sexta-feira, 14 de junho de 2013

A Taça da AF Lisboa foi para Igreja Nova

9/6/2013
Estádio 1ºMaio (Lisboa)
Arb:Pedro Mota
Igreja Nova-Formiga; Filipe Anjos, Serginho, Rui Ferreira e André Costa (R.Barradas 90'+4); Batista, Martinho e Rochinha (Pepito 90'+4); Diogo Quaresma (Russo 81'), Tiago Almeida e Paulo Cunha (José João 90'+4)
Tr.Rui Paulo Janota
Alverca-Filipe Vale; Filipe (Pedro Dias 72'), Fabio Rosa, Nelson (Cap.)(Marcos 80') e Iã (Telmo 45'); Junior, Armindo (Guga 80') e Stanic; Romão, Serginho e Afonso
Tr.Nuno Lopes

Como o Sporting foi sétimo esta época, recorro ao exemplo da época 2011/12. Imagine-se uma final da Taça entre Nacional (7º da 1ªLiga) e União da Madeira (10º da 2ªLiga) terminar com a vitória unionista por 3-0. Considerando que a 1ªDivisão da AF Lisboa é dividida em duas séries e que o Igreja Nova terminou em 10º na primeira delas, o que aconteceu no domingo é ainda mais surpreendente. Mas só para quem não assistiu.

O Alverca chegou a esta Final da Taça da AF Lisboa após eliminar o Fontaínhas, clube que disputou a 1ªDivisão mas que havia afastado o Loures nos Quartos-de-Final. Por outro lado, para além de disputar a divisão imediatamente abaixo, o Igreja Nova chegava à Final após disputar seis rondas eliminatórias em que numa única ocasião resolveu a ronda com mais do que um golo de diferença. Foi frente ao Bucelenses nos Oitavos-de-Final. a partir daí, apurou-se sempre no desempate por pontapés da marca de grande penalidade após terminar a zero frente a Ponterrolense e Vila Franca do Rosário.

Ainda assim, desde muito cedo se viu que o Igreja Nova queria mesmo levar a Taça, apesar da presença na Final ser, por si, meritória. Entrou melhor na partida. No entanto, uma perda de bola no miolo coloca Serginho em frente a Formiga, mas o veterano guardião leva a melhor. Aos 19', num lance de que só filmei a parte final, Paulo Cunha surge nas costas da defesa do Alverca mas remata ao lado. Era o primeiro sinal de perigo do avançado do Igreja Nova numa partida em que seria figura principal.

Quinze minutos e dois amarelos depois, Paulo Cunha ganha espaço na área mas, com o guardião alverquense pela frente, remata por cima no que era a chance mais flagrante de golo para o Igreja Nova até aquele momento. Ainda assim, naquela altura, a questão era "terá o Igreja Nova outras chances para marcar ?". Haveria.

No minuto seguinte, excelente passe de Paulo Cunha para Diogo Quaresma que vê o remate desviado por Filipe, lateral direito do Alverca. Na sequência do canto, Diogo Quaresma remata de fora da área ao lado. O Alverca voltou a tentar pegar no jogo mas, já em cima do intervalo, Formiga repõe a bola na frente e a bola vai ao braço de Armindo na área, fazendo o árbitro apontar para a marca de grande penalidade. Chamado a converter, Batista bate para o lado esquerdo do guardião do Alverca e coloca o Igreja Nova em vantagem. O árbitro apita para o intervalo no reatamento.



Para o segundo tempo, Nuno Lopes troca de lateral esquerdo, fazendo entrar Telmo para o lugar do jovem Iã. A primeira metade da segunda parte foi muito pobre. Em desvantagem, o Alverca não conseguia criar perigo a uma equipa que se defendia muito bem. Aos 67', Tiago Almeida e Telmo disputam um lance na área e o árbitro assistente dá penalty que parece muito forçado. Do lance saem amarelados o referido Telmo e Filipe. Na marcação, Batista atira à barra. O falhanço poderia ter dado mais ânimo ao Alverca mas foi novamente o Igreja Nova a criar perigo num excelente lance de Paulo Cunha em que o remate cruzado sai à figura de Vale.

Aos 72', Nuno Lopes troca Filipe por Pedro Dias, passando Armindo a ocupar a lateral direita. Quatro minutos depois, chegaria o momento do jogo. Martinho recupera uma bola a meio campo, dá para Rochinha que coloca em Tiago Almeida. Este faz um passe para Paulo Cunha que, com Nélson pela frente, faz um chapéu de belo efeito ao guarda-redes do Alverca. A catorze minutos do fim do tempo regulamentar, o vencedor parecia estar encontrado, considerando a impotência revelada pelo Alverca perante a excelente postura do Igreja Nova.

Pouco depois, combinação entre Paulo Cunha e Rochinha deixaria o primeiro isolado mas o árbitro assistente assinala (mal) fora-de-jogo. O técnico do Alverca ainda esgotou as alterações, fazendo sair Nélson e Armindo para as entradas de Marcos e Guga. No entanto, o jogo estava decidido e o Alverca não mais criaria perigo. Rui Paulo fez sair um dos melhores em campo (Diogo Quaresma) para a entrada de  Russo. Em cima do minuto 90, um toque de cabeça de Paulo Cunha isola Rochinha que faz o 3-0.

Pedro Mota concedeu 5' de compensação e o Alverca está perto de reduzir por intermédio de Serginho que surge frente a Formiga mas não consegue bater o veterano guardião por duas vezes. Depois, o recém entrado Guga ganha espaço do lado esquerdo do ataque mas o remate de ângulo escasso saíu à figura de Formiga. A um minuto do apito final, o Igreja Nova fez três alterações, retirando Paulo Cunha, Rochinha e André Costa para as entradas de Rui Barradas, Pepito e José João.

Até ao final, destaque para dois lances, um em cada uma das áreas. Primeiro foi um desvio de Marcos que Formiga defende sem dificuldades. Depois foi José João que remata cruzado e está perto do 4-0.

Com o apito final de Pedro Mota, o Igreja Nova sagrava-se o justo vencedor da edição 2012/13 da Taça da AF Lisboa. Com uma espinha dorsal composta pelo trio ex-Futebol Benfica composta por Formiga, Batista e Martinho, coadjuvados por Serginho e Rochinha (ambos velhos conhecidos do técnico dos tempos do Pero Pinheiro), Paulo Cunha merece o maior destaque.

Aos 34 anos, Paulo Cunha é um avançado que fez parte do plantel do Real SC na primeira metade da época 2004/05 que culminaria com a primeira subida do clube à 2ªDivisão Nacional. Já há várias épocas que compete nos distritais de Lisboa, tendo passado por clubes como Malveira, Encarnacense ou Venda do Pinheiro. A jogar só na frente, Paulo Cunha fica directamente ligado a esta conquista do Igreja Nova.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Descer com a subida ali tão perto

1/6/2013
Estádio Alfredo da Silva
GD FABRIL BARREIRO-SG SACAVENENSE 1-1
Arb: Tiago Canário (AF Beja)
Fabril-Ruben Luís; Carlos André (Banana 67'), Rui Correia, Marinheiro e Paulo Letras; Miguel Pimenta, Danilo (Espanta 76') e Mário Jorge (Janu 45'); Bolinhas, Catarino (Cap.) e Ruben Guerreiro
Não utilizados-Bonifácio, Mota, Martinho e Luís Conceição
Tr.Manuel Correia
Sacavenense-Hugo; Mendes, Alassane, Runa (Cap.) e Bebé; Manuel Dias, Paulo Neves e Moita; Juninho (Neio 60'), Beirão (Cláudio 60') e Leo (Horta 78')
Não utilizados-Carlos, Beto, Serginho e Elvis
Tr.Nuno Carvalho

Num jogo em que dependia apenas de si para subir de divisão e escapar à descida aos Distritais da AF Setúbel, o Fabril revelou desde o início um nervosismo evidente de que nunca conseguiu libertar-se. A equipa do Sacavenense apresentou-se com a sua identidade intacta apesar de já não ter aspirações de subida.

Neste contexto, não surpreendeu que o Sacavenense chegasse ao golo à passagem do minuto 16. Num lance em que a bola passa por Juninho e Moita, o cruzamento de Mendes é desviado por Leo para as redes em antecipação a Carlos André. Com o Barreirense empatado em Sintra, o Fabril continuava em posição de subida, pelo que a ausência de reacção não teria custos de maior.

Dois minutos volvidos e o Sacavenense está perto do segundo golo. Moita desmarca Leo que faz o chapéu a Ruben Luís. O guardião ainda desvia mas a bola vai para Beirão que não impede o corte de Marinheiro. Na resposta, um dos poucos lances de registo de Ruben Guerreiro é travado em falta. Ao minuto 20, Runa escapa ao que poderia ter sido o segundo amarelo e, quem sabe, um jogo bem diferente.

Aos 25', já com o Barreirense em vantagem na luta pela subida pelo golo marcado na Portela de Sintra, o Sacavenense volta a estar perto do segundo golo, mas o chapéu de Beirão sai ligeiramente ao lado. Oito minutos depois, Danilo coloca Bolinhas em frente a Hugo mas o guardião sacavenense faz a mancha. O jogo arrasta-se até ao intervalo numa toada fraca de parte a parte.


Para o segundo tempo, Manuel Correia troca Mário Jorge por Janu. Ao minuto 54, na sequência de um cruzamento de Ruben Guerreiro, o quarentão Catarino cabeceia ao poste. Seis minutos depois, dupla substituição no Sacavenense com as entradas de Neio e Cláudio para os lugares de Beirão e Juninho. Pouco depois, Bolinhas cruza para a área e Catarino finaliza. No entanto, o árbitro assistente assinalara fora-de-jogo que não se consegue avaliar nas imagens.

O jogo passava por uma fase de algum domínio do Fabril mas sem criar grande perigo. Manuel Correia voltou a mexer na equipa ao minuto 67, retirando Carlos André para a entrada de Banana. Apesar da aposta atacante do técnico da casa, seria o Sacavenense a estar perto do golo aos 69'. Bom lance de Cláudio pela esquerda mas Leo falha o remate. Não marcou o Sacavenense, marcou o Fabril três minutos depois.

Janu cruza para a área, Alassane corta de cabeça mas a bola sobra para Catarino que coloca para o remate cruzado de Bolinhas sem hipóteses para Hugo. O Fabril empatava a partida e podia ir em busca do golo da vitória e da subida. Mas seria o Sacavenense a responder ao golo do empate dos locais. Aos 74', Neio coloca Cláudio frente a Ruben Luís mas o guardião da casa impede o segundo golo do Sacavenense.

Pouco depois, os dois técnicos esgotavam as substituições. Primeiro foi Manuel Correia a trocar Danilo por Espanta. De seguida, Nuno Carvalho optava por retirar Leo para colocar em campo Horta. Ao minuto 79, registo para um lance insólito em que Horta ganha a linha de fundo e cruza largo. Ruben Luís prepara-se para repôr a bola em jogo mas esta ainda embate na parte superior da barra.

O Sacavenense guardava a bola e o Fabril parecia não ter força nem engenho para a recuperar. Aos 84', Bebé coloca em Cláudio à esquerda, este deixa para Neio que passa para Manuel Dias rematar por cima. Dois minutos decorridos, Ruben Guerreiro remata de bicicleta para boa defesa de Hugo, no lance de maior perigo do Fabril após chegar ao empate.

Ainda no período regulamentar, Paulo Letras coloca a bola na área, onde Ruben Guerreiro passa para Banana que, de ângulo difícil, remata cruzado ao lado. Algumas paragens por lesão levaram o árbitro a conceder sete minutos de compensação. Durante esse período, registo apenas para dois lances com pouco futebol. Primeiro foi uma acesa troca de palavras entre o guarda-redes do Fabril e o homólogo suplente do Sacavenense (Carlos Gomes), de que resultaria cartão amarelo para este último. Finalmente, Cláudio derrubou Espanta no meio campo e viu o segundo amarelo.

O jogo terminaria empatado e o Fabril desperdiçava em casa a subida de divisão para o rival Barreirense.

+
Alassane - imperial pelo chão ou pelo ar. Está ali um central a prometer vôos mais altos.

Neio - bons pés, forte fisicamente, atrevido a subir no terreno.

-
Ruben Guerreiro - quando se espera muito e se obtém pouco, é mau sinal. Um dos melhores jogadores da Série E esteve bem abaixo do que pode e sabe. O Fabril sentiu a sua falta e muito.

Carlos André - lateral habitualmente muito ofensivo esteve muito apagado, acabando mesmo por ser substituído a meio da segunda parte.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Loures Campeão

25/5/2013
Campo José Silva Faria (Loures)
GS LOURES-CF SANTA IRIA 4-2
Loures-Hugo; Tiago, Vilela, Diogo Martins e Eduardo Simões;  Monteiro (Cap.), Ivo e Pedro Augusto; Saraiva, Pauleta e Cabral
Tr.Luís Silva
Santa Iria-Costinha (Cap.); Bruno Gimenez, Pedro Geria, Alhinho e Pitorro; Pedro Cavaco, Nuno Caldas e Telmo; Ricardo Oliveira, Flecha e Roger
Tr.Roque

O Loures recebia o terceiro classificado sabendo que apenas uma vitória o poria a cobro do que o Águias da Musgueira fizesse frente ao lanterna vermelha Damaiense. Logo a abrir, o Santa Iria marcou. Quase na resposta, o Loures empatou. O início do jogo apanhou-me de surpresa tal que não tenho imagens dos golos.

À passagem do minuto 14, Flecha finaliza de cabeça e volta a colocar o Santa Iria na frente do marcador. Aos 23', Pedro Augusto iguala na marcação de um livre directo. Dois minutos depois, o Loures adianta-se no marcador na sequência de um lançamento lateral. Pauleta aproveita a passividade da defesa visitante e coloca a bola sobre o guardião do Santa Iria. Aos 30', o Santa Iria quase empata de canto directo mas a bola bate na trave, como já acontecera na baliza contrária. Depois de um início louco, o jogo acalmou até ao intervalo.
A toada do jogo manteve-se no segundo tempo até ao minuto 58. Bruno Gimenez derruba Eduardo Simões na área e o árbitro assinala penalty. Ivo Miranda converte e o Loures passava a vencer por 4-2. Ainda assim, manteve-se a expectativa do que poderia ocorrer se o Santa Iria reduzisse a desvantagem no marcador.

Isso esteve perto de acontecer nos minutos 69 e 76, tendo Telmo como protagonista. No primeiro caso, num livre apontado e que vai à base do poste. No segundo, num remate de primeira que sai à figura de Hugo.

Como é hábito nos jogos da Divisão de Honra, as inúmeras substituições não contribuiram para a fluidez no jogo que, até ao final, não registaria mais nenhum lance relevante.

Num jogo em que os vizinhos de Santa Iria da Azóia deram boa réplica, o Loures garantiu o regresso aos Nacionais, algo que não acontecia desde 2005/06.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A propósito da subida do Arouca


Já muito se disse sobre a subida do Futebol Clube de Arouca à 1ªDivisão. Deixo aqui mais alguns dados históricos:

- O Arouca será o oitavo clube filiado na AF Aveiro a disputar o escalão principal. O último clube aveirense a estrear-se na 1ªDivisão foi o Recreio Desportivo de Águeda há precisamente 30 anos;

- Desde ontem, estrearam-se 16 clubes no escalão principal - 4 filiados na AF Porto e na AF Braga, 2 na AF Lisboa e na AF Madeira, 1 na AF Coimbra, AF Ponta Delgada, AF Portalegre e AF Vila Real;

- Curiosamente, dos 16, apenas 3 competirão entre os grandes na época 2013/14: Gil Vicente, Nacional e Paços de Ferreira;

- O Arouca procurará evitar o exemplo de Alcobaça, Águeda, Vizela, Fafe, Felgueiras e Trofense, clubes que desceram logo no ano de estreia. Ao invés, terão bons exemplos em Barcelos e em Paços de Ferreira, clubes que, desde a estreia no início da década de 90, apenas em sete ocasiões não disputaram o escalão principal;

- A estreia do Arouca irá ocorrer naquela que será apenas a nona presença dos arouquenses nos campeonatos nacionais;

- Excluindo as primeiras décadas dos campeonatos, é a ascensão mais meteórica da História. O mais próximo deste feito pertence ao União da Madeira. Estreou-se na 1ªDivisão em 1989/90, após apenas dez épocas nos Nacionais.

terça-feira, 21 de maio de 2013

A estreia dos 40

Passou despercebido mas até era algo de previsível desde que a actual Segunda Liga foi preparada para incluir as equipas B e passar a ter 22 equipas.

O que é comum no Reino Unido, foi novidade em Portugal. Nunca antes houvera um campeonato disputado por tantas equipas. À passagem da 40ªJornada, disputada no passado dia 8, esperava-se que houvesse jogadores (totalistas ou não) a participar em 40 jogos de campeonato numa época. Foi isso que aconteceu. Este registo histórico foi atingido por sete jogadores no dia 8 - Márcio Sousa (Tondela), Thicot (Naval), Rui Sacramento (Leixões), Coelho (Penafiel), Avto (Oliveirense) e os campeões Matt Jones e Arsénio (Belenenses). Destes, o único jogador de campo a completar 3600 minutos no passado dia 8 foi o defesa francês da Naval. Para além disso, foi o primeiro a consegui-lo pois o jogo da Naval começou antes dos restantes.

Central francês de 26 anos, Steven Thicot (TIKITO) não é apenas mais um jogador proveniente dos escalões secundários gauleses em busca de destaque no futebol português. Em 2004, capitaneou mesmo a selecção francesa que venceu o Europeu de Sub-17. A seu lado alinhavam, entre outros, Jeremy Menez, Samir Nasri, Hatem Ben Arfa ou Karim Benzema. Já agora, a finalista vencida foi a Espanha, cujo golo foi marcado por um tal de Gerard Piqué e onde jogavam Mario Suarez, Cèsc Fàbregas, Javi Garcia, Diego Capel, entre outros.

Em 2004, Thicot fazia parte dos quadros do Nantes, clube onde acabou por não ter grandes oportunidades, tendo passado pelo Sedan (2006/07), clube pelo qual se estreou na Ligue 1. A época seguinte foi novamente passada no Nantes sem que as chances surgissem. No Verão de 2008, findo o contrato com o Nantes, viaja para Edimburgo, para representar o Hibernian. Apesar de ter sido utilizado regularmente na primeira época na Escócia, as duas épocas seguintes foram de escassa utilização, ficando Thicot livre no final da época 2010/11. Passou a época 2011/12 sem clube e surgiu esta época em grande na Naval. Considerando as dificuldades por que passa o clube figueirense, não seria de estranhar que Thicot mudasse de ares novamente.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Festejos prematuros

Ontem, o Cacém perdeu no campo do Murteirense. No domingo anterior, havia festejado após a vitória sobre o Linda-a-Velha. Cedo demais.

No dia 12, num jogo muito atribulado e marcado por uma arbitragem confusa, o Cacém chegou a uma vantagem de dois golos que acabaria por lhe assegurar os três pontos apesar da boa réplica do Linda-a-Velha. As dificuldades do árbitro começaram bem cedo. Num lance em que Nuno Almeida parece derrubar o avançado do Linda-a-Velha, o árbitro aponta para canto. Falta ou não, canto nunca seria.

A equipa da casa chegaria ao golo num contra ataque finalizado com um remate junto ao poste direito à guarda de Miguel. Pouco tempo depois, surgiria o 2-0 num livre ensaiado por parte da equipa do Cacém, que Geraldo finaliza com um belíssimo volley.

Ainda antes do intervalo, começaria o desperdício do Linda-a-Velha. A equipa criava chances de golo mas a finalização não queria nada com os visitantes.


A segunda parte começou com a cor amarela e com ainda mais desperdicio do Linda-a-Velha. Depois começaram as expulsões e o futebol só regressaria (e pouco) no período de compensação concedido pelo árbitro. Primeiro há um penalty a favor do Linda-a-Velha que não é assinalado. Logo depois, o árbitro assinala penalty que não se vislumbra. O Linda-a-Velha reduzia finalmente a desvantagem mas já só haveria tempo para mais uma expulsão até ao apito final.

A uma jornada do final da Divisão de Honra da AF Lisboa, as equipas classificadas abaixo do 7º lugar têm ainda o futuro indefinido. Na verdade, como o número de equipas que irão descer está dependente do que vier a ocorrer na Série E da 3ªDivisão, há equipas que ficarão uma semana sem saber concretamente o escalão em que irão competir na próxima época.

Para além dos clubes que descem das 2ª e 3ª divisões, há seis equipas apuradas para o Campeonato Distrital Pró-Nacional da próxima época. São eles Loures ou Musgueira, Santa Iria, Ponterrolense, Lourel, GCR Murteirense e Alverca. Para que não precisem de esperar pelo que irá acontecer nas últimas duas jornadas da Série E da 3ªDivisão, os restantes terão de ficar nos dez primeiros. Só atingindo essa meta se salvaguardam das possíveis descidas de Lourinhanense, Sintrense e Sacavenense.

Neste sentido, os festejos do Cacém no dia 12 foram claramente precipitados. É verdade que, no pior dos cenários, a equipa terminará em 11º, mas essa posição só dará lugar no Pró-Nacional 2013/14 se, pelo menos, um dos filiados na AF Lisboa terminar em posição de subida a sua participação na Série E da última edição da 3ªDivisão. E isso ainda é cedo para se ter como garantido.

sábado, 18 de maio de 2013

Lixa nos Nacionais

Após ter vencido o Ermesinde e beneficiando do empate do Perafita, o FC Lixa garantiu o regresso aos Nacionais no domingo passado.

No dia 5 fui a Serzedo (Gaia) para assistir ao CF Serzedo-FC Lixa. Nunca tinha assistido a um jogo dos Distritais da AF Porto. A expectativa era elevada e não foi gorada. Pelo contrário.

A comemorar os 80 anos, o CF Serzedo tem Edmundo Duarte como técnico da sua equipa sénior de futebol. Para quem não tem memória disso, refira-se que o técnico gaiense chegou a treinar equipas na 1ªDivisão (Alcobaça e Espinho), assim como da Liga de Honra, como o Torreense e Espinho. A sua carreira passou ainda por clubes como a Oliveirense, Lousada, Trofense, U.Lamas, Dragões Sandinenses, Vilanovense, Ribeirão, Feirense, Maia ou Candal, entre outros.

Em posição tranquila na tabela, o Serzedo recebia o líder Lixa, treinado desde Fevereiro por Vasco Seabra que rende Filipe Coimbra. Mas as posições dos clubes pouco determinaram o curso da partida.

Foi mesmo o Serzedo a entrar melhor no jogo, obrigando mesmo Vasco Viana a duas defesas apertadas. O Lixa acabou por equilibrar a partida e inaugurar o marcador à passagem do minuto 21. O capitão Hélder Carvalho roda na área, remata, a bola ressalta em Moreira e pinga sobre o guardião da casa. Três minutos volvidos, penalty favorável ao Lixa convertido por Mauro. Aos 44', remate de Bessa na área é parado pelo braço esquerdo de Domingues, capitão do Serzedo. Seria penalty mas o árbitro deixou seguir. Mas ainda haveria tempo para mais dois golos antes do intervalo. Primeiro foi o Lixa a alargar a vantagem para 0-3 quando Mauro isolou Bessa que bateu César. Na resposta, o Serzedo reduziu com um fantástico remate de trivela de Nuno Velha à entrada da área. Logo após o reatamento, o árbitro apita para o intervalo.


Mas a excelente equipa do Serzedo viria para a segunda metade preparada para reagir. Aos 50', Gerson aponta o canto, há vários jogadores a saltar à bola mas esta parece não tocar em ninguém antes de Vasco Viana a colocar dentro das redes ao tentar fazer a defesa. O Serzedo ía agora em busca do empate, mas foi o Lixa a estar perto do golo numa transição em que César desvia pela linha de fundo um remate de Bessa. Aos 64', Bruno Faria e Marinho saltam à bola após a marcação de um livre e a bola entra na baliza à guarda de Vasco Viana. O jogo estava empatado e a equipa da casa dava uma réplica excelente após ter estado a perder por 0-3.

O jogo passou então por uma fase menos interessante com várias substituições e cartões mostrados pelo árbitro. Aos 76', num lance de que só filmei a parte final, Bessa surge frente a César e bate o guardião do Serzedo. No reatamento, o guardião da casa sai da área e atinge Agostinho, sendo expulso pelo árbitro. Em apenas um minuto, o Serzedo via o Lixa voltar a adiantar-se no marcador e ficava em inferioridade numérica. O jogo estava decidido.

Ao minuto 81, Paulo Gomes, num grande lance individual, atira ao poste, a bola regressa a si que remata à trave. O jogo só voltaria a ter motivos de interesse nos 4' de compensação concedidos pelo árbitro Nélson Pascoal. Apesar do Serzedo estar em busca do empate, o Lixa em mais uma transição rápida tem nova chance de fazer o quinto golo, com o guardião da casa (Miguel) a defender o remate de Agostinho. Logo depois, o mesmo Agostinho tem nova chance para matar a partida mas o remate sai ao lado. No entanto, o último golo da partida surgiria pouco depois num lance individual de Lemos, que parte ainda antes da linha de meio campo e só pára depois de driblar o guarda-redes da casa e finalizar. O jogo terminaria logo após.

Uma semana depois, o Lixa garantiria o regresso aos Nacionais após duas descidas consecutivas entre 2007/08 e 2008/09, mas a vitória em Serzedo foi tudo menos facil. A equipa da casa mostrou uma organização bem interessante, em que a sua linha intermédia se mostrou excelente para este escalão.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Grande Grou na descida do Oeiras

A tarefa do Oeiras revelava-se extremamente complicada. Precisava de vencer o Pinhalnovense e esperar que o Casa Pia fosse vencer ao Carregado. Ainda assim, essa possibilidade existia e era suficiente para que tivesse seleccionado esta partida para o último domingo de Abril. Mas havia outra motivação.

No Pinhalnovense alinha um jovem que era (e reforçou essa posição) o melhor marcador da Zona Sul da 2ªDivisão. Nunca tinha visto jogar Bruno Grou. O Oeiras não conseguiu o milagre da manutenção mas Bruno Grou fez um hat-trick.

Logo aos 9', Bruno Grou isola-se mas remata ao lado. Na resposta, da marcação de um livre, Nuno Abreu desvia a bola à trave. Seis minutos volvidos, grande lance de Leonel que fura pela defesa do Pinhalnovense até que Carlos Soares sai aos pés do criativo jogador do Oeiras, impedindo o golo. Não marcou o Oeiras, marcou o Pinhalnovense.

O central Tiago e o guardião Rui Snatos não foram lestos a afastar a bola da área. Hugo Bral recebe-a à entrada da área e remata colocado de pé esquerdo, sem hipóteses para Rui Santos. Dois minutos volvidos, Hugo Bral entra na área pela direita, fica em posição de rematar à baliza mas serve Grou que surgia pela esquerda e que finaliza sem dificuldade. O Pinhalnovense estava na frente por duas bolas a zero e o regresso do Oeiras aos Distritais estava mais próximo.

Ainda assim, a equipa da casa respondeu muito bem. Aos 36', com um passe fantástico, Diogo coloca Leonel em posição para finalizar e é isso que acontece. Em cima do intervalo, Nuno Abreu remata e a bola bate no braço de Casimiro. Luís Catita assinala grande penalidade e Lima converte.

No início do segundo tempo, Ricardo Bulhão aponta um livre com a bola a passar muito perto do poste. Dois minutos decorridos, grande remate de Diogo para defesa de recurso de Carlos Soares. O Oeiras procuarava o 3-2 mas acabaria por sofrer o 2-3 no grande momento da partida.

Minuto 65. Grou recebe a bola no flanco esquerdo. Perante Pedro Ferreira flecte para o meio e remata em arco para um golaço. Pouco depois, fora de jogo mal tirado a Grou quando se preparava para se posicionar 
frente a Rui Santos. No minuto 71, Leonel tem uma oportunidade para empatar mas Carlos Soares acaba por defender com felicidade. Da marcação de um canto, surge nova chance para o Oeiras empatar, mas Tino ao segundo poste cabeceia por cima. Mais uma vez, não marcou o Oeiras, marcou o Pinhalnovense. Casimiro coloca a bola nas costas da defesa, Grou é mais rápido que Pedro Ferreira e remata para defesa de Rui Santos que não impede a recarga do avançado do Pinhal Novo que completava assim o hat-trick no último jogo da época em que se sagrou o melhor marcador da 2ªDivisão. Três minutos depois, Diogo marca um livre de forma rápida logrando isolar Leonel que remata cruzado ao lado. Luís Catita iria conceder três minutos de compensação. Nesse período, dois cantos consecutivos a favor do Oeiras mas sem consequências. Ainda houve tempo para uma incursão de Grou pela esquerda, a provar que é mais do que um finalizador.

Apesar de uma época em que andou sempre em lugares perigosos da tabela, o Pinhalnovense orientado por Barão revelou-se uma equipa bem mais eficaz do que o agora despromovido Oeiras.

Os destaques positivos vão para o já referido Bruno Grou e para os médios pinhalnovenses Gonçalo e Hélder. Este último faz lembrar Ramires, não só fisicamente mas também pela velocidade e cultura tática patenteadas. No Oeiras, Leonel e Diogo voltaram a mostrar merecer fugir aos Distritais.

sábado, 27 de abril de 2013

Houve Taça

Tinha aqui escrito sobre o caminho aberto que o Loures tinha para atingir a Final da Taça da AF Lisboa desta época. No entanto, o Futebol voltou a registar uma surpresa e o Fontaínhas saíu vitorioso do jogo dos Quartos-de-Final que disputou em Loures. A 2 de Junho teremos as Meias-Finais com as partidas Igreja Nova-Vila Franca do Rosário e Fontaínhas-Alverca. Viva a Taça!

sábado, 13 de abril de 2013

Nulo penalizador

Após treze jogos consecutivos sem perder, o 1ºDezembro foi surpreendido em casa pelo Oriental no Sábado de Páscoa. A última derrota, antes desse jogo, fôra em casa com o Mafra. No entretanto, os sintrenses sofreram apenas dois golos nos últimos doze jogos! A deslocação ao campo do líder tinha tudo para ser um jogo equilibrado e isso viria a confirmar-se.

Ainda assim, à passagem do sétimo minuto de jogo, João Pedro entra na área e parece ser derrubado por Damil. O árbitro mostra o amarelo ao jogador do 1ºDezembro e assinala a grande penalidade. Leo coloca a bola para a direita de Marco Pinto que defende. O jogo que poderia ter começado com o golo do Mafra manteve-se equilibrado, bem disputado mas sem lances de perigo. Até ao intervalo, registo apenas para dois lances. Aos 28', Pedro Dionísio aponta um livre sobre a barra e, quatro minutos depois, é Godinho que remata de muito longe ao lado.

A toada do jogo manteve-se na segunda parte, apesar do Mafra ter tido vários cantos a seu favor. Aos 54', Tuga surge em posição de remate pelo flanco esquerdo mas Marco Pinto volta a defender. A melhor chance de golo em toda a partida surgiria ao minuto 67. Tuga remata, Marco Pinto defende mais uma vez mas a bola fica à mercê de Tiago Rente que desvia sobre a barra. Os últimos vinte cinco minutos de jogo foram pautados por alguma ansiedade da equipa da casa que sabia da importância de chegar à vitória. No entanto, o marcador não se alteraria e o jogo terminaria após a marcação de um canto apontado por João Pedro que Marco Pinto desvia com eficácia.

Amanhã, o Mafra volta a jogar em casa frente ao Oriental, outra das boas equipas da Zona Sul e que ainda tem hipóteses matemáticas de chegar à liderança. Os lisboetas têm o melhor ataque da 2ªDivisão, pelo que tudo se configura para mais um teste dificílimo para o Mafra na luta pela subida à Liga de Honra.

+
Marco Pinto-o guardião formado no Sporting e Belenenses e que até esteve no Mafra em 2007/08 foi a grande figura da partida, não só pela grande penalidade defendida.

Sambinha-a curiosidade em ver este jogador já era grande porque era o único que nunca tinha visto actuar. Revelou-se uma excelente surpresa. A saída de Luís Tavares ao intervalo foi decidida por Elói Zeferino mas provocada por Sambinha que não deu qualquer chance na marcação ao avançado do Mafra. Tem apenas 20 anos.

Tó Branco-aos 36 anos e a competir pela sétima época consecutiva com a camisola do 1ºDezembro, este antigo defesa do Ol.Moscavide e Real continua a ser um defesa daqueles que não inventa e raramente falha naquilo que é a sua missão fundamental.

Paulinho-o antigo central de Estoril, Benfica, Est.Amadora, entre outros, conduziu o Oeiras à subida na época passada e tem feito uma época de estreia na 2ªDivisão simplesmente fantástica ao serviço do 1ºDezembro.

Tiago Martins-gostei da actuação do árbitro da AF Lisboa. Demonstrou imensa segurança e esteve sempre tranquilo, o que é revelador de personalidade. Não será por acaso que na semana anterior tenha apitado o Mirandela-Chaves, o jogo da jornada na Zona Norte.

-
Mafra-nestas semanas decisivas da época, o líder da Zona Sul terá de manter alguma serenidade. A ansiedade é má conselheira, ainda mais numa altura em que há concorrentes directos à espreita de uma escorregadela.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Parece mentira - o colombiano cingalês


Mohammed Ahamad (NIKKI) é um jovem nascido em Colombo. A capital do Sri Lanka deve o nome aos portugueses que pegaram no nome que os locais davam à cidade e o aportuguesaram.

A Colombia fica bem longe de Colombo. São quase 17.000 kms de distância. A semelhança entre Colombia e Colombo não é mais do que uma coincidência, pois a república sul-americana deve o seu nome a uma homenagem a Cristóvão Colombo.

Nikki fez grande parte da sua formação no Chelsea. Em 2009/10 foi mesmo inscrito na Liga dos Campeões com o número 47. O facto de actuar esta época no Mafra já é suficientemente exótico para alguém que nasceu no subcontinente indiano e fez parte dos quadros do actual campeão europeu.

Não precisava que os serviços da FPF lhe alterassem a nacionalidade para "colombiano". Não é por ser de Colombo que se é colombiano. Pelo contrário.

domingo, 31 de março de 2013

Há coisas que nunca mudam

A U.Leiria deslocou-se ontem ao Francisco Lázaro com hipóteses matemáticas de atingir a subida. Apesar do Fofó já ter cinco derrotas caseiras, nunca é fácil jogar no Francisco Lázaro. Os donos da casa têm, por tradição, equipas guerreiras daquelas que nunca desistem em busca da vitória.

No primeiro minuto, num lance de que não tenho imagens, Ricardo Pereira fura pela esquerda e oferece o golo a Seba. O jogador formado no Sporting voltaria a ter duas belas chances para marcar. Primeiro aos 14' com Hugo Cardoso a impedir o 2-0. Depois à passagem do minuto 27 com um remate que sai ao lado.

Aos 33', surgiu a resposta leiriense. Livre apontado para a área do Fofó onde Kiki cabeceia ao poste. A bola ainda ficou em zona perigosa até ser aliviada pela defesa da casa. Quatro minutos depois, numa fase em que os forasteiros buscavam o empate e conquistavam canto atrás de canto, Tiago Pires cabeceia ligeiramente ao lado do poste direito à guarda de Fábio Monteiro. Até ao intervalo, apesar da equipa da U.Leiria continuar a ser a que procurava jogar um futebol apoiado, era a equipa da casa a manter a vantagem.

A igualdade chegaria ao minuto 52. Baldé e Gerson vão à bola e chocam no meio-campo. A bola sobra para Coça que coloca em Hélio Vaz que, em grande estilo, faz o empate. Doze minutos depois, cruzamento largo para cabeceamento por cima de Coça. Era a U.Leiria que procurava chegar à vitória mas não voltaria a criar perigo. Os técnicos mexeram nas equipas a partir do banco mas seria a segunda alteração de Pedro Barroca a tonar-se decisiva. Na primeira vez que tocou na bola, Frutuoso fez o golo que daria os três pontos ao Fofó. Baldé cruza da direita e Frutuoso, nas costas de Kiki, finaliza de cabeça sem hipóteses para Hugo Cardoso. Na reposição, Frutuoso faz uma falta sobre Serginho e vê amarelo. Frutuoso com a eficácia extraordinária habitual e a tendência de sempre para os cartões. Durante os 3' de compensação concedidos por Luís Catita (arbitragem sem mácula), registo apenas para o segundo amarelo a Emiliano por agarrar um adversário que saía para o ataque.

Frente ao futebol rápido e directo praticado por um Fofó que mantém a sua identidade, a U.Leiria não teve hipóteses. Com esta vitória e a derrota caseira do Oeiras frente ao Casa Pia, o Fofó tem nove pontos de vantagem sobre a equipa da linha, pelo que só uma catástrofe nas quatro jornadas que faltam poderia conduzir o Fofó de volta aos Distritais. Quanto à U.Leiria, está a onze pontos de distância do Mafra, pelo que os doze que estão ainda por disputar serão insuficientes para a luta pela subida à Liga de Honra.

+
Mustafá - a jogar a central pareceu um relógio suiço. Não faz nada de  espectacular mas está sempre no sítio certo e é de uma eficácia impressionante.

Hélio Vaz - o golo apontado pelo jovem montijense é daqueles dignos de qualquer campo onde se jogue futebol.

Dobradinha à vista

Para além de comandar a Divisão de Honra da AF Lisboa, o Loures apurou-se na passada sexta-feira para os Quartos-de-Final da Taça da associação lisboeta. Como o calendário completo desta prova é definido logo no início da época, a eliminatória Vialonga-Loures poderia abrir as portas da Final ao vencedor. Vejamos.

O Loures irá receber o Fontaínhas (1ªDivisão) nos Quartos-de-Final. Se a lógica imperar, voltará a jogar em casa o acesso à Final de 9 de Junho frente ao vencedor do Cacém-Alverca. Do outro lado, estará um de quatro clubes - Ponterrolense, Igreja Nova, Mem Martins ou Vila Franca do Rosário.

Em teoria, tudo aponta para uma Final Loures-Ponterrolense a não perder.


sábado, 30 de março de 2013

Assim não

1. É inevitável. Em todas as épocas desportivas, há clubes que disputam as ultimas jornadas, sabendo do seu destino. Desde um título já garantido até uma descida de divisao inevitável, os destinos sao variados. Ainda assim, os jogos só perdem interesse competitivo se os adversários também tiverem destinos já definidos. Quando ambos têm a situação definida, só mesmo a dignificação da camisola está em causa, excepto em casos de rivalidade acentuada. Um Benfica-Sporting é sempre apetecível, seja qual for a situação dos dois clubes.

2. Com a extinção da Terceira Divisão Nacional, a FPF teve de proceder a ajustes na estrutura do futebol, nomeadamente no tema subidas e descidas. Dificilmente se chegaria a uma solução que fosse aceite por todos. Mas poder-se-ia ter evitado uma solução que conduz a isto.

Desde o inicio da época que se sabia mas só agora irá acontecer. Sem contar com a Série Açores, jogar-se-ão 180 jogos entre clubes que já sabem o seu destino para a próxima época. As últimas jornadas da primeira fase já tinham dado alguns sinais.

Na Série A, o já relegado Melgacense levou doze do Ronfe e em casa. Parece que alinhou com juniores de primeiro ano... Na Série E, o Cartaxo foi à Medideira derrotar o Amora por 3-2. Se esta não tivesse sido a primeira vitória ribatejana em toda a época ou o Amora tivesse ainda hipóteses de apuramento, seria estranhíssimo. Mas desta forma é 'natural'...

3. A Federação fez contas e colocou algum 'sal' nos jogos entre os clubes que vão descer. Parece que o primeiro (já li os dois primeiros) competirá na Taça de Portugal na próxima época. Para além de ser um volte-face relativamente à exclusão dos clubes dos Distritais decidida há meia dúzia de anos, encerra outro risco.

A descida de divisão tem vindo a provocar o fim do futebol sénior em alguns clubes. Ninguém pode garantir que os clubes apurados para a Taça de Portugal 2013/14 tenham sequer equipa sénior a competir. Num cenário destes, teríamos clubes apurados sem disputar qualquer partida por ausência de adversários.

4. A disputa da fase de subida à 2ªDivisão foi, até à época passada, motivo de interesses diversos. Mesmo a disputa do terceiro posto era importante pois a possibilidade de desistências nos escalões superiores poderia implicar repescagens.

5. Há muita gente que considera uma bizarria assistir a jogos abaixo da Liga principal. Cada um tem o seu conceito de bizarria. De tantas vezes que ouvi 'bocas' destas, dei por mim a fazer uma espécie de auto-análise. Concluí que nunca assisti a um jogo, independentemente do escalão, sem um nível mínimo de competitividade. Dito de outra forma. Nunca assisti a um jogo que não fosse relevante para a disputa de um título, para a subida ou descida de divisão.

6. Assistir a um A-dos-Cunhados - Águias de Camarate que dita a subida de divisão do vencedor é, a meu ver, bem mais interessante do que qualquer um destes 180 jogos.

7. A FPF poderia e deveria ter feito as coisas de forma distinta. Clubes, técnicos, jogadores e adeptos mereciam muito mais. Enquanto apaixonado por Futebol sem qualquer poder ou influência nestas decisões, sobra-me a capacidade de decidir não assistir a nenhuma destas partidas.

Mafra a caminho da Honra

Esta sexta-feira, o Mafra venceu no Carregado por 4-0, numa das finais que disputará até ao final da época. No domingo passado, assisti à partida frente ao Quarteirense e gostei do que vi. Não que o Mafra tenha feito uma grande exibição, mas mostrou ser uma equipa bem organizada e com bons jogadores em todas as posições. Elói Zeferino, técnico que já conduziu o Carregado à Liga de Honra, prepara-se para repetir a façanha.

Frente ao Quarteirense, o Mafra contou com Godinho na baliza, André Oliveira e Hugo Monteiro nas laterais e os centrais Samiro e Marco Baixinho. No miolo, Leo e Tiago Costa garantem segurança e espaço para o quarteto da frente. Aí, Pedro Dionísio e Tuga jogam nas alas e Nuno Gomes e Luís Tavares na frente. Apesar da entrada forte do Quarteirense, com a conquista de vários cantos, o Mafra assumiu o jogo.

Aos 15', Tuga coloca em Nuno Gomes que remata por cima. O Mafra chegaria ao golo perto da meia hora. O capitão algarvio coloca a mão na bola em plena área. Na marcação, Leo não dá hipóteses a Joel, guardião que revelaria qualidade ao longo do jogo. Até ao intervalo, só daria Mafra. Pouco depois do golo, Tuga cruza para a área, onde a bola acaba por sobrar para Pedro Dionísio. O lance perdeu-se porque Joel saíu rápido e impediu o segundo golo do Mafra.

Aos 35', Tuga bate Mário Pessoa, cruza para a área onde Nuno Gomes primeiro e Luís Tavares depois, não conseguem desviar para golo. Cinco minutos depois, Nuno Gomes cabeceia junto da marca de grande penalidade mas Joel volta a negar o segundo golo ao Mafra.

Para a segunda parte, Marito, treinador do Quarteirense, troca Madeira por Markito. Logo ao quarto minuto, grande lance do Quarteirense, talvez o melhor de todo o jogo, com a intervenção de vários jogadores mas onde Markus foi decisivo. No entanto, a finalização de Markito não foi eficiente.

O jogo passou então por uma fase menos agradável. Só aos 66', voltaria a registar-se um lance de perigo. Livre apontado por Hugo Évora para a área onde Nicola consegue isolar-se perante Godinho, mas o guardião do Mafra faz bem a mancha evitando o empate.

Apesar de alguma intranqulidade do Mafra por ter uma vantagem mínima, o Quarteirense não voltaria a criar perigo. Entrado aos 57' para o lugar de Luís Tavares, seria Alisson a estar na origem dos dois últimos lances de perigo do Mafra.

Primeiro aos 87', num livre directo ao poste. Depois, já em período de compensação. Ganha a linha de fundo perante Hugo Évora e cruza, mas Tiago Rente falha o desvio para as redes.

Ficam a faltar quatro finais, sendo que apenas uma delas será disputada longe do Mário Silveira. O Mafra irá receber 1ºDezembro e Oriental, deslocar-se-á a Fátima e termina com uma recepção ao Sertanense.

sábado, 23 de março de 2013

Sertanense em grande

O Sertanense demonstrou em Oeiras porque ocupa a quinta posição da classificação da Zona Sul e tem, pelo menos matematicamente, ainda hipóteses de discutir a subida. Bem orientada por João Sousa, a equipa revelou organização e criatividade na frente. O central António (com experiência de Honra pelo Rio Ave e Ovarense) foi o esteio defensivo da equipa. Renato (médio com passagens pelo Mafra, Odivelas e Pinhalnovense, entre outros) até marcou o primeiro golo. Continua a ser daqueles médios de baixa estatura mas chatos para os adversários e que nunca se esconde do jogo. O pequeno médio Alex (com breve passagem pelo Covilhã na Liga de Honra) também esteve bem e saíu muito chateado aos 75'. Mas o jogador que mais se mostrou foi Leonel. Extremo rapidissimo com passagens pelo Ol.Moscavide, Operário dos Açores, Tondela e Mafra, foi sempre um perigo para a defesa do Oeiras. A lutar pela permanência, a equipa da casa perdeu o jogo essencialmente pela falta de eficácia revelada. Nesse aspecto, fica a sensação de que falta um finalizador. A tarefa da manutenção não será fácil.

sábado, 16 de março de 2013

Destinos distintos

10/3/2013
SG SACAVENENSE-REAL SC 2-0
Arb:Eugénio Arez (AF Algarve)
Sacavenense-Hugo; Beto, Runa (Cap.), Alassane e Bebé; Manuel, Neio e Serginho; Leo, Beirão e Leo
Tr.Nuno Carvalho
Real-André Martins; David Rosa, Jibril (Cap.), Araújo e Paulinho; Milton, Ladeiras e Tiago Morgado; Tomás, Miguel Cardoso e Pratas
Tr.João Silva

Sacavenense e Real encontraram-se no passado domingo sabendo que a equipa que saísse derrotada desceria de divisão. Para o Real isso era seguro, para o Sacavenense era muito provável. A vitória do Sacavenense revelar-se-ia fundamental para o apuramento do clube da casa para a disputa da subida de divisão. Uma vitória do Real não teria alterado o seu destino, dado que o Pero Pinheiro conseguiu sair de Ponte de Sôr com os três pontos.

Foi o Real a primeira equipa a criar perigo quando, aos 7', após a marcação de um canto, Pratas desviou de cabeça ao lado. Mas o jogo foi desde muito cedo pautado por disputas no meio campo e sem grandes rasgos de perigo de parte a parte. Foi num lance algo confuso que o Sacavenense chegou à vantagem. Ao minuto 18, a bola sobra para Beirão que bate André Martins.

Num jogo em que a vitória era obrigatória e até poderia ser insuficiente, o Real não conseguiu reagir ao golo sofrido. Até ao intervalo, para além da entrada do experiente Pedro Neves (antigo jogador do Alverca de 1ª) para o lugar de Neio, registo apenas para dois remates. Primeiro foi David Rosa a rematar ao lado. Depois foi Serginho.

Para a segunda parte, João Silva deixa Milton e Ladeiras no balneário e faz entrar Ventura e Caramelo. Voltaria a ser o Real a primeira equipa a criar perigo. Aos 48', excelente remate de fora da área de Miguel Cardoso ao poste. A bola ainda sobra para Tomás, que cruza para cabeceamento perigoso de Pratas ao lado. A fazer companhia a Pratas na frente de ataque, Caramelo começava a ganhar algumas bolas nas alturas, mas os lances não resultavam em perigo para as redes do Sacavenense.

Aos 56', Elvis coloca em Leo que fura entre David Rosa e Araújo. O pequeno avançado do Sacavenense fica frente a André Martins mas não consegue ultrapassar o guardião do Real. Três minutos depois, Elvis sai para a entrada de Maurício. À passagem do minuto 64, Tomás surge em posição de remate do lado direito mas o canhoto hesita e o lance perde-se. Quatro minutos depois, contra-ataque sacavenense volta a colocar Leo face a André Martins. O avançado ultrapassa o guarda-redes mas David Rosa recupera a tempo de impedir o segundo golo do Sacavenense. Aos 72', João Silva esgota as alterações, trocando Pratas por Sérgio. No minuto seguinte, Pedro Neves cabeceia para o segundo golo respondendo a um cruzamento da direita. Numa altura algo morta da partida e em que o Sacavenense estava há muito numa postura de contenção, o Real ficava a três golos da vitória na partida.


Quatro minutos depois, Serginho sai para a entrada de Moita. Durante o tempo regulamentar, destaque para novo remate de Miguel Cardoso de fora da área para defesa de recurso de Hugo. Nos cinco minutos de compensação concedidos pelo árbitro Eugénio Arez, entre os amarelos a Maurício e Alassane por demora na reposição da bola em jogo, destaque apenas para um lance do Real. Paulinho ganhou a linha de fundo, cruzou para a área mas Sérgio falhou o desvio para golo.

+
Alassane - após o apito final, o central senegalês aproximou-se de Pratas e confortou o seu antigo colega de equipa.

Paulinho - o único jogador do Real que deixou lágrimas e suor no relvado do Sacavenense. Paulinho foi muito provavelmente o jogador mais regular em toda a época. É, portanto, dos que menos merecia este destino. Numa altura em que é prematuro falar da próxima época, aqui fica uma palavra de conforto a Paulinho e extensível ao plantel. Vocês têm muita qualidade mas a sorte não quis nada convosco esta época. Não desistam.

Sacavenense - à semelhança do Real, o centenário clube de Sacavém apostou numa equipa muito jovem para disputar a última edição de sempre da 3ªDivisão. As dificuldades eram previsíveis mas acabaram por garantir o apuramento. Seria bonito se conseguissem subir.

-
Serginho - o médio do Sacavenense tem tanto de bom jogador como de "malandro". Sistematicamente em busca de confronto, só mesmo uma arbitragem fraquinha o livrou de ver o amarelo durante os 77' em que esteve em campo.

Sacavenense - considerando os resultados que se verificavam nas restantes partidas, a vitória era fundamental. Mas a gestão de tempo foi muito exagerada. Começou logo após a marcação do primeiro golo e acentuou-se com o aproximar do fim do jogo, apesar da vantagem no marcador ter duplicado aos 73'. Risco zero, portanto.

sábado, 9 de março de 2013

Nulo penalizador

3/3/2013
REAL SC-ElÉCTRICO FC 0-0
Arb:André Narciso (AF Setúbal)
Real-André Martins; David Rosa, Jibril (Cap.), Miguel Santos e Paulinho; Milton, Tiago Morgado e Ladeiras; Miguel Cardoso, Tomás e Mota
Tr.João Silva
Eléctrico-Tiago Marinheiro; Balela, Carlos Carneiro, Jojó e Nivaldo; André Dias, David Nunes, Rui Costa e Crisanto; Billy e Yoruba
Tr.Américo Rosa

O nulo final penaliza a falta de capacidade das duas equipas em criar oportunidades de golo. Ainda assim, a haver um vencedor, este só poderia ter sido o Real, a equipa que mais fez por conquistar os três pontos. Pontos que tanta falta fazem para concretizar os objectivos do clube.

Logo ao minuto 3, bom lance pela direita que termina com Ladeiras a rematar de uma posição frontal mas por cima. O Real era a única equipa que atacava mas sem criar perigo. Aos 16', cruzamento de Tomás para cabeceamento fraco e à figura de Miguel Cardoso. Pouco depois, num lance praticamente igual, foi Mota a cabecear ao lado.

Apesar da iniciativa de jogo continuar a pertencer ao Real, a equipa não conseguiu criar chances para marcar. Entre os minutos 35 e 37, assistiu-se a algumas entradas mais duras de jogadores alentejanos, que resultaram em amarelos para Rui Costa e Billy.

À passagem do minuto 43, surgiu a grande chance de golo da primeira parte.  Canto apontado por Tomás e cabeceamento de Miguel Santos que passa pouco ao lado. Antes do apito para o intervalo, Jibril e Yoruba protagonizaram algumas picardias desnecessárias que o árbitro deixou passar sem mostrar cartões.

Para a segunda parte, João Silva substituiu o seu capitão por Araújo. Aos 48', um cruzamento de Miguel Cardoso leva a bola a beijar a barra da baliza à guarda de Tiago Marinheiro. Nove minutos depois, remate de Mota de fora da área que está perto de surpreender o gigante que ocupa a baliza da equipa de Ponte de Sôr.

A resposta alentejana era escassa. David Nunes remata torto e a bola sai mesmo pela linha lateral. Pouco depois, Yoruba remata à entrada da área à figura de André Martins. No minuto 67, amarelo a Crisanto que, já com com o cartão na mão do árbitro, atira a bola para longe em sinal de desagrado. Não percebo porque é que, em lances destes, os árbitros não admoestam o jogador a dobrar. Um jogador que atira a bola para longe com o jogo parado é amarelado, pelo que faria todo o sentido.

Na marcação do livre que se seguiu, apontado por Tomás, Milton cabeceia, Tiago Marinheiro defende e Miguel Santos recarga para o fundo das redes. O árbitro assistente assinala fora-de-jogo e as imagens parecem dar-lhe razão.

João Silva opta por colocar um ponta-de-lança e troca Miguel Cardoso por Caramelo. No Eléctrico, Américo Rosa faz sair André Dias para a entrada de Paéco.

Três minutos depois, Rui Costa vê o segundo amarelo num lance em que Tomás cai. Parece algo exagerado pois o médio do Eléctrico até procura evitar o contacto. No minuto 78, na sequência de um canto, a bola sobra para Mota que remata colocado ligeiramente por cima, num lance em que o guardião do Eléctrico estava batido. No minuto seguinte, Tiago Morgado combina com Paulinho no flanco esquerdo, o cruzamento é parado pelo guarda-redes do Eléctrico mas a bola sobra para Tomás que remata contra o corpo de Tiago Marinheiro. O Real continuava por cima mas não marcava.

Aos 80', sai Mota para entrar Pratas e Billy para a entrada de Alberto. Cinco minutos depois, Yoruba falha cabeceamento num dos raros lances que levaram perigo relativo à área do Real. Pouco depois, a bola passa pela pequena área defensiva do Real sem que surja o desvio.

Ainda antes dos 90', Araújo coloca a bola na área onde Caramelo recebe de costas para a baliza mas não consegue virar quando estava numa posição privilegiada. Nos cinco minutos de compensação concedidos pelo árbitro, para lá da última substituição do Eléctrico (Yoruba por Serginho) e de um amarelo por perda de tempo para o guardião alentejano, nota para um bom lance do Real. A bola passa por David Rosa, Pratas e Tomás antes da finalização de pé esquerdo de Paulinho por cima.

O resultado final penaliza bem mais o Real que continua a lutar por um lugar nos seis que disputarão a subida. Amanhã, o jogo frente ao Sacavenense é decisivo. Para o Real, apenas a vitória interessa. Mas se o Pero Pinheiro vencer em Ponte de Sôr, uma vitória do Real não só não servirá os seus intuitos como poderá relegar o Sacavenense. Pede-se concentração e controlo emocional.

+
Lucílio Batista assistiu à prestação do árbitro André Narciso que se saíu bem na generalidade dos lances.

domingo, 3 de março de 2013

Duas metades

24/2/2013
SU SINTRENSE-REAL SC 2-2
Arb:André Baltasar (AF Beja)
Sintrense-Hugo; Serginho, Wilson, Pedro Marques e Divaldo; Sandro, Saramago e Rodri; Vítor Gomes, Carlitos e Cacito (Cap.)
Tr.Bruno Baltazar
Real-André Martins; David Rosa, Miguel Santos, Jibril (Cap.) e Rui Loures; Paulinho, Milton e Ladeiras; Miguel Cardoso, Tomás e Pratas
Tr.João Silva

O derby concelhio de domingo passado teve mais Sintrense no primeiro tempo e mais Real no segundo, pelo que o empate se aceita.

De início, o Sintrense surgiu com mais iniciativa mas sem criar perigo. Por outro lado, o Real entrou em contenção e à procura do contra-golpe também sem sucesso. As disputas a meio campo resultaram em apenas um cartão, mostrado ao sintrense Sandro por falta sobre Milton, à passagem do minuto 19. Seria o único mostrado pelo árbitro da AF Beja durante toda a partida.

Aos 27', na sequência de um livre apontado junto do banco do Sintrense, Carlitos surge solto na área mas o cabeceamento sai muito torto. Três minutos depois, Carlitos ganha espaço a Rui Loures na área após toque de cabeça de Cacito e faz o primeiro golo.

Ao minuto 32, Tomás remata por cima mas o Real pouco tempo teve para reagir até sofrer o segundo golo num livre directo apontado de forma eficiente por Rodri. Ainda antes do intervalo, Paulinho coloca na esquerda em Miguel Cardoso que remata ao lado da baliza à guarda de Hugo. Na resposta, Saramago aponta o canto e parece ser Carlitos a cabecear a bola que passa ao lado.

A perder por dois golos, João Silva deixa Rui Loures e Pratas no balneário e coloca em campo Tiago Morgado e Sérgio. Ao minuto 50, um passe transviado de Ladeiras proporciona uma transição do Sintrense que só não resulta no terceiro golo do Sintrense porque André Martins negou o intuito de Vítor Gomes.

Três minutos depois, Morgado aponta canto, Miguel Cardoso desvia ao primeiro poste e Miguel Santos finaliza ao segundo. O Real reduzia na sequência de um dos vários cantos que conquistou no início do segundo tempo.

Depois de sofrer o golo, foi a vez do Sintrense conquistar alguns cantos mas de que não resultou perigo. Tal como acontecera na primeira metade, a equipa que sofreu golo mal teve tempo para reagir até sofrer o segundo. Milton coloca na direita de onde Miguel Cardoso cruza para Tomás, nas costas de Sérgio, cabecear para o empate. Faltava meia hora para o final da partida e as duas equipas queriam vencer.

Aos 66', Bruno Baltazar troca Rodri por Tiago Figueiredo. No minuto seguinte, cruzamento de Divaldo que Vítor Gomes desvia de cabeça por cima da barra. No minuto 74, canto apontado por Tiago Figueiredo que Cacito cabeceia por cima, num dos raros lances em que se superiorizou na área do Real. Três minutos depois, Divaldo coloca em Cacito que surge em posição duvidosa e remata ao poste.

Os técnicos voltariam a mexer nas equipas, com as entradas de Mota para o lugar de Ladeiras e de Emanuel para o lugar de Divaldo. Até ao apito final, ainda houve tempo para um bom lance de Paulinho pela esquerda, com cruzamento para Mota que rematou fraco e às malhas laterais. Na resposta, Vítor Gomes cruza para o cabeceamento de Cacito mas André Martins impede o seu antigo colega de marcar. O último lance digno de registo foi um remate de Mota de fora da área com a bola a sair à figura de Hugo.

O Real voltou a demonstrar na visita ao terreno do primeiro classificado da Série E que possui uma equipa de qualidade mais do que suficiente para discutir a subida. Com tudo em aberto, as duas últimas jornadas da primeira fase prometem.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Fabril superiorizou-se

17/2/2013
REAL SC-GD FABRIL 1-3
Arb:André Moreira (AF Leiria)
Real-André Martins; David Rosa, Araújo, Jibril (Cap.) e Rui Loures; Milton, Paulinho e Ladeiras; Tomás, Miguel Cardoso e Pratas
Tr.João Silva
Fabril-Ruben Luís; Carlos André, Marinheiro, Rui Correia e Paulo Letras; Conceição, Danilo e Miguel Pimenta; Bolinhas, Ruben Guerreiro e Catarino (Cap.)
Tr.Conhé

Desde que desceu à 3ªDivisão que o Real não era claramente inferior ao adversário num jogo. Aconteceu no domingo passado frente ao Fabril.

Logo a abrir, Ruben Guerreiro coloca em Bolinhas que remata para boa defesa de André Martins. Pouco depois, Miguel Cardoso quase domina na área mas o lance perde-se. Aos 16', surge o primeiro golo do Fabril. Bolinhas aponta um canto ao primeiro poste, onde surge Ruben Guerreiro a desviar para as redes, com a bola ainda a tocar no poste.

O Real não conseguia reagir e, aos 23', novo canto de Bolinhas e nova chance de golo para a equipa do Barreiro, com o central Rui Correia a cabecear ao poste. Na resposta, canto apontado por Ladeiras, com Pratas a ganhar um dos poucos lances na área, mas a cabecear muito ao lado. Dois minutos depois, bom lance de Pratas que consegue entrar na área mas acaba cercado por defesas do Fabril e acaba por cair num lance com Marinheiro. Logo a seguir, na marcação de um livre, Ruben Guerreiro coloca a bola na barra.

O jogo entrou então numa fase algo confusa. Só aos 38' voltou a registar-se um lance digno de nota. David Rosa cruza para a área onde Tomás, pressionado por Carlos André, não consegue finalizar. O final da primeira parte chegaria com o Fabril no meio campo do Real.


Para a segunda parte pedia-se muito mais ao Real. No entanto, voltou a ser o Fabril a criar uma chance de golo, ao minuto 54. Ruben Guerreiro responde de cabeça a um cruzamento de Paulo Letras mas com a bola a sair ao lado. Seis minutos depois, João Silva faz a primeira alteração, saindo Pratas para a entrada de  Mota. Ao minuto 64, Miguel Pimenta rouba a bola a Jibril, entra na área e bate André Martins. O Fabril ficava a vencer por dois golos. Pela forma como o Real estava no jogo, a derrota parecia consumada.

Conhé troca Catarino por Banana e João Silva aposta em Ventura para o lugar de Milton. À passagem do minuto 72, bom remate de Ventura para defesa a condizer de Ruben Luís. Na sequência do canto, Araújo ganha a Conceição mas o cabeceamento sai por cima.

Quatro minutos volvidos, Danilo remata junto da marca de grande penalidade, mas David Rosa desvia para canto. Pouco depois, Bolinhas sai para entrar Mário Jorge e Rui Loures para a entrada de Sérgio.

Quatro minutos após as substituições, Banana fura pela defesa do Real, André Martins ainda defende o primeiro remate mas a bola sobra para o jogador do Fabril que faz o 0-3. A quatro minutos do final, Conhé faz a última alteração, trocando Danilo por Espanta. Apesar do jogo estar mais do que decidido, alguns jogadores do Fabril não tiveram o controlo emocional que seria de esperar. Autor de um execelente golo, Banana é expulso após um desaguisado com David Rosa que me abstenho de descrever. Pouco depois, Mota aponta um canto, Araújo cabeceia de cima para baixo e Paulo Letras tira em cima da linha. O auxiliar dá sinal de golo mas não parece que a bola tenha transposto a linha de golo. Na sequência do lance, Marinheiro é expulso por palavras. Apesar de ter menos dois jogadores em campo, o Fabril não concedeu espaços ao Real até ao minuto final.

A arbitragem teve um critério disciplinar difícil de entender e permitiu demora excessiva nas substituições.

Amanhã é dia de Sintrense-Real. Para os visitantes, é ganhar ou... ganhar.

A afronta

Há cerca de vinte anos, existia um partido político (PSR) que não permitia que determinadas personagens viessem a Portugal em paz e sossego, como quem passa férias num qualquer recanto mais ou menos paradisíaco. Figuras como Le Pen ou Li Peng levaram para casa algumas recordações menos agradáveis. Vem isto a propósito das reacções que os membros do Governo têm enfrentado um pouco por todo o país. O caso particular de Miguel Relvas parece-me exemplar.

Um ministro que começou por ser motivo de chacota nacional, tornou-se um símbolo de tudo o que uma sociedade moderna despreza e que as medidas de austeridade exponenciam. O facilitismo e chico-espertismo que revela desde o caso da licenciatura, passando pelo caso Rosa Mendes, o processo RTP ou a forma como defendeu o secretário de Estado com currículo BPN, são exemplares da forma de 'ser' Miguel Relvas.

Neste contexto, não surpreendem iniciativas como as que ocorreram no Clube dos Pensadores e no ISCTE. Também não surpreende a reacção oficial da TVI e, ainda menos, a do Governo. Ataque à liberdade de expressão, disse-se. Será?

O cidadão Miguel Relvas e o Ministro Miguel Relvas são uma e a mesma coisa? Não. O cidadão Relvas não seria convidado da TVI, mas o ministro sim. A expressão "direitos adquiridos" faz sorrir os que seguem a cartilha do poder. Não é a liberdade de expressão um direito adquirido? Não é de um simbolismo tremendo que esta seja negada aqui e ali a quem vem tirando tanto a tantos ?

O "politicamente correcto" tem sido arma de arremesso de uma certa direita sobre uma certa esquerda. Para que fique claro, di-lo-ei com todas as letras. Não. Não acho que o ministro Relvas tenha o direito de ir discursar numa conferência, como se fosse um orador como outro qualquer. Não. O ministro Relvas continua no Governo porque não tem um pingo de vergonha na cara e o PM um par de testículos condizente com a função. Assim, qualquer cidadão português tem o direito de lembrar publicamente ao ministro e a quem quiser ver, que a sua presenca no governo é uma vergonha ímpar na democracia portuguesa.

Ao discurso 'o homem nunca foi condenado por coisa nenhuma', impõe-se uma exigência ética combativa.

"Afronta" foi a expressão usada pelo líder da bancada parlamentar do PSD. Estes senhores que ajudaram a derrubar um governo porque havia limites para os sacrifícios pedidos aos portugueses, que prometiam reduzir as gorduras do Estado, que eram o ultimo modelo do liberalismo, falam em "afronta".

Uma afronta ao sentido cívico dos portugueses seria uma figura desprezável como o Ministro Relvas passear-se como se fosse tudo "normal". Não.

O ministro Relvas diz que não podem ter "medo". O sr. ministro que se cuide. A música nunca feriu ninguém mas pode ajudar a derrubar governos. Até já aconteceu por cá e nem há 40 anos.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Faltou a eficácia

10/2/2013
AMORA FC-REAL SC 1-0
Estádio da Medideira
Arb:Tiago Canário (AF Beja)
Amora-Didó; Barata, João Freitas, Semedo e Aguilar; Sandro, José João (Cap.) e Rodinhas; Carlitos, Ju e Ruan Yang
Tr.José Meireles
Real-André Martins; Romano, Araújo, Jibril (Cap.) e Rui Loures; Milton, Paulinho e Ladeiras; Tomás, Miguel Cardoso e Pratas

Após quatro vitórias consecutivas, o Real deslocou-se à Amora para defrontar o clube local. Mais do que a qualidade do adversário, era o estado do terreno que constituia a maior dificuldade. No entanto, a equipa do Real adaptou-se ao relvado (?) mas teve na finalização handicap inesperado.

Logo a abrir, a bola passa por vários jogadores do Real dentro da área do Amora mas nenhum dos remates força Didó a defesa. Aos 9', Miguel Cardoso sobe pelo flanco esquerdo e vê Pratas ganhar posição entre os centrais. É ali que Miguel Cardoso coloca a bola, mas o desvio de Pratas sai ao lado.

No minuto seguinte, Pratas procura entrar na área mas é derrubado pelo central João Freitas que vê amarelo. Tomás aponta o livre de forma perfeita mas a bola vai à barra. Ainda sobra para Pratas que remata, mas Ju dá o corpo às balas e o lance acaba por se perder. Era a segunda grande chance de golo do Real.

Pouco depois, Miguel Cardoso pressiona o central Semedo, recupera a bola e coloca-a na área, mas o passe sai um tudo ou nada longo e Tomás perde o momento para rematar.

A defesa do Amora continuava a passar por dificuldades. O primeiro lance digno de nota em termos ofensivos seria protagonizado pelo capitão José João que progride pelo miolo e remata forte. A bola tabela em Jibril e o Amora conquista o primeiro canto a seu favor, de que nada resultaria.

Aos 25', Ju ganha algum espaço a Romano no flanco esquerdo de ataque amorense, flecte e remata forte mas muito por cima.

Sete minutos volvidos, Semedo e Aguilar conseguem deixar a bola para Tomás que remata de pé direito sem perigo.

Jogava-se o 36º minuto do primeiro tempo quando Milton coloca em Miguel Cardoso do lado esquerdo e o jovem extremo remata quando tinha Tomás e Pratas bem colocados na área.

O jogo só dava Real. Seis minutos depois, Paulinho combina com Miguel Cardoso e surge em posição de remate mas não bate Didó que faz a sua primeira defesa decisiva. Na resposta, remate cruzado de Rodinhas ao lado. Pouco depois, Rodinhas aponta um livre em posição frontal, a bola ressalta em Rui Loures e sobra para o remate de Carlitos à meia volta que passa por entre vários jogadores mas não engana André Martins. O intervalo chegaria pouco depois com o Amora a repôr algum equilíbrio na partida.


A segunda metade começa com chuva mas sem alterações nas equipas. Ao minuto 49, um grande passe de Paulinho coloca Tomás e Barata em disputa da bola dentro da área. O derrube do defesa do Amora leva o árbitro a apontar a marca de grande penalidade.

Na marcação, Tomás escorrega e o remate sai fraco para a esquerda de Didó que volta a salvar o Amora. O jogo entrou então numa toada algo confusa, sem que se registassem lances de perigo. A primeira alteração surge ao minuto 62 no Amora, com a troca de Rodinhas por Pedro Pereira. Dois minutos depois, bom trabalho de Pratas na área mas Didó volta a impedir o golo do Real.

Como tantas vezes ocorre no futebol, não marcou o Real, marcou o Amora. Ruan Yang coloca em Carlitos que parece falhar o remate. No entanto, a bola sobra para Ju que, na pequena área, desvia para as redes à guarda de André Martins.

O Amora estava em vantagem no marcador numa partida em que poderia estar a perder por dois ou três golos.

José Meireles troca Ruan Yang por Iny, reforçando o miolo. No Real, João Silva troca Ladeiras e Tomás por David Cardoso e Mota.

As alterações não tiveram o efeito pretendido. O jogo só voltaria a registar um lance de perigo ao minuto 78. Na marcação de um livre, Paulinho coloca na área, Jibril desvia de cabeça para Pratas parar com o peito e rematar forte de pé direito, mas a bola não queria mesmo entrar na baliza do Amora.

Pouco depois, Jibril recupera uma bola na defensiva do Real, coloca-a em David Cardoso que cruza para a entrada de Mota que, de pé esquerdo, desvia muito ao lado. João Silva arrisca e retira Rui Loures para pôr em jogo Ventura. Aos 82', o pequeno Mota responde a um cruzamento da esquerda com um cabeceamento que só não resulta em golo porque Didó volta a impedi-lo.

De imediato ocorre a útima alteração do jogo, com a troca de Carlitos por Lorete. Já em período de compensação, cruzamento largo de David Cardoso para a área, Milton cabeceia mas Didó volta a negar o golo ao Real.

O Amora conseguiria manter a bola afastada das suas redes até ao final da partida. Diga-se que, ao contrário do que ocorrera na primeira volta, não abusou do anti-jogo.

Ainda em busca de um lugar nos seis primeiros colocados, o jogo era decisivo para o Amora. Quanto ao Real, basta referir que os seis pontos perdidos com o Amora são os que separam a equipa do topo da classificação.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Resultado peca por escasso

3/2/2013
REAL SC-GD PENICHE 2-0
Arb:Carlos Cordeiro (AF Setúbal)
Real-André Martins; David Rosa, Jibril (Cap.), Araújo e Rui Loures; Bernardo, Paulinho e Ladeiras; Tomás, Mota e Pratas
Tr.João Silva
Peniche-Ricardo Brito; Edgar, Edilson (Cap.), Abel e André; Sancheira, Emanuel e Moitinha; Luís Pinto, Bruno Vitorino e Gata
Tr.Mário Correia

O Peniche tem uma equipa melhor do que a posição que ocupa na classificação aparenta. Mas a verdade é que ter saído de Queluz-Massamá com apenas dois golos sofridos foi de uma felicidade imensa, considerando as oportunidades de golo desperdiçadas pela equipa da casa. Ironicamente, a vitória do Real foi obtida da marca de grande penalidade e num lance de desentendimento entre dois jogadores penichenses que Tomás aproveitou para fazer o seu oitavo golo na prova.

O início da partida foi marcado por algumas interrupções por lesão. Algo que voltaria a marcar a partida mais tarde. A primeira chance de golo surgiria à passagem do nono minuto. Grande lance de Tomás que coloca Mota em frente a Ricardo Brito mas o jovem avançado do Real não consegue desfeitear o guardião visitante. Pouco depois, Mota volta a estar em acção, obrigando Ricardo Brito a defesa de recurso. No minuto 18, Tomás ganha uma bola de cabeça na área mas não acerta na baliza. Só dava Real. Quatro minutos depois, Rui Loures remata por cima. Aos 28', Mota tem duas chances para marcar mas o golo só surgiria cinco minutos depois.

Da marcação de um canto apontado por Ladeiras, resulta uma grande penalidade a favor do Real. Vitorino acerta no pé esquerdo de Araújo e o árbitro, aparentemente por indicação do auxiliar, aponta a marca de grande penalidade. Na conversão, Tomás inaugura o marcador.

Após o golo, ressentindo-se da lesão sofrida no início da partida, Sancheira sai para entrar Penas. Quatro minutos depois, remate de Ladeiras de fora da área ligeiramente por cima. Teria sido um golaço. A segunda alteração do jogo motivada por lesões surgiria ao minuto 43. Bernardo lesiona-se num lance com Penas e é substituído por Milton. Logo a seguir, num dos poucos lances de perigo do Peniche, Moitinha cruza para a área, Rui Loures corta, mas a bola sobra para o remate de Gata ao lado. Apesar de não ter sido indicado o tempo de compensação, a primeira metade prolongou-se. De um livre apontado por Ladeiras quase chega o segundo golo do Real. Pratas ainda remata para a baliza, mas a bola embate no central Abel e o lance esfuma-se. Pouco depois, o árbitro da AF Setúbal apitava para o intervalo.

Os técnicos não fizeram mexidas ao intervalo e o Real voltava a entrar melhor. Aos 51', Pratas surge em boa posição de remate frente a Ricardo Brito mas não impede a defesa do guardião do Peniche. Na resposta, Moitinha tem um remate cruzado que toma uma trajectória algo surpreendente mas acaba por sair ao lado. Pouco depois, Bruno Vitorino cruza para a área onde Gata ganha uma rara bola na área, roda e remata mas a bola não passa por Rui Loures que tinha vindo em apoio da zona central da defesa.

Aos 58', bom lance do lado esquerdo, com Paulinho a colocar em Mota e este a dar para Tomás que desfere remate cruzado que sai ligeiramente ao lado, com Pratas perto do desvio ao segundo poste. Três minutos depois, João Silva faz sair Mota para entrar Miguel Cardoso. Na primeira intervenção na partida, Miguel Cardoso disputa a bola com Moitinha e é o pequeno jogador visitante a sair mal tratado. O árbitro nada assinalou mas parece falta. o melhor jogador do Peniche viria a ser substituído por Fábio Mateus.

Minuto 66. Na sequência de um canto favorável ao Real, Bruno Vitorino consegue colocar a bola jogável em Gata que não impede a recuperação decisiva de Paulinho que anula o lance de contra-ataque do Peniche. Quatro minutos depois, quarta substituição por razões físicas. Sai Araújo e entra Miguel Santos.

O resultado continuava 1-0 e o Peniche, esporadicamente, abeirava-se da baliza do Real. No minuto 71, remate cruzado de Gata para boa defesa de André Martins. Seria a última aproximação visitante. Quatro minutos depois, bom lance de Pratas, cruzamento para a área onde Milton cabeceia ao lado num lance em que surge solto na área.

No minuto seguinte, chegaria o golo da tranquilidade do Real. Próximo da área do Real, David Rosa coloca a bola do lado contrário, onde a hesitação entre o guardião e capitão do Peniche permite a antecipação de Tomás para o segundo golo da partida.

Se a tarefa do Peniche já era difícil, tornava-se agora praticamente impossível. Pouco depois do 2-0, David Rosa sai lesionado de um lance disputado com Fábio Mateus. Sem poder efectuar alterações, João Silva opta por colocar o defesa na frente, assumindo Paulinho o lugar de lateral direito. Enquanto David Rosa era assistido, a equipa esteve reduzida a dez elementos. O Peniche procurava o ataque mas abria espaços atrás que só não foram aproveitados por falta de eficácia dos atacantes da casa. Num desses lances, Miguel Cardoso irrompe pela ala direita e cruza para o desvio de Tomás que saíu curto.

No minuto 79, Mário Correia esgota as substituições, fazendo sair Gata para a entrada de Rui Costa, mas não havia nada a fazer. Até ao final, as chances de golo do Real foram diversas:

1ª Grande passe de David Rosa isola Miguel Cardoso. O ainda júnior, em posição de finalizar, opta por assistir os colegas de ataque mas o passe é interceptado pelo central Abel.

2ª Apesar de marcado por Edilson e Abel, Tomás consegue ganhar espaço na área mas o remate saíu à figura do guardião penichense.

3ª Com um passe fantástico, Tomás coloca a bola em Miguel Cardoso que procura cruzar para Pratas. O central Abel parece tirar a bola de Pratas mas o árbitro considerou que a bola não foi desviada.

4ª Tomás rouba a bola a Edilson na área do Peniche e remata forte mas a bola vai à base do poste e sai pela linha de funda. Teria sido o hat trick.

Durante os 4' de compensação concedidos pelo árbitro, apenas registo para o amarelo a Edilson por travar Pratas que se preparava para romper para a área. Na marcação do livre, Milton bate com a bola a sair ao lado.

Após a reposição da bola em jogo, o árbitro deu por terminada a partida. O Real vence pelo quarto jogo consecutivo e completa uma série de 100 vitórias na 3ªDivisão.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

De loucos

27/1/2013
FC BARREIRENSE-REAL SC 2-4
Jogo disputado no Campo Santos Jorge (Pinhal Novo)
Arb:Pedro Sancho (AF Algarve)
Barreirense-Daniel Vital; Cansado, Bruno Costa, Valter e Bailão; David Martins (Cap.), David Pinto, Vasco Campos e Nuno Dias; Amadeu e Vasco Firmino
Tr.Duka
Real-André Martins; David Rosa, Araújo, Jibril (Cap.) e Rui Loures; Bernardo, Paulinho e Ladeiras; Tomás, Mota e Pratas
Tr.João Silva


Que dizer de um jogo em que a equipa da casa vencia por 2-0 aos 10' e os visitantes por 4-2 aos 27'?
Se a isto se acrescentar a chuva que caíu durante toda a primeira parte que, a par da falta de condições do campo do Pinhalnovense, impediu o registo escrito e vídeo que costumo fazer, a tarefa torna-se ainda mais complicada.

Assim sendo, deixo apenas os onze que iniciaram a partida e algumas notas.

-Os quatro golos do Real resultaram de dois auto-golos, de uma oferta do guarda-redes e de um cruzamento que resultou em golo.
-Já o primeiro golo da partida surgira de m desvio involuntário de Jibril, quando a bola parecia dirigir-se para as mãos de André Martins
-No jogo da primeira volta, foi o Barreirense a ser bafejado pela sorte. Se não se recordam, vejam o vídeo.
-O Real foi claramente a melhor equipa nos dois jogos frente ao Barreirense.
-Pela segunda semana consecutiva, a jovem equipa do Real deu uma demonstração de força extraordinária, considerando as condições climatéricas que enfrentou e que em nada se coadunam com a forma de jogar da equipa e dos elementos que a compõem.
-Defensivamente, após aqueles dois golos sofridos a frio, a equipa voltou a estar muito bem, mesmo nos períodos em que o Barreirense apostou num futebol mais directo.
-Os sons emitidos e dirigidos por alguns adeptos do Barreirense a Jibril foram a nota mais negativa do jogo e deveriam ser banidos definitivamente. Sugiro que vão ver Lincoln e Django. Talvez ajudasse.
-Como tem sido habitual, deixo aqui o resumo vídeo do jogo, onde (infelizmente) não consta o golo de Tomás. A oferta do jovem guardião barreirense foi bem aproveitada pelo esquerdino mas surpreendeu-me ao ponto de não o ter conseguido registar.
-A propósito, consultem o resumo do jogo na página do Barreirense. O vídeo inclui o golo de Tomás e, apesar de algum exagero aqui e ali, faz um resumo 
globalmente equilibrado do que passou no Pinhal Novo no passado domingo.