domingo, 30 de outubro de 2011

Real vence no Pina Manique

Estádio Pina Manique

Arb: Pedro Pereira (AF Lisboa)


CASA PIA – Crespo; Vidal, Leandro, João Coito e Zinho (cap.); Hélder Lemos, Milton, Miguel Lourenço; Tiago Mendes, Moisés e Pedro Augusto. Tr. José Viriato




REAL – André Martins; Miguel Gonçalves, Dino (cap.), Bruno Lourenço e Wilson; Kikas, Ladeiras, Amar e Tiago Gonçalves; Alcides e Hélder Monteiro. Tr. José Marcos




Pela primeira vez, um jogo entre Casa Pia e Real disputado no Pina Manique termina com a vitória visitante. Vitória mais do que merecida pois, desde o início, o Real foi a equipa que mais fez por procurar o golo. Logo no primeiro minuto, Amar remata de pé esquerdo ao lado. Aos 9’, na sequência de um canto, Hélder Monteiro remata mas Crespo defende bem. Só havia uma equipa em campo e, aos 12’, Dino faz aquele que seria o único golo da partida na marcação de um livre directo à entrada da área. Na resposta ao golo sofrido, Moisés passa por Miguel Gonçalves mas, de ângulo impossível, remata muito por cima. Aos 17’, Tiago Gonçalves faz a bola passar por cima da barra num remate de fora da área. Três minutos depois, Hélder Monteiro vê o cartão amarelo. Com os dois avançados já admoestados pelo árbitro Pedro Pereira que mostrava uma evidente dualidade de critérios, José Marcos opta por retirar Alcides da partida, fazendo entrar Michael. Até ao intervalo, não se registaram mais lances de perigo. Para o segundo tempo, José Viriato faz duas substituições, retirando Milton e Pedro Augusto para as entradas de Pedro Carvalho e Ricardo Nunes. Este último começa por protagonizar dois lances sem grande perigo, com remates a sair muito por cima. Mas a equipa mais perigosa continuava a ser o Real. Aos 62’, Ladeiras ganha a linha de fundo pelo lado esquerdo, cruza para Michael cabecear por cima com a baliza escancarada. Dois minutos depois, Rodrigo está perto do golo num canto directo mas Crespo desvia para novo canto. No minuto seguinte, bom lance em que a bola passa por Hélder Monteiro e Rodrigo, até chegar a Michael que remata fraco e ao lado. O jogo prosseguiu sem lances junto das balizas, enquanto o árbitro continuava a amarelar os jogadores do Real. A melhor chance de golo do Casa Pia surgiria aos 83’, num lance em que a bola acaba por sobrar para Ricardo Nunes que falha o remate junto à marca de grande penalidade. Três minutos depois, Mota pressiona Crespo que perde a bola para o jovem do Real que se deslumbra e não consegue melhor do que rematar ao lado. Antes de ser mostrado o tempo de compensação, Tiago Gonçalves vê o segundo amarelo. Nos quatro minutos de compensação, nada de registo ocorreu e o Real conquistou três pontos preciosos, num jogo em que a dupla de centrais Dino-Bruno Lourenço não deram qualquer chance aos atacantes do Casa Pia. Para além da dupla de centrais, destaque para os laterais Miguel Gonçalves e Wilson, assim como o médio Kikas e o esforçado Hélder Monteiro que continua em busca do primeiro golo com a camisola do Real. Do lado do Casa Pia, destaco negativamente os “gritos” sistemáticos dos jogadores da casa em lances disputados, mesmo naqueles em que ganham os lances! Fica muito mal principalmente num clube histórico como é o Casa Pia. Pela positiva, destaco o sadino Moisés que mostrou bons pormenores. Quanto ao árbitro, conseguiu mostrar sete cartões a jogadores do Real e apenas um a jogadores do Casa Pia. Não é preciso dizer mais nada.

sábado, 29 de outubro de 2011

Real bate O Elvas na primeira vitória da época



Na manhã de domingo assisti à Final do Campeonato do Mundo de Rugby entre França e a Nova Zelandia. Se bem percebo, há determinados jogadores que têm por função principal o confronto físico com o adversário, mais do que as tarefas ofensivas que permitem pontuar. Vem isto a propósito do jogo dessa tarde entre o Real e a equipa d'O Elvas. À procura da primeira vitoria da época, José Marcos, técnico do Real, apostou de início na dupla atacante Hélder Monteiro e Alcides. Apesar de nenhum dos dois ter marcado, foram determinantes na função de desgaste dos defesas contrários ganhando muitas faltas e abrindo espaços para a entrada dos médios. O resultado final de 4-0 acabou por surgir com toda a naturalidade, num jogo disputado no Campo nº2, habitualmente utilizado pelas camadas jovens. Coincidência ou não, o Campo nº2 é bem conhecido de alguns dos jovens jogadores do plantel do Real. De início, as equipas alinharam da seguinte forma:

REAL-André Martins; Miguel Gonçalves, Dino (cap.), Bruno Lourenço e Wilson; Kikas, Amar, Ladeiras e Tiago Gonçalves; Alcides e Hélder Monteiro. Tr. José Marcos

O ELVAS-Leonardo; Filipe Branco, Javier Perez, Carranca e Ricardo Rodriguez; Álvaro Gonçalves, Ruben Hernandez e Roberto Paredes; Eduardo Torres, Eduardo Cunha e Damian Sanchez. Tr. Jorge Almeida

Numa tarde de intempérie, o Real mostrou desde o início que não pretendia deixar fugir os três pontos. Logo no primeiro minuto, Ladeiras remata para defesa de Leonardo para canto. Seis minutos depois, o mesmo Ladeiras remata em arco mas a bola saí ao lado. No minuto seguinte, é Kikas que remata de fora da área com a bola a cruzar a área e a sair ao lado. Aos 10’, livre de Ladeiras para nova defesa de Leonardo. O jogo era dominado pela equipa da casa e o primeiro lance de algum perigo da equipa alentejana tem origem num alívio de Bruno Lourenço em que a bola sobra para Eduardo Cunha. O avançado remata mas André Martins faz a primeira defesa no seu melhor jogo ao serviço do Real. Aos 26’, Alcides cabeceia por cima na sequência de um canto. A toada do jogo mantinha-se inalterada mas sem grandes lances de perigo. A quatro minutos do intervalo, surgiu o segundo remate dos visitantes, com Eduardo Torres a rematar ao lado. Apesar do domínio claro da equipa do Real, o jogo chegou ao intervalo empatado, fazendo lembrar o que vem sendo esta época para a equipa da casa. Para a segunda parte, o técnico Jorge Almeida fez sair Ruben Hernandez e entrar Manuel Mañas. Ainda se jogava o segundo minuto do segundo tempo quando Ladeiras bateu Leonardo com um remate de pé esquerdo já dentro da área. O mais importante estava conseguido. Aos 56’, José Marcos refrescou a equipa, fazendo entrar Rodrigo e Hugo Dias para os lugares de Tiago Gonçalves e Amar. Quatro minutos depois, Javier Perez cabeceia por cima. O defesa espanhol é substituído pouco depois por Glaedson, jogador brasileiro de 42 anos com passagem pelo escalão maior ao serviço do Santa Clara em 2001/02. O Real continuava a dominar a partida, agora com uma tranquilidade que o golo de Ladeiras trouxera à equipa. Aos 69’, Alcides tem duas chances para bater Leonardo mas o guardião brasileiro levou a melhor. Do canto que se seguiu, resultou novo remate ao lado, desta feita por Hugo Dias. O Real dominava mas não chegava ao segundo golo e os fantasmas ameaçavam voltar. As suspeitas adensaram-se aos 73’ e aos 75’ quando O Elvas esteve perto do empate, valendo ao Real o guarda-redes André Martins. Três minutos depois, Hugo Dias leva a bola a embater na barra num cruzamento remate. Do ressalto da barra, Rodrigo cabeceia ao poste! A vantagem mínima persistia mas, no minuto seguinte, o irrequieto Rodrigo sofre falta de Carranca que vê o segundo amarelo, deixando O Elvas a jogar com dez.

Dois minutos depois, Hugo Dias marca o canto e Dino desvia para as redes. Era o 2-0 e a segurança dos três pontos. A partir daí, o jogo tornou-se muito aberto, com as chances de golo do Real a sucederem-se. Rodrigo e Michael estiveram algo perdulários. Miguel Gonçalves acabaria mesmo por finalizar um lance em que o jovem avançado parecia querer entrar com a bola na baliza alentejana e o nigeriano acabaria mesmo por marcar após vários desperdícios. Em cima do tempo regulamentar, O Elvas ainda construiu o seu melhor lance na partida mas sem resultado. Mesmo em cima do apito final do árbitro setubalense Pedro Azevedo, Eduardo Torres ainda veria o vermelho directo, deixando a equipa desfalcada para a partida deste Domingo em que irá deslocar-se ao Montijo para defrontar o Olímpico.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Olímpico conquista primeira vitória nos Nacionais




OLÍMPICO-Ruben Luís; Jojó, Monzelo, Venâncio e Diogo; Sampaio (cap.), Maside, Bala e Carlitos; Cláudio Futre e Pestinha. Tr. Fernando Mendes



REAL-Pedro Silva; Bino, Bruno Lourenço, Wilson e Miguel Gonçalves; Dino, Kikas e Ladeiras; Amar, Rodrigo e Hélder Monteiro. Tr. José Marcos



Duas equipas em busca da primeira vitória da época defrontaram-se no passado dia 9 no Montijo. O Real foi a equipa mais perigosa durante toda a partida mas, mais uma vez, a finalização não foi condizente. A primeira jogada de algum perigo foi protagonizada por Dino, aos 11’. Ruben Luís defendeu a cabeçada de Dino para canto. Aos 27’, registou-se a primeira jogada de algum perigo do Olímpico. Na marcação de um livre, Pestinha coloca em Carlitos que remata ao lado. Dois minutos depois, Hélder Monteiro surge perante Ruben Luís mas não bate o guardião formado no Sporting. À passagem dos 31’ de jogo, Dino bate um livre que passa junto ao poste da baliza do Olímpico. Cinco minutos depois, Fernando Mendes troca o amarelado Jojó por Tiago. Aos 38’, num lance que não aparentava perigo de maior, David Maside flecte para dentro e bate cruzado, com Pedro Silva a ser mal batido. O Olímpico chegava à vantagem sem ter feito muito para o merecer. Ainda antes do intervalo, Rodrigo protagoniza um lance individual pela esquerda, flecte para dentro e remata em arco junto do poste. A bola passa ao lado. Em busca do empate, José Marcos troca Amar por Alcides ao intervalo. Como era expectável, o Real entrou mais pressionante na segunda parte. Ao terceiro minuto, Miguel Gonçalves coloca a bola por cima da barra na marcação de um livre. Aos 59’, Fernando Mendes troca Carlitos por Josué, refrescando o ataque. No minuto seguinte, o segundo de dois cantos consecutivos vê Dino cabecear à figura do guardião montijense. Aos 63’, Kikas marca um livre que ninguém desvia na área do Olímpico. Dois minutos volvidos, Luís Carlos entra para o lugar de Ladeiras na equipa do Real. Aos 69’, surge o primeiro lance digno de registo do Olímpico no segundo tempo. Foi um remate de Pestinha que saíu por cima da barra. Nove minutos depois, surge o melhor momento da partida com o golo do Real. De fora da área, Miguel Gonçalves executa um pontapé perfeito que não dá qualquer chance de defesa a Ruben Luís. O Real chegava à igualdade num lance individual após várias chances desperdiçadas. Os visitantes queriam a vitória e foram em busca desse objectivo. Aos 82’, Alcides faz a bola sair rente ao poste. Dois minutos depois, Josué vê amarelo, reclama e acaba expulso. Aos 89’, nova chance de Hélder Monteiro e nova defesa de Ruben Luís. O período de compensação estava a terminar quando Hélder Monteiro perde a bola ainda no meio campo do Olímpico. A bola é colocada em Cláudio Futre que, a partir de posição duvidosa, bate Bino em velocidade. A bola acaba por sobrar para o recém entrado Nildo que bate Pedro Silva. O jogo acabaria logo após o reatamento, com o árbitro Bruno Rebocho (AF Évora) a concluir uma arbitragem sem problemas. O Olímpico atingia a primeira vitória nos Nacionais, enquanto o Real voltava a passar por algo que vem a ser frequente esta época. A equipa joga bem, cria oportunidades mas não marca. O adversário cria poucas chances mas consegue desfeitear a defesa do Real. Ambos os clubes têm ainda muito que melhorar e muito tempo para o fazer.

domingo, 16 de outubro de 2011

Mais Pero Pinheiro-Porto


Muito se falou sobre a eliminatória Pero Pinheiro-FC Porto. Aqui deixo algumas curiosidades adicionais:



- Geovanny Campos, irmão mais velho de Djalma, foi treinado por Rui Janota no Igreja Nova, na época 2009/10. Desse plantel faziam parte os actuais jogadores do Pero Pinheiro Runa, Kadu, Rui Janota e Serginho;



- Na época passada, Cláudio Oeiras terminou a sua carreira ao serviço do Pero Pinheiro. O antigo avançado fez História no antigo Estádio das Antas, ao serviço do Torreense, numa eliminatória da Taça de Portugal;



- O Pero Pinheiro nunca sofrera tantos golos num jogo da Taça. Por outro lado, foi a quinta vez que o FC Porto venceu uma partida da Taça de Portugal por 8-0, mas a primeira fora de casa. Nas outras quatro ocasiões, os adversários foram Anadia, Lusitânia dos Açores, Alba e Valonguense. Nessas épocas, o clube azul e branco venceu a prova em duas ocasiões, tendo sido Campeão Nacional apenas na época em que goleou o Valonguense (1997/98). Foi a primeira vez que um jogador do FC Porto apontou quatro golos numa vitória por 8-0. Nas outras ocasiões, o máximo fôra atingido por Lemos, que fez três dos oito golos com que o Anadia foi presenteado em 1971/72.

sábado, 15 de outubro de 2011

Ericeirense elimina Jeromelo



A 5 de Outubro de 1910, a Família Real deixou o País na Ericeira. Cento e um anos depois, desloquei-me à vila do concelho de Mafra para assistir ao jogo da primeira eliminatória entre Ericeirense e Jeromelo. Quando se defrontam duas equipas que desceram de divisão mas em escalões diferentes, espera-se uma partida em que a que ocupa o escalão superior domine o adversário. Se o jogo se disputar na casa do primeiro, tanto melhor para este, mas o jogo entre Ericeirense e Jeromelo só provou esta ideia no resultado. Durante a partida, o equilíbrio foi a nota dominante. Não fôra a ineficácia nos momentos de finalização e o resultado teria sido favorável à equipa do Jeromelo.





ERICEIRENSE-João Leitão; Nélson, Naco, Quaresma e Ivo; Kuma, Raposo (cap.), Miguel Oliveira e Marinho; Miguel Rodrigues e Douglas. Tr. Rui Jorge



JEROMELO-Joca; João Dias, Pedro Matos, João Carlos e Tiago Castelo; João Gaspar (cap.), T.Duarte, P.Fernando; Suli, Paiva e Ricardo Mendes. Tr. Luís Camacho





O mau início de época do Ericeirense parece ter pesado nos primeiros minutos, sendo do Jeromelo o primeiro período da partida. A equipa da casa só reagiu à passagem do quarto de hora, com Marinho a falhar a recepção num lance em que a bola rasgou a defesa do Jeromelo. O mesmo Marinho, aos 30’, faz um chapéu sair ao lado após boa desmarcação de Miguel Rodrigues. Dois minutos depois, Nélson remata cruzado ao lado, numa altura do jogo em que o Ericeirense estava por cima. Três minutos depois, novo remate ao lado, desta feita por Miguel Rodrigues. Aos 39’, um lance de contra ataque quase dá o golo ao Jeromelo.






Em cima do intervalo, num livre, Paiva remata por cima das redes à guarda de João Leitão. Para a segunda parte, Luís Camacho troca P.Fernando e Suli por Duarte e Frederico. Aos 48’, Marinho tem nova chance de bater Joca mas sem sucesso.






Dois minutos depois, na sequência de um canto favorável ao Jeromelo, Duarte remata por cima. No minuto 57’, surge a melhor chance da partida. Ricardo Mendes desmarca-se, surge perante Joca e faz-lhe o chapéu que faz a bola bater à frente e por cima da barra. Logo a seguir, Rui Jorge mexe na equipa, fazendo sair Kuma e Douglas, para as entradas de Luís Silva e Johnny. Seis minutos volvidos, num lance de bola parada, Naco está muito perto do golo.






No minuto seguinte, Nélson remata em arco mas ao lado da baliza do Jeromelo. O jogo estava algo repartido e, aos 72’, Duarte remata cruzado ao lado da baliza do Ericeirense.


Começava a cheirar a prolongamento e até foi a equipa do Jeromelo a dar mostras de pretender evitá-lo. Aos 80’ e 82’, Paiva e Duarte têm chances para golo mas rematam sobre a barra. Logo depois, num lance em que o central João Carlos escorrega, Raposo permite a mancha a Joca. Na resposta, Duarte rouba a bola a Quaresma, isola-se mas remata à figura de João Leitão. No minuto seguinte, mais uma oportunidade de golo desperdiçada pelo Jeromelo. Frederico surge isolado pela direita mas remata por cima. Em cima dos 90’, numa altura em que o Jeromelo alinhava com dez, porque Frederico trocava de botas, Ivo cruza para Luís Silva que, perante a saída de Joca, faz um chapéu bem medido que culmina com a bola nas redes da baliza do Jeromelo. No período de compensação dado pelo árbitro, nada de relevante a assinalar. A par do Ponterrolense, o Ericeirense é o clube com mais Taças da Associação de Futebol de Lisboa (3) no seu historial. Com a vitória frente ao Jeromelo, o Ericeirense apurou-se para a 2ªEliminatória que jogará fora frente ao Carcavelos. Boa arbitragem da equipa chefiada por Ilídio Silva.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eficácia-Ineficácia 3-0

Quando um jogo termina com um resultado de 3-0, o mais frequente é ter havido uma superioridade vincada de uma equipa sobre a outra. Mas nem sempre é assim. O jogo deste Domingo no Municipal de Oeiras entre a equipa da AD Oeiras e o Real SC é exemplo disso. Num jogo bem arbitrado pela equipa chefiada por Ricardo Oliveira (AF Lisboa), as equipas alinharam:


AD OEIRAS-Rui Santos; Damil, Lima (cap.), Nuno Abreu e Edson; Cuca, Leonel, Jucélio, Luiz Carlos, Nélson e Piki. Tr. Paulo Mendes (Paulinho)



REAL SC-Pedro Silva; Bino, Bruno Lourenço, Wilson e Miguel Gonçalves; Kikas, Dino (cap.), Ladeiras e Michael; Rodrigo e Hélder Monteiro. Tr. José Marcos




Os lances de maior perigo na fase inicial da partida foram da equipa visitante. Aos 5’, Hélder Monteiro obriga Rui Santos à primeira defesa do jogo. Nove minutos depois, num bom lance em que a bola passa por vários jogadores, Rodrigo remata à figura do guardião do Oeiras. Quatro minutos volvidos, Hélder Monteiro foge bem à marcação mas volta a ter em Rui Santos opositor de monta. Aos 24’ surge o primeiro lance de perigo do Oeiras. Até então com uma exibição sem mácula, Wilson atrapalha-se e a bola sobra para Jucélio que desperdiça de forma incrível. Aos 27’, o Real beneficia de um livre à entrada da área mas Miguel Gonçalves leva a bola a saír por cima da barra. Os dez minutos que se seguiram não tiveram qualquer lance de perigo, registando-se a substituição de Michael por Tiago Gonçalves na equipa visitante. Aos 38’, Wilson parece ter a bola controlada junto à linha de fundo mas o rapidissimo Piki consegue roubar-lhe a bola e cruzar para a finalização de Nélson. Um pouco contra a corrente do jogo, a equipa da casa chegava à vantagem. O Real reagiu bem e, quatro minutos depois, Rodrigo demonstra toda a técnica que possui mas Rui Santos volta a defender. Em cima do intervalo, Luiz Carlos remata cruzado para defesa de Pedro Silva. Ao intervalo, Paulinho troca Nélson por Jean. A segunda parte começou na mesma toada da primeira, com o Real a desperdiçar e o Oeiras a marcar. Aos 49’, a bola é colocada na área num livre. O guardião Rui Santos sai em falso e a bola sobra para Dino que não consegue finalizar.





O jogo voltou a entrar num período equilibrado sem perigo junto das balizas. Aos 57’, Paulinho volta a mexer na equipa, retirando Leonel (desinspirado) e colocando em campo Jorge Cordeiro. Aos 63’, novo lance bem construído pelo Real, com Hélder Monteiro a colocar a bola em Rodrigo que volta a perder no duelo com Rui Santos. Quatro minutos depois, José Marcos aposta tudo com as trocas de Bino e Ladeiras por Mota e Alcides. No entanto, aos 69’, o jogador que entrara em campo quatro minutos antes para render Jucélio (Carlos Alves) faz um golo digno de qualquer estádio. Bem fora da área, acerta de pé esquerdo na bola que só parou no fundo das redes da baliza do Real. Era o 2-0 quando o Real estava em busca do empate. Quatro minutos volvidos, nova defesa de Rui Santos, desta vez a remate de Miguel Gonçalves.


Comodamente instalados numa vantagem de dois golos, a equipa do Oeiras limitava-se a defender. Aos 83’, Rodrigo recupera a bola mas não bate Rui Santos.

Já no final do período de compensação, Piki finaliza uma jogada de contra-ataque, num lance que resume todo o jogo. Eficácia do Oeiras contra a ineficácia do Real.

Os destaques positivos da partida vão para Rui Santos, jovem guardião formado no Benfica e para Rodrigo, jovem com idade para alinhar nos Juniores que, tudo indica, tem um futuro brilhante pela frente. Adaptado a central, Wilson esteve genericamente bem, apesar de ter tido dois lapsos que custaram um golo. A rever. Regressado à titularidade, o nigeriano Michael continua a ser um mistério na equipa do Real. Dotado de bons argumentos físicos e técnicos, parece ter imensa dificuldade de posicionamento dentro de campo. Se conseguir melhor este aspecto fundamental no jogo, tornar-se-á um elemento importante na equipa.



Uma nota final para o técnico José Marcos. O antigo guarda-redes tomou conta da equipa num período complicado na vida do Real. A época passada culminou com a descida de divisão. Esta época é de construção de uma equipa nova em termos de plantel e em termos etários, o que coloca diversos desafios. Apesar deste jogo ter terminado com a pior derrota das três sofridas neste Campeonato, julgo ter sido o jogo melhor conseguido pela equipa. Há que dar tempo ao tempo e respeitar o trabalho da equipa técnica. Apesar de alguns dizerem que o fair play é uma treta, querer beneficiar de lances em que dois adversários chocam um com o outro não é o “caminho”, como Marcos deixou bem claro. Houve quem não gostasse mas o futebol também deve ser carácter e dignidade, mesmo quando se perde ou principalmente quando se perde.

sábado, 1 de outubro de 2011

Bucareste, 27 de Setembro de 2011

O Benfica saíu do National Arena de Bucareste com os três pontos. No entanto, o jogo deixou a sensação de que o Benfica não tinha necessidade de terminar a partida em aflição. Mas, para que tal não tivesse ocorrido, teria sido necessário uma equipa que assumisse o favoritismo e consequente controlo da partida desde o seu início. Quem sabe se ainda recordado de jogos em que foi acusado de ser demasiado ousado, Jesus parece passar por um período mais cauteloso. Se os cuidados no jogo frente ao United se aceitam, o técnico do Benfica terá perdido uma oportunidade de derrotar o Porto na Sexta-Feira anterior no Dragão, num jogo em que a equipa acabou mesmo por se ver na necessidade de recuperar de duas situações de desvantagem no marcador. Desta feita, o adversário era o modesto Otelul Galati, campeão romeno na época passada 'à Boavista' e que ocupa actualmente um lugar a meio da tabela na liga romena. Era por demais evidente que o favoritismo era dos encarnados e, se dúvidas houvesse, os primeiros minutos da partida, tê-las-iam dissipado. Mas o Benfica não foi 'mandão' como, tudo o indica, poderia ter sido. Porquê?

A hipótese que me parece mais plausível tem na pergunta parte da resposta. Consciente da superioridade da equipa, Jesus 'sabia' que o golo (os golos...) acabaria por surgir sem que fosse necessário impôr um ritmo extra-treino. Esta discrepância entre o 'deixa andar' e o 'não arrisco' afasta o Benfica de ter uma consistência exibicional que traduza em campo uma filosofia de jogo própria. Jogar 'à Benfica' já não se sabe bem o que é há vários anos. Até é compreensível que não se possa jogar com qualquer adversário alterando apenas pequenas nuances tácticas mas julgo ser o objectivo. Isso iria contribuir para o fortalecimento do tal 'jogar à Benfica'. O trabalho nos treinos deveria servir para o aprofundamento diário dessa filosofia de jogo. Durante cada partida, a equipa técnica teria como missão principal os ajustes necessários a cada momento do jogo. Nada de novo. Foi assim com o Ajax, é assim com o Barcelona.

Lisboa-Bucareste: Madrid e eu




27 de Setembro - É a terceira vez que venho a Madrid. Da primeira vez, vim para uma passagem de Ano que, por volta das duas da manhã locais, teria uma viragem abrupta. Comecei esse Ano a fazer Madrid-Lisboa de carro acompanhado pelas incertezas do presente... Da última vez, no ano passado, era apenas uma escala no regresso de umas férias transalpinas mas um atraso e consequente perda da ligação para Lisboa fez com que a madrugada voltasse a encontrar-se comigo em Madrid. Quem viu 'Terminal' com Tom Hanks tem uma ideia do que é passar uma noite num Aeroporto. Este ano é o cumprir do 'não há duas sem três'. Assim que surgiu a ideia de ir ver o Benfica a Bucareste que as restrições orçamentais logo impuseram que a viagem seria em companhias low cost. Considerando as datas em torno do jogo, a opção mais económica passava por fazer Lisboa-Madrid-Bucareste-Milão-Lisboa. Neste esquema, a chegada a Madrid estava prevista para depois das onze da noite locais, enquanto a ligação para Bucareste estava prevista para as 6h30 de cá. Dormir ? Nem pensar nisso. Já não se joga o África do Sul 2010, mas vai jogar-se a Champions. Um dia destes, regressarei a Madrid, nem que seja para ver um jogo do Rayo Vallecano!