sábado, 30 de abril de 2011

Jornada Decisiva

Daqui por algumas horas, disputar-se-ão os jogos da última jornada das três zonas da 2ªDivisão Nacional. Aqui ficam alguns factos e prognósticos do que poderá acontecer.

Disputa do primeiro lugar:
As contas são relativamente simples. O Tondela garante o primeiro posto se vencer o Aliados. Se empatar, ficará dependente do que farão Boavista e Padroense, sendo que nenhum deles poderia vencer. Perdendo, teria de esperar que o Boavista não conseguisse mais do que um empate e que o Padroense perdesse.

O Padroense será primeiro se vencer em Coimbrões e o Tondela não fizer o mesmo frente ao Aliados. Se empatar, terá de esperar uma derrota do Tondela e que o Boavista não vença o Pampilhosa.

O histórico Boavista é, curiosamente, o que parte em pior posição. Terá forçosamente que vencer o Pampilhosa porque tem desvantagem nos confrontos directos em caso de eventuais desmpates pontuais com Tondela e Padroense. AO mesmo tempo, nenhum dos adversários directos poderá vencer para que os axadrezados venham a disputar a subida à Liga de Honra com Atlético e União da Madeira.

Se a lógica imperar, o Tondela disputará pela primeira vez na sua História o acesso aos escalões profissionais do futebol português.

Descidas:
Na Zona Norte, e mesmo perdendo em Macedo de Cavaleiros, seria necessária uma conjugação de resultados muito desfavorável na Zona Centro, para que o Merelinense descesse.

A Sul, Farense ou Atl.Reguengos – um deles irá descer porque aquele que ocupar o 12º posto será sempre um dos dois piores 12ºs das três zonas. Ao Farense, basta um empate, pelo que o Atl.Reguengos é o maior candidato a descer.

Na Zona Centro, estarão centradas as maiores emoções. Há cinco clubes a disputar apenas duas vagas (três se tudo correr muito bem). Neste cenário, o Sp.Pombal, o Anadia e o União da Serra estão obrigados a vencer, o que até pode não ser suficiente. Jogam todos em casa, frente a Esmoriz, Cesarense e Gondomar, respectivamente.
O caso do Sp.Pombal é o mais complicado. Para além de vencer o Esmoriz, precisa que Pampilhosa e Aliados percam e que, no máximo, apenas Anadia ou U.Serra vença. Como tanto o Pampilhosa como o Aliados visitam clubes que ainda pensam no primeiro lugar e o U.Serra recebe o sempre complicado Gondomar, arrisco dizer que as surpresas poderão surgir de Pombal e de Anadia, onde o clube local recebe o já despromovido Cesarense. Se vencer e o mesmo não acontecer a Pampilhosa, Aliados e U.Serra, poderá festejar a manutenção.

A ter de apostar, arriscaria dizer que jogarão na 3ªDivisão em 2011/12, Pampilhosa, Aliados, U.Serra e Atl.Reguengos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Triste despedida








O último jogo em casa do Real SC foi um excelente exemplo do que foi a época 2010/11. Com as duas equipas já despromovidas, o jogo começou com o Real a pressionar, tendo chegado à vantagem bastante cedo. A partir daí, o Real teve alguma infelicidade na finalização, tal como aconteceu ao longo da época, onde perdeu quinze jogos, mas em que onze derrotas foram pela margem mínima. Depois permitiu a reacção do adversário que acabou por regressar aos Açores com a vitória. Marcante foi a presença de três juniores no onze inicial. Tino, Ventura e Rodrigo estiveram bem, em particular no primeiro tempo. Tecnicamente demonstram ser mais-valias, mas a 3ªDivisão requer bem mais do que técnica. A ver vamos.



Momentos do Jogo:


6’ – Cruzamento de Tino da direita. Dino cabeceia para o 1-0;


12’ – Alcides acerta no poste direito da baliza à guarda de André;



19’ – Tino remata após jogada individual em que passou por vários jogadores do Praiense. Grande defesa de André impede o que seria um grande golo;


30’ – Rodrigo remata ao poste após bom cruzamento de Bruno Lourenço;


41’ – Andrézinho, jogador cedido pelo Sp.Covilhã, iguala a partida na sequência de um canto em que a bola sobra para o jovem brasileiro;


58’ – Na sequência de um regresso algo dormente dos balneários por parte da equipa do Real, Mauro está próximo de fazer o 1-2;


63’ – No mesmo lance, Tiago Conceição tem duas chances para fazer golo, mas o empate persiste;



65’ – O Praiense chega à vantagem, na conversão de uma grande penalidade;


78’ – Dino marca livre que passa muito perto do poste direito;



84’ – Rodrigo entra na área pela esquerda e remata cruzado, sem que exista algum desvio, a bola acaba por saír pela linha de fundo;


90’+1 – Mauro coloca a bola por cima de Bruno Fernandes, acabando Zé Mário por tirar a bola sobre a linha de golo.

domingo, 24 de abril de 2011

Alverca vence a Taça







O Futebol Clube Alverca derrotou o Clube Desportivo Recreativo Cultural Vila Franca do Rosário na Final da Taça da AF Lisboa (AFL), conquistando o seu primeiro título nesta prova. A Final foi disputada na passada Sexta-Feira, no Estádio do Sacavenense e acabou por ser resolvida no desempate por pontapés da marca de grande penalidade, após um jogo emotivo, principalmente na primeira parte. A Final colocava frente-a-frente os clubes que lideram a Série 1 da 1ªDivisão da AFL, sendo que a equipa de Vila Franca do Rosário lidera a série, apesar de não ter vencido nenhum dos jogos disputados com o Alverca. A 17 de Outubro, o Alverca recebeu e venceu o Vila Franca do Rosário por 1-0, enquanto que a 5 de Março, o Alverca foi empatar a Vila Franca a duas bolas.




VILA FRANCA do ROSÁRIO – Botelho; Chinês (Ricardo 75’), Varela, Adilson e Jorge; Calói, Almeida (Daniel 90’), João Pereira (cap.) e David (Vítor Hugo 75’); Pina e Nélson.



Não utilizados – Sousa, Furtado, Ruben e Ricardo Azevedo.



Tr. Pedro Navalho



Amarelos – Calói




ALVERCA – Rui Pereira (cap.); Rúben (Gonçalo 90’), Nobre, Alhinho e Djaló; Júnior, Frota e Cláudio (Pipoca 110’); Mané (Fábio Santos 72’), Nelinho (Telmo 90’) e Tó Jó.



Não utilizados – Carlos, Nélson e Gabriel.



Tr. Paulo Gomes

Amarelos - Nobre, Júnior, Frota e Telmo




8’ – Livre do lado esquerdo, com Djaló a colocar a bola na barra da baliza defendida por Botelho;



13’ – Adilson deixa a bola bater à sua frente, sobrando a bola para Tó Jó que remata para defesa de Botelho. Na recarga, Mané faz o 0-1;



19’ – Na sequência de um canto marcado por Nélson, Varela cabeceia para o fundo das redes da baliza do Alverca – 1-1;
























26’ - Na sequência de novo canto, a bola sobra para Calói que, vindo de trás, se antecipa a Frota e bate Rui Pereira – 2-1;




















35’ – Após vários lances de ataque do Alverca, Nelinho faz a igualdade – 2-2;


43’ – O árbitro assinala falta na área do Alverca, por derrube de Mané a Varela. Chamado a converter o pontapé da marca de grande penalidade, David faz o 3-2;





















45’+3 – Rúben marca livre do lado direito do ataque do Alverca para o desvio de cabeça de Tó Jó – 3-3;




















O segundo tempo teve menor intensidade, apesar do Alverca ter sido a equipa mais perigosa e aquela que mais procurou desfazer a igualdade que acabou por se manter até aos 90’. O prolongamento foi um espelho da segunda metade da partida. Aos 118’, Tó Jó tem uma oportunidade flagrante de bater Botelho, após antecipar-se a Adilson, mas não consguiu finalizar. Diga-se que o avançado do Alverca jogou as últimas épocas no Sacavenense, clube que cedeu o Estádio para esta Final. A Final iria decidir-se na lotaria dos pontapés da marca dos onze metros.




Desempate: 0-1-Djaló; 1-1-Varela; 1-2-Pipoca; 2-2-Nélson; 2-3-Júnior; 2-3-Pina remata para o lado direito de Rui e a bola vai ao poste.




















2-4-Telmo; 3-4-Adilson; 3-5-Gonçalo.




















Num jogo em que os goleadores de ambas as equipas estiveram algo apagados, excepção feita a Tó Jó, destaque-se a extrema correcção com que toda a partida foi disputada, incluindo após os pontapés decisivos. Que grande lição deram estas duas equipas dos Distritais! A vitória do Alverca acabou por ser justa, considerando que foi a equipa que dispôs das melhores oportunidades para marcar. Não por acaso, a Final também contou com uma excelente arbitragem da equipa liderada por Pedro Felisberto, a provar que os jogadores também podem contribuir para bons juízos arbitrais.


Uma nota final para dois dos atletas do Vila Franca do Rosário. Calói e Varela já jogaram juntos no Olivais e Moscavide. Na época passada, ambos disputaram a Final da Taça da AFL. Calói ao serviço da Ass.Charneca e Varela ao serviço do Loures. Venceu Varela. Desta vez perderam os dois mas ganharam pelo exemplo que demonstram dentro de campo aos jogadores mais novos. Parabéns!


terça-feira, 19 de abril de 2011

MTBA garante o regresso à 1ªDivisão





Foi em 1988 que comecei a recolher informações sobre os Campeonatos Distritais. Em Lisboa surgia uma sigla que suscitava curiosidade adolescente – MTBA. Num tempo em que a Internet era coisa de académicos, demorei anos a saber o que significava aquela sigla e ainda mais para me deslocar ao recinto de jogos do clube do concelho de Sintra.



Fundado a 7 de Julho de 1972, o Grupo União Recreativo Desportivo MTBA resulta da união de quatro aldeias do litoral do concelho de Sintra – Magoito, Tojeira, Bolembre e Arneiro dos Marinheiros. A primeira vez que acompanhei pelos jornais uma época do MTBA, o clube vinha da melhor classificação de sempre – 6º na Série A da antiga 1ªDivisão da AF Lisboa. Nessa época, o MTBA ficou à frente do Loures e a apenas dois e três pontos de Mafra e Carregado, respectivamente. O clube havia festejado duas subidas consecutivas, passando da 3ªDivisão (1983/84) para a 1ªDivisão (1985/86), onde jogaria quatro épocas consecutivas. Desde então tem vivido quase sempre entre a 2ª e a 1ª Divisão, tendo mesmo estado algumas épocas afastado das provas da AF Lisboa. Em 2007/08 terminou em quinto, sagrando-se Campeão Distrital da 2ªDivisão na época seguinte, pelo que disputou a Série 1 da 1ªDivisão em 2009/10. A época não correu bem e o regresso ao último escalão dos distritais lisboetas ficou consumado. Esta época, a equipa esteve sempre nos primeiros lugares da tabela. No Domingo passado, recebia a equipa da Ass.Murteirense, num jogo decisivo. A uma jornada do fim do Campeonato, o MTBA (2º) recebia o terceiro classificado com um avanço de três pontos sobre este. Uma vitória do MTBA carimbava a subida de divisão, um empate adiava tudo para a última jornada, enquanto que uma vitória visitante colocava estes em vantagem à entrada para a última jornada.




MTBA - Ruben (gr); Pedro Freitas (Bruno Paço 86’), Marinho, Carracha (cap.) e Pilão; Gomes, Pedro Santos e João Cerdeira; Salvador (Mauro 54’), Luís Diogo (Borralho 86’) e Andy.


Tr. José Pinto



Ass.MURTEIRENSE – Fábio (gr); Mimoso, Miguel Alfenim (Tiago Carloto 45’), Luís Barreto e Gato; Paulo César (Daniel Santos 76’), Nélson, Mário e Guido (cap.) (David Leiroz 76’); Hugo Palhares (João Domingos 86’) e Edgar Grincho.


Trs. Perez / Marriço / Rui Almeida





O MTBA entrou melhor na partida, forçando Fábio, guardião murteirense, a três boas intervenções. Aos 40’ Salvador é puxado na área. O árbitro mandou seguir. Dois minutos depois, Pedro Santos tenta novo remate de longe. Fábio volta a defender. Apesar de procurar responder à equipa da casa, a Ass.Murteirense nunca causou grande perigo para as redes do MTBA. Ainda assim, o momento decisivo ocorreu aos 52’, quando Gato foi admoestado pela segunda vez, deixando a Ass.Murteirense a jogar com dez. A partir daí, a superioridade da equipa visitada foi mais evidente. Aos 75’, Luís Diogo desvia para a baliza um cruzamento de Pedro Freitas, com o árbitro assistente invalida o lance por fora-de-jogo. Nove minutos depois, surgiu o primeiro golo da partida.




Pedro Freitas faz o primeiro golo, culminando um lance bem construído pelo lado esquerdo do MTBA, com a bola a passar por Luís Diogo, João Cerdeira e Pedro Santos. Hugo Palhares chega a ter a bola controlada à frente da área mas é pressionado por Mauro. Mário vem em auxílio de Hugo Palhares mas acaba por colocar a bola nos pés do lateral Pedro Freitas que coloca a bola no lado direito de Fábio. Já decorria o período de compensação quando o MTBA fez o segundo golo na conversão de um penalty marcado por Andy.








Individualmente, destaco os visitantes Fábio (gr), Mimoso, Edgar Grincho e Hugo Palhares. O guardião de 25 anos já jogou nos Distritais de Santarém (Moçarriense) e Leiria (Gaeirense). Demonstrou ter reflexos e agilidade que compensam a altura mediana. Mimoso é um lateral de baixa estatura que veio do Bombarralense e mostrou velocidade e boa capacidade de marcação. Quanto aos dois colegas da frente mencionados, já esperava que fizessem a diferença. Hugo Palhares (28 anos) passou pelas camadas jovens do Chaves e jogou em vários clubes do distrito de Vila Real – Vila Pouca, Montalegre, Sabroso e Vila Real. Esta época reforçou o plantel do Bombarralense, de onde saíu para a equipa da Ass.Murteirense. Apesar de aparentar algum excesso de peso, demonstrou estar um nível acima da maioria dos seus colegas. Mas o destaque maior vai para o camisola 10, Edgar Grincho. Ainda a tempo de atingir outros patamares (tem 24 anos), o jogador esteve no U.Leiria entre os Iniciados e os Juniores, passando as primeiras épocas de sénior no Bidoeirense, Bombarralense e Lourinhanense. Mostrou pormenores dignos dos escalões nacionais, apesar de não ter tido oportunidades para marcar, ele que leva uma média próxima de um golo por partida.



Do lado do MTBA, destaco a segurança do pequeno lateral Pedro Freitas, a par do capitão Carracha. Não me lembro de um lance perdido pelo central do MTBA. Os médios Pedro Santos e Gomes estiveram sempre muito activos, recuperando diversas bolas a meio-campo. Curiosamente, ambos jogaram no Mem Martins antes de virem para o MTBA. Os avançados Andy e Luís Diogo mostraram qualidade para dar dores de cabeça às defesas dos adversários do MTBA na próxima época na 1ªDivisão da AF Lisboa. A equipa da Ass.Murteirense ainda espreita um lugar na 1ªDivisão se houver alguma desistência nos escalões superiores.



Destaque positivo ainda para a arbitragem de Ricardo Fernandes, apesar do lance já referido na área da Ass.Murteirense (40’) e para a presença de muito público jovem no Campo António Forjaz.

sábado, 16 de abril de 2011

Libório Real

Apesar dos jornais dizerem o contrário, já é um facto. O futebol sénior do Real disputará a 3ªDivisão na próxima época. Mas o principal destaque vai para a eleição do Presidente José Libório como Presidente Honorário do clube. Agora que a saúde já não lhe permite liderar o seu clube, deseja-se que os seus sucessores saibam honrar a obra feita, resistindo a loucuras futebolísticas que tão mal têm feito a clubes como Barreirense, Olivais e Moscavide, Salgueiros, entre outros. Bem haja Presidente!

ADCEO derrota o líder




O líder da Série 2 da 1ªDivisão da AF Lisboa (SC Sanjoanense - SCS) teve uma deslocação complicada ao recinto do vice-líder (ADC Encarnação e Olivais – ADCEO). Os dois emblemas lutam por ascender a um patamar que nunca ocuparam – subida ao escalão principal dos Distritais lisboetas. A melhor época da ADCEO foi um 11º lugar na Série 2 da 1ªDivisão há duas épocas. Quanto ao SCS, regista dois quartos lugares no mesmo escalão nas épocas 95/96 e 06/07. No início da época, nenhum destes clubes seria propriamente favorito à subida. A ADCEO escapara por pouco à descida, enquanto que o SCS se sagrou Campeão da 2ªDivisão da AFL.



ADCEO – Tristão; Lopes, João, Daniel, Anderson, Ychine, Mendes, Vasco, Miguel (cap.), Bruno e Marquinhos. Tr. Rui Torres



SCS – Dércio; Fábio Rocha, Fábio Teixeira, Ruben, Iero Djau, Jair Varela, Júnior, David, Brian, Wilson e Edi. Tr. João Borrego



O início da partida mostrou uma equipa do SCS bem organizada e a procurar jogar um futebol pouco comum nos Distritais. Com atletas com bom toque de bola, a jovem equipa do SCS mostrava porque lidera a Série e chegou ao golo pelo central Fábio Teixeira. (24’). O jogo parecia controlado pelos visitantes. No entanto, a equipa da ADCEO deu a volta ao marcador em apenas seis minutos. Primeiro, foi Bruno que fez o empate num livre directo digno de qualquer estádio. Depois foi o ex-júnior Ricardinho a fazer o 2-1 final num desvio ao segundo poste.



Pode dizer-se que a grande diferença esteve no facto dos goleadores da ADCEO terem dito presente, enquanto que os seus homólogos do SCS (Edi e Wilson) estiveram ausentes do jogo. A última hora de jogo foi marcada pelo crescente descontrolo emocional de alguns dos jogadores do SCS, culminando na expulsão do central Ruben, por uma entrada violenta sobre Ricardinho. A equipa procurava chegar ao empate, mas o melhor que conseguiu foi um remate cruzado de Brian que fez tremer os entusiásticos adeptos da casa. Diga-se que o avançado sanjoanense foi dos melhores jogadores em campo, demonstrando qualidade para outras andanças.


Na equipa da casa, o destaque vai para o já referido Bruno (já esteve no Torreense) e para o capitão Miguel, cuja estatura foi decisiva em muitos lances por alto disputados a meio-campo.
Com este resultado e as vitórias de Agualva e Damaiense, os quatro primeiros da classificação estão separados por apenas cinco pontos a quatro jornadas do fim. Prometedor.

domingo, 10 de abril de 2011

Despedida à vista




Daqui por algumas horas, o Real poderá estar matematicamente condenado à descida de divisão. Domingo passado, a recepção ao Atlético SC conteve diversas ironias dignas de registo.



- Para começar, o Real ofereceu um golo no primeiro lance da partida. O erro de Eduardo Simões não foi perdoado pelo goleador Barry. Eduardo Simões é, a meu ver, o melhor central da Zona Sul da 2ªDivisão, sendo um exemplo da qualidade futebolística que acaba arredada dos escalões profissionais;


- Aos 35', o árbitro leva a mão ao bolso para amarelar o médio César. Acaba por baixar a mão. César já tinha visto um amarelo aos 10' de jogo. Haveria de ser expulso por acumulação aos 85';

- Os dois jovens cedidos pelo V.Setúbal (Bruno Lourenço e Ricardo Dâmaso) fizeram o melhor jogo da época. Ainda assim, o primeiro esteve infeliz num alívio de bola que resultou no segundo golo alentejano;



- A ala direita funcionou bastante bem, mas a finalização voltou a não acompanhar o futebol produzido. Curiosamente, o maior desperdício foi protagonizado pelo melhor atacante do Real, Hugo Rosa;



- Para terminar, foi num jogo já pleno de ironias que o atacante Alcides fez o primeiro golo com a camisola do Real, empatando a partida já em período de compensação.


A substituição de Jorge Amaral por José Marcos revelou-se tardia. Os números demonstram que José Marcos conquistou quase o dobro dos pontos de Amaral no mesmo número de partidas (15 vs 8) apesar do calendário teoricamente mais complicado. A manutenção de José Marcos no comando técnico poderá ser o primeiro passo para o regresso do Real à 2ªDivisão.






terça-feira, 5 de abril de 2011

Notas de uma festa triste


Os primeiros minutos do jogo de Domingo na Luz foi um compacto de tudo o que detesto no Futebol. Primeiro foi a forma como João Moutinho foi recebido junto ao canto que se preparava para marcar. Espectadores de um jogo de futebol procurarem atingir um atleta do jogo a que assistem é absolutamente intolerável. Depois foi a sede de protagonismo bacoco do árbitro. Saída do Benfica em contra-ataque interrompida por Duarte Gomes para repreender verbalmente Otamendi. Tão incrível como frequente nos nossos campos. Depois do jogo foi o triste espectáculo do apagar das luzes e do accionar dos dispositivos de rega. Mas também da atitude provocadora de meia dúzia de jogadores portistas que, após festejos junto dos seus adeptos, acharam por bem fazer uma espécie de volta de honra num estádio quase deserto, mas onde ainda se encontram muitos daqueles que teriam vontade de estragar a festa. Não fôra o cordão policial junto das claques do Benfica e algo de muito grave poderia ter acontecido. Ao ouvir as declarações de Villas Boas minutos depois de, aos 33 anos, se sagrar Campeão Nacional, lembrei-me de Pedro Passos Coelho. O ponto em comum é a manifesta dificuldade em apresentar um discurso público pela positiva, mesmo quando as circunstâncias o justificam. Passos Coelho lidera o maior partido da oposição a um Governo contestado um pouco por todo o lado. Em vez de aprsentar um discurso positivo, clarificador do que faria de diferente ao chegar ao poder, prefere bater na tecla da crítica persistente ao Governo de Sócrates. Compreende-se. Afinal de contas, Passos Coelho sabe que a sua política constituirá mais uma alternância do que uma alternativa. Villas Boas tem justificação distinta. O técnico portista, acabado de se sagrar Campeão no terreno do maior rival, optou por um discurso guerreiro. Mais do que valorizar a prestação dos azuis e brancos, continuou a jogar ao ataque fora de campo. Paradoxalmente, entre actores políticos e futebolísticos, são estes a ter justificações mais profundos para o persistente discurso negativo. Foi (é!) com base num discurso marcial que Pinto da Costa conduziu um clube regional à conquista de dezenas de títulos nacionais e internacionais. Como o ódio tende a gerar ódio, o clube de projecção internacional continua a viver uma filosofia de clube de bairro. É pena e é muito perigoso.

sábado, 2 de abril de 2011

Benfica-Porto - História Gráfica


Real empata em Mafra



Na primeira vez que o Real venceu em Mafra, os golos do clube de Queluz-Massamá foram marcados pelos agora mafrenses Nuno Gomes e Paulo Renato e no banco estava Jorge Paixão, agora Treinador do Mafra. No Domingo passado, as equipas dos dois clubes voltaram a encontrar-se num jogo que ficou marcado por outros reencontros. Tuga e Kifuta já jogaram no Real, enquanto que Eduardo Simões e Ivanir já alinharam pelo Mafra. Por outro lado, Dino, Diogo, Hugo Rosa e Zé Mário, figuras do Casa Pia nos tempos de Jorge Paixão, acompanharam o técnico almadense nas passagens pelo Real e pelo Atlético, antes de regressarem ao clube liderado por José Libório.



Num jogo em que a vitória era o único resultado que interessava, o Real entrou muito pressionante, impedindo o Mafra de saír a jogar. O jogo foi sempre muito disputado, apesar de não haver oportunidades claras de golo. A figura do jogo, pela negativa, foi o árbitro da partida.



Tecnicamente nem esteve mal, mas disciplinarmente foi desastroso. Como se isso não bastasse, fez uma daquelas arbitragens sem personalidade em que o árbitro demonstra falta de coragem de assumir decisões.


Assim se explica o segundo amarelo simultâneo a Tiago Costa e Dino. Se havia motivo para acção disciplinar nesse lance, seria apenas a expulsão do jogador do Mafra. Sete minutos depois a cena repetiu-se. Desta vez, os intervenientes foram Bruno Fernandes e Kifuta. Por outro lado, Sérgio Marquês insistiu no jogo faltoso, só sendo “amarelado” a quinze minutos do fim da partida. Curiosamente, o árbitro aveirense vai apitar ao Caniçal amanhã...




Voltando ao futebol, diga-se que foi já a jogar com dez que o Real chegou à vantagem. A jogar e toada de contra-ataque devido à inferioridade numérica, uma excelente arrancada de David Rosa surpreendeu a defesa do Mafra. À entrada da área, colocou a bola em Diogo que desmarcou Tiago Rente. O atacante alentejano rematou cruzado, batendo Márcio Santos. Quatro minutos depois, o árbitro mostra o segundo amarelo a Tiago Costa e Dino, deixando as equipas a jogar um 10 (Mafra) para 9 (Real). Apesar do imenso espaço impossível de ocupar pelos 9 jogadores disponíveis em campo, o Real susteve a natural investida do Mafra durante mais de vinte minutos.



Foi já ao minuto 86 que Nuno Gomes aproveita um ressalto na área para rematar ao canto esquerdo da baliza defendida por Bruno Fernandes, fazendo o resultado final da partida num jogo marcado por uma das melhores exibições do Real nesta época malfadada. Amanhã segue-se a recepção ao Atlético SC.