mexe na equipa do Fofó, trocando Batista e Pedro Silva por Batalha e Pina. Mas, três minutos depois, Miguel Gonçalves foge nas costas de Baldé, Paulinho coloca a bola para a diagonal de Miguel que passa Didi e bate Formiga. Golo do Real. A partir daí, o Futebol Benfica procurou chegar ao empate recorrendo a um jogo mais directo para a área, o que originou diversos lances junto das redes à guarda de André Martins. O lance em que a equipa da casa esteve mais perto do golo foi protagonizado por Diogo Calheiros, antigo capitão do Real, a cabecear ao lado. Adilson ainda teve um remate que fez a bola passar junto ao poste, mas o lance tem início num cruzamento de Pina com a bola para lá da linha de fundo. O jogo terminaria com a vitória do Real, numa partida em que a arbitragem de João Roque foi contestada por ambas as equipas.

O destaque tem de ir para o autor do golo do Real. Miguel Gonçalves regressou esta época ao plantel após o abandono da carreira no final da época 2009/10. Prestes a completar 35 anos, Miguel Gonçalves fez a sua formação no Vitória de Lisboa, SL Olivais, SL Benfica e Estoril, onde fez alguns jogos na Liga de Honra até ir para o Real em Fevereiro de 1998. Estreou-se à 20ªJornada da época 1997/98 na Malveira, num jogo que terminaria 0-0. Faz hoje 14 anos! Essa época terminaria com a descida do Real mas Miguel manteve-se sempre no clube. Marcou mais de cem golos em jogos oficiais com a camisola do Real.

Com nota positiva estiveram os centrais das duas equipas – Didi e Gerson no Fofó e Jibril e Bruno Lourenço, no Real. O lateral Paulinho esteve simplesmente intransponível, para além de ter tido intervenção decisiva no golo. A três jornadas no final da primeira fase, o Real está entre os seis primeiros, lugar mais condizente com a valia do plantel.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Real vence Casa Pia

12/2/2012
Real SC-Casa Pia AC 2-1
3ªDivisão – Série E – 18ªJornada
Arb:António Nobre (AF Leiria)
REAL-André Martins; David Rosa, Jibril, Bruno Lourenço e Paulinho; Dino (cap.), Kikas e Ladeiras; Michael, Ventura e Alcides. Tr. João Silva
CASA PIA-Miguel Soares; Pala, Canha (cap.), Leandro e Zinho; Ricardo Dâmaso, Miguel Lourenço e Faísca; Ivo, Moisés e Pauleta. Tr. José Viriato

A equipa do Casa Pia foi a primeira a chegar à área do adversário, com Ivo a rematar ao lado. Pouco depois, o Real responde para, logo de imediato, chegar ao golo. Jibril finaliza na sequência de um canto. Três minutos depois, Alcides é empurrado pelas costas na área por Miguel Lourenço mas António Nobre mostra o amarelo ao avançado do Real. Até ao intervalo, só o Real esteve perto de marcar, com o Casa Pia a mostrar um futebol muito lento para uma equipa que estava em desvantagem no marcador.



Assim, não surpreendeu que, no segundo tempo, fosse o Casa Pia a procurar pôr velocidade no jogo. O início da segunda metade foi marcado pelas lesões dos dois guarda-redes. No caso de Miguel Soares, foi mesmo necessário proceder à substituição pelo experiente Crespo. À semelhança do que ocorrera no primeiro tempo, a segunda metade não teve grandes chances de perigo. Ainda assim, aos 62’, Moisés remata por cima e Ladeiras ao lado. Pouco depois, António Nobre mostra amarelo a Ladeiras num lance em que a bola iria ser devolvida ao Casa Pia. Seis minutos, numa falta a meio-campo, o árbitro da AF Leiria mostra o segundo amarelo ao jovem médio do Real, deixando a equipa da casa a jogar em inferioridade numérica. Dois minutos depois, Ricardo Dâmaso pisa Tiago Gonçalves num lance em que acaba por ver apenas o amarelo. Como era de esperar, o Casa Pia forçou ainda mais o ritmo em busca do empate que surgiria aos 84’, com o capitão Canha a desviar para as redes num lance em que a defesa do Real esteve descompensada. Parecia que a equipa do Real não conseguiria voltar ao jogo. No entanto, apenas dois minutos depois de sofrer o empate, o Real voltou a adiantar-se no marcador. Tiago Gonçalves faz um golo de belo efeito num remate à entrada da área em que a bola faz um arco que não dá hipóteses de defesa a Crespo. Aos 89’, cartão amarelo para Pedro Augusto num lance com Bruno Lourenço na área do Real. As imagens mostram que não há falta mas também não parece haver simulação. Já em período de compensação, foi Caramelo a estar perto do 3-1 num lance de contra-ataque.


Prefiro falar do futebol jogado dentro das quatro linhas, mas há momentos em que tenho de abrir excepções. Quem se desloca a um campo para assistir a um jogo, deve saber que há três equipas em campo. Todas elas cometem erros. Cabe a quem assiste, aplaudir ou apupar, mas não cabe arremessar pedras para dentro de campo. Considerando o Mapa de Castigos da FPF, parece que isso “só” custou 50€ ao Real, mas aqui fica o registo para que não se volte a repetir. Quem não sabe estar nos campos de futebol, que fique bem longe deles.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Viva a Zambia

A Zambia acaba de conquistar o primeiro título africano, ao bater a favorita Costa do Marfim na Final disputada em Libreville, Gabão. Em Abril de 1993, o avião que transportava a equipa da Zambia despenhou-se junto de Libreville. Quase toda a selecção morreu ali. Voava para o Senegal, onde disputaria uma partida de apuramento para o Mundial. O árbitro da Final de hoje é senegalês. O futebol oferece-nos momentos mágicos e esta noite tivemos vários.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Real vence em Elvas pela primeira vez

5/2/2012-Campo Patalino, Elvas
3ªDivisão - Série E - 17ªJornada
CAD "O Elvas"-Real SC 0-3
Arb:João Constantino (AF Beja)
ELVAS-Cristo; Álvaro, Filie Branco (cap.), Bruno Vidigal e Cordeiro; Paredes, Danilo e Glaedson; Eduardo, Rui Martins e Djaniny
Tr.Jorge Almeida
REAL-André Martins; David Rosa, Jibril, Bruno Lourenço e Miguel Gonçalves; Dino (cap.), Kikas e Amar; Ventura, Michael e Alcides
Tr.João Silva

Desde o início da partida se percebeu que a equipa mais forte era a equipa visitante. Ainda assim, a primeira parte foi mal jogada. Ventura esteve perto do golo aos 19' após passe de Amar. Dois minutos depois, a equipa da casa tem um remate que sai por cima da baliza à guarda de André Martins. Aos 23', Ventura volta a ter uma chance de golo. Nove minutos depois, Alcides remata ao lado mas já estava limitado fisicamente, sendo substituído logo depois por Caramelo que viria a ser decisivo. Aos 38', Djaniny remata ao lado num dos (poucos) lances perigosos criados pela equipa alentejana. Ainda antes do intervalo, Caramelo tem duas chances de golo mas desperdiça ambas. Na primeira, a bola ainda bate na barra.

Na segunda, a bola sai por cima. A segunda metade é de domínio ainda mais vincado do Real. Aos 57', surge o primeiro golo. Michael desmarca Ventura que sai de posição limite para oferecer o golo a Caramelo à saída de Cristo. Seis minutos depois, surgiria o 0-2. Livre de Miguel Gonçalves, a bola embate na barra, Dino cabeceia para as redes e Caramelo ainda toca na bola antes desta entrar. Na altura, pareceu estar em fora-de-jogo, mas as imagens dão razão ao árbitro assistente. Após o 0-2, o domínio do Real acentuou-se com a maior valia técnica a ficar dos seus jogadores a ser ainda mais evidente. Entretanto, Jorge Almeida fazia entrar Filipe Santos, um dos juniores a que a equipa de "O Elvas" teve de recorrer nesta partida. Aos 84', a equipa da casa está perto do golo, mas acabaria por ser o Real a fazer o terceiro, num canto de Hugo Dias que Dino desvia para as redes. Já em período de compensação, Ventura volta a ter uma chance de golo que voltou a desperdiçar.

Num jogo sem grande história, registo para a primeira vitória do Real em Elvas em seis deslocações. O árbitro de Beja esteve bem tecnicamente mas foi demasiado poupado nos cartões, considerando algumas entradas mais duras de alguns jogadores da casa. Os árbitros auxiliares foram muito criticados pelos adeptos da casa mas sem razão. Na segunda metade, o assistente do lado da bancada travou incorrectamente diversas jogadas de ataque do Real. Na equipa da casa, destaco as exibições de Djaniny (avançado mexido a rever) e do central e capitão Filipe Branco. Entre os "putos", Filipe Santos pareceu-me o mais promissor, tendo dado alguma profundidade ao flanco direito. No Real, assinale-se o regresso à competição do lateral
David Rosa, após lesão prolongada. Amar e Miguel Gonçalves terão sido os mais regulares durante toda a partida. Por outro lado, Caramelo foi determinante pelos dois golos marcados. O Real continua em busca de um lugar nos seis primeiros, enquanto que "O Elvas" passa por muitas dificuldades neste regresso aos Nacionais.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Olímpico rouba pontos ao Real

29/1/2012
Real SC-C Olímpico Montijo 1-1
Arb: Pedro Martins (AF Leiria)
REAL-André Martins; Paulinho, Jibril, Bruno Lourenço e Miguel Gonçalves; Dino (cap.), Kikas, Ventura e Michael; Alcides e Caramelo.
Tr. João Silva
OLÍMPICO-Bruno; Paulinho, Venâncio, Gustavo e Pestinha; Sampaio (cap.), Monzelo e Bala; Thiago, Mini e Nuno Gaio.
Tr. Eduardo Almeida
Logo ao segundo minuto de jogo, Mini está perto do golo num canto em que a bola esteve perto de entrar directamente na baliza do Real. Era a primeira ameaça visitante que acabaria por chegar ao golo dois minutos depois, quando Venâncio saltou sem oposição na área para o 0-1. O Real entrava no jogo a perder e teve de reagir. Aos 12', Gustavo derrubou Caramelo na área e o árbitro apontou a marca de grande penalidade. Chamado a converter, Ventura empata a partida. Oito minutos depois, Paulinho derruba Miguel Gonçalves na área mas é o defesa do Real que é amarelado. O árbitro errou em prejuízo do Real. A partida entraria num período dividido sem grande perigo para qualquer das balizas. Até ao intervalo, destaque apenas para um lance em que Mini obrigou André Martins a intervir. Jogava-se o minuto 33.
Para a segunda parte, Eduardo Almeida trocou o capitão Sampaio pelo criativo Carlitos. A equipa do Olímpico esteve neste jogo numa postura que alternava entre quem só tem interesse na vitória e quem se contenta com o empate. Dada a classificação da Série E, só compreendo a primeira, mas era a estreia do novo técnico e isso também terá pesado. Na segunda parte, a equipa do Real apresentou maior intensidade ofensiva e as oportunidades de golo foram surgindo. Aos 51', foi Michael numa grande jogada individual. No minuto seguinte, foi Caramelo a desviar de cabeça por cima. Aos 56', foi o central Bruno Lourenço a imitar Caramelo mas ao lado. Na resposta, Mini remata ao poste. O Olímpico criou poucas ocasiões de perigo no segundo tempo mas foram as mais flagrantes da partida. Aos 58', é Ventura que está perto do 2-1 mas, dois minutos depois, Nuno Gaio falha mesmo à boca da baliza. Aos 70' é Miguel Gonçalves a estar perto do golo. Oito minutos depois, assistiu-se a novo lance em que a decisão da equipa de arbitragem penalizou a equipa da casa. Luís Carlos marca um livre à barra e, na recarga, a bola entra na baliza do Olímpico. No entanto, o árbitro assistente assinala (mal) fora de jogo. Até ao apito final, ainda houve tempo para novo tentativa de Caramelo, ao desviar na pequena área com Bruno a desviar para canto e para o recém entrado Naldo que, isolado, não consegue bater André Martins. Num jogo equilibrado, o empate valeu-se dos erros de arbitragem e do desacerto na finalização dos atacantes das duas equipas.

Pela positiva, destaques para o regresso ao Real do central Jibril e para o irrequieto Bala, no Olímpico. Apenas uma observação para Bala. Gritar em cada lance que se perde não é bonito de se ver e ouvir. Num estádio de grandes dimensões, até passa despercebido. Mas na 3ªDivisão, ouve-se tudo e chega a ser ridículo. Verdade seja dita que o árbitro não foi sempre na "cantiga".