A vitória da Alemanha sobre Portugal no sábado passado é uma metáfora das diferenças entre os dois países.
"Os alemães trabalham mais do que os portugueses". É o que se diz na cruzada que decorre e que pretende colocar europeus do norte (disciplinados e trabalhadores) contra europeus do Sul (desgovernados e preguicosos). Como sempre, a verdade é bem mais complexa.
Um trabalhador português trabalha, em média, mais horas que um trabalhador alemão. É um facto. Um trabalhador português produz, em média, menos que um trabalhador alemão. É outro facto. Fazer pastéis de nata, não obstante o Álvaro, tem menos valor que montar um BMW ou mesmo um Volkswagen. Outro facto.
Historicamente, uma equipa alemã de futebol precisa de menos oportunidades de golo para concretizar. Habituámo-nos a ver as equipas portuguesas no extremo oposto. Dito de outra forma, os jogadores portugueses, quando têm pela frente equipas alemãs, têm de trabalhar mais mas isso pode não ser suficiente. Tudo isto significa que, tal como na economia, é a eficácia que tem de melhorar.
A finalização é um aspecto do jogo tão relevante como o passe ou o corte. Quando um remate à baliza vai para a bancada, está ao nível de uma defesa atrapalhada de um guarda-redes. Se o avançado estiver na pequena área, o falhanço passa a estar ao nível de um frango. Os remates não servem como critério de desempate. Nesse sentido, faz muito mais sentido manter a posse de bola do que rematá-la em posição desfavorável ou mesmo em desespero de causa.
Daqui a pouco, frente a dinamarqueses que constituem uma equipa de jogadores humildes e batalhadores, em que o espítimo amador ainda está bem vivo, este pode ser um factor decisivo.´
Já agora, se tivesse de apostar, diria que alemães e holandeses não chegam aos 1/4 de Final.
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